segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Martha Beck's Plan to Get Unstuck and Follow Your Dreams - Oprah.com
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
How to Live an Extraordinary Life
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Foi assim
sábado, 16 de outubro de 2010
Dia 16 de outubro: Dia Mundial da Alimentação
Hoje em dia, mais de 850 milhões de pessoas sofrem por desnutrição crônica e nem podem obter alimentos suficientes para satisfazer suas necessidades energéticas mínimas. Aproximadamente 200 milhões de crianças menores de cinco anos sofrem sintomas de desnutrição aguda ou crônica, cifra que aumenta em períodos de escassez de alimentos ou em épocas de epidemia de fome e conflitos sociais. Segundo algumas estimativas, a desnutrição é um fator importante entre os que determinam a cada ano a morte de aproximadamente 13 milhões de crianças com menos de cinco anos por doenças ou infecções evitáveis, como: sarampo, diarréia, malária, pneumonia e combinações.
O que podemos fazer para ajudar?
http://www.feedingminds.org/info/info_vision_pt.htm
Assine a petição!
http://www.1billionhungry.org/
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Esperançar
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Malnutrition {Desnutrição}
http://www.wfp.org/stories/nutrition-10-reasons-face-challenge
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Este mês, líderes de todo o mundo se reunirão em Nova York para uma reunião de cúpula tendo como tema os Objetivos do Milênio. Os ODM buscam formas de lidar com os grandes problemas que o mundo enfrenta hoje -- o que inclui a pobreza global, a saúde da mulher e infantil, a fome e a educação. Todos têm interesse em apoiar os ODM ao advogar um mundo livre da pobreza extrema e doenças passíveis de prevenção. Com o apoio de todos, podemos tornar isso possível. Para descobrir como ajudar, por favor visite http://www.unfoundation.org/global-issues/millennium-development-goals/.
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Fazendo alguma coisa
SomeDay
Our world possesses the knowledge and the resources to achieve the United Nations Millennium Development Goals. Why wait for Someday if you can be a part of what the United Nations will achieve in your generation? Visit www.unfoundation.org to learn how you can get involved.
O muito rico George Soros (falo assim porque não sei como dizer quanto dinheiro será que essas pessoas têm) anunciou que doará 100 milhões de dólares a uma instituição voltada para os direitos humanos. Warren Buffet, outro desses, deixou 85% de seu patrimônio em testamento para a fundação de Bill Gates, o equivalente a cerca de US$30,7 bilhões de dólares. Dá pra imaginar? O próprio Bill Gates, que não é nada pobre, também já doou 30 bilhões de dólares para caridade. Sua fundação tem entre os principais objetivos promover pesquisas sobre a AIDS e outras doenças que atingem, principalmente, os países em desenvolvimento.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bill_Gates
Estava dando uma olhada no verbete 'filantropia' que consta da Wikipedia, e o único brasileiro que está listado ali é Chico Xavier. Certamente há muita gente que faz coisas boas. Grandes ou pequenas, famosos e anônimos. Conheço algumas. Que me ocorram, há vários líderes comunitários - não os paternalistas, ou ligados ao tráfico, ou ainda, os que só têm interesses religiosos fundamentalistas - como uma moça no Juramento, cujo nome me escapa agora, fantástica, que faz um trabalho maravilhoso de reforço escolar; José Júnior, do Afro Reggae (http://www.afroreggae.org.br/institucional/); MV Bill (http://pt.wikipedia.org/wiki/MV_Bill); Dona Zilda Arns - e toda a organização da Pastoral da Terra, à qual era ligada; e tantas outras pessoas, muitas das quais foram caladas, como a freira Dorothy Stang, Chico Mendes...
O que há em comum entre essas pessoas: não estão olhando para o próprio umbigo. Ou não olharam, no caso daqueles que perderam a vida por isso. Tem gente que diz que não tem dinheiro. Mas há outras maneiras de agir. Nosso tempo, nosso cérebro, enquanto nos pertencem, podem ser aplicados à solidariedade.
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Qualquer coisa
- Tenho tentado escrever, mas não consigo.
- Escreve qualquer coisa, ué. Você não é "professora" de português?
- Não é bem assim. Primeiro, esse negócio de "professora" só funciona na carteirinha, porque nunca dei aula mesmo. Além do mais, sempre acreditei que escrevia bem porque lia muito e não por causa da faculdade de Letras. Lia, escrevia. Agora estou descobrindo que sei menos do que pensava.
- Ah, desceu do salto?
- Menos. Ainda sei mais do que muita gente.
- Continua metida a besta.
- Fazer o quê?
- Então escreve.
- Ah... não tenho tempo, não tenho inspiração...
- Desculpas. Lembra do curso de oratória? Falar sobre qualquer tema em cinco minutos. Objetivo: exercitar. Você está é com preguiça. Procrastinadora. Você já escreveu sobre isso. Pior: está com medo. Não quer se arriscar a ser julgada pela falta de talento. Prefere se esconder.
