Coragem, pra mim, é sair sem planejamento, sem falar (disfônica = quase muda, quer dizer, desde janeiro), o que é já tornava a vida difícil na própria língua, e já me estressava antecipadamente quando pensava como seria quando chegasse nos lugares onde tivesse de abrir a boca (hotel, trem, etc.).
As escolhas já começam daqui quando não se está fazendo uma viagem padrão, quer dizer, com agência. Economizar dá trabalho. Pra começar, a gente tem de encurtar a viagem - 1 dia a mais pode onerar a viagem absurdamente. Opções, opções. Cheguei ao ponto absurdo de praticamente não ver nada de Munique - pois meu objetivo era conhecer os castelos do Rei Ludwig (que me recuso a chamar de "louco" - até prova em contrário, ele era apenas excêntrico - e se colocar ao lado dos políticos brasileiros, certamente sou mais ele... e vá comparar com alguns outros pela história, especialmente os carniceiros...). Andei pelo centro e basicamente só.
Posso dizer também que tive de fazer uma escolha: ir aos castelos ou a Dachau. Até conversei com minha filha sobre isso, mas não era muito difícil: entre a fantasia e a morte (com todo o respeito), preferi a fantasia. Naturalmente, poderia tecer mil considerações a respeito, mas não vou fazê-lo. Por ora, vou apenas limitar-me a dizer que uma certa tristeza permeia os castelos. Talvez por causa da esterilidade da vida do rei, que viveu sempre sozinho, e sequer viu completada a construção de Neuschwanstein, e ainda morreu de forma misteriosa. Talvez pelas tramas políticas que o cercavam, ou mesmo por uma sensação de que a Alemanha é um país grandiloquente e trágico. O que será?
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