- Pode ser. Mas quando estou andando tenho um monte de ideias. Basta eu sentar em qualquer lugar e pronto. Desaparece tudo. Sem contar que é verdade o que todo mundo que está estudando a internet, as redes sociais diz: elas atrapalham (ou será que emburrecem?). Hoje li num post do Globo no Facebook que um estudo mostra que estudantes que estão conectados a redes sociais estudam menos horas do que aqueles que não estão. Duh. Claro. Precisaria reler a notícia, mas parece óbvio. Resta saber se, no frigir dos ovos (ainda se usa esta expressão? ficamos horas com a professora de tradução editorial discutindo que palavras ainda se usam... mudaria o Natal ou mudei eu? até onde preciso me atualizar no vocabulário formal? a pergunta é porque no informal já estou "atualizada" até demais...), o resultado é negativo. Em um contexto tradicional, certamente. Mas nem sempre quantidade é qualidade.
- Você ainda está enrolando. Não tem nada a dizer?
- Eu tenho tanto pra falar, mas com palavras não sei dizer... =D
- Plágio não! Roberto Carlos pode se chatear!
- Ah, mas é que eu ando querendo torcer alguns pescoços, escrever não basta (e, aliás, parece que a coisa anda se espalhando, estava lendo há pouco um artigo sobre a recusa de editores norte-americanos em publicar livros de mais de 200 páginas!). Por exemplo, das ladras no supermercado Mundial de Copacabana que tentaram (novamente!) furtar minha bolsa esta semana - isto já aconteceu uma vez em 2006. Safadas. Que ódio! Fiquei irritada hoje também com uma pessoa da minha sala, tão imatura, coitadinha, que, em vez de passar para mim a lista de presença, que seria a coisa gentil de se fazer, simplesmente colocou em cima da mesa da professora. Foi de propósito. Fiquei perplexa. Uma coisa que pode até ser cabível em um adolescente, mas não em um adulto.
- E aí?
- E aí nada. Este post está sem pé nem cabeça. Vou dormir.
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Disciplina
O segredo para se conseguir alguma coisa é não se distrair. Infelizmente, eu preciso de alguém que me "puxe" a orelha o tempo todo. Minha atenção se perde num piscar de olhos por qualquer coisa mais interessantes, e como há coisas interessantes. Como está certo Ivan Lessa em sua crônica de hoje: excesso de informações - http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/08/100825_ivanlessa_tp.shtml - e se não estivermos preparados para fazer as conexões entre todas elas, ou acabam por se perder ou não fazem sentido algum, só servem para nos tomar tempo precioso.
Naturalmente, como não sou criança há muito tempo, só cabe a mim mesma o papel disciplinar. Adivinhem se eu sou bem-sucedida. Vou dando conta das pequenas coisas, mas seu impacto é tão pequeno que só fazem diferença para mim. Viver realmente não é preciso, e, no entanto, nos tornamos regulados pelo relógio desde o momento em que entramos para a escola e começamos a ter "deveres", porque passamos a ter compromissos. Criancinhas agendadas e estressadas sempre existiram, o que mudou foram os graus de exigências, dependendo da classe social, gênero, etc.
Ontem eu me deparei (de novo) com a ideia das 10.000 horas (Malcolm Gladwell) necessárias para se dominar algum conhecimento. Faz sentido para mim e já me cansa, pois vou levar uma eternidade para ser razoavelmente boa nesta arte de traduzir, ainda mais me perdendo pelo caminho. Não muito a fazer, pois passei boa parte da vida me dedicando aos muitos deveres, agora vou passar a outra metade (se é que me resta tanto) a me aperfeiçoar com um pouco mais de qualidade de vida. Então me distraí lendo um pouco de 'A mitopoese da psique', de Walter Boechat, um livro sobre mitos de um psicanalista junguiano. Claro, já está me dando vontade de ler outras coisas, seja de Jung, mas é certo que eu vou reler Monteiro Lobato. Cada passo que eu ando me dá vontade de dar um para trás. Escavações arqueológicas. Quero saber a razão de algumas coisas que fiz e faço, e acho que o passado pode ajudar. E sim, Monteiro Lobato, sua trupe e a mitologia grega foram fundamentais na minha vida.
Do ponto de vista prático, dei o primeiro passo para me livrar dos cupins. Qualquer dia eles tomam posse da casa. Já foi uma porta. Falta a cama (ainda bem que meu colchão é macio, se a cama se dissolver antes de conseguir trocar =/) e a moldura do ar-condicionado - que ainda está quebrado, assim, há uns 3 anos).
Enquanto isso, os livros e revistas continuam sua ocupação da casa. Não consigo parar de comprá-los, e não consigo lê-los em ritmo compatível. O acúmulo é inevitável.
O que me faz lembrar que tenho inúmeras fotos na câmera para descarregar e escrever sobre isso. Mas tenho mesmo de retornar ao trabalho.
terça-feira, 17 de agosto de 2010
O que a ansiedade tira de nós
Capacidade cognitiva. Aparentemente, ficar nessa gana de esperar, ler e-mails, Twitter, Facebook e etc., tira espaço da memória. Eu já pulei e chamei de ansiedade. Por outro lado, estava em estado catatônico, por conta de um remédio para ansiedade que me despersonalizou. É como eu enxergo. Qual é o caminho do meio? Eu estou sempre querendo - perseguindo mesmo (claro, esse negócio de dizer que procuro o meio-termo, equilíbrio, é uma coisa de tentar ser zen, mas ainda nem cheguei perto) a calma, mas acho que só consegui varrer para debaixo do meu tapete imaginário, que já está da altura do Empire State Building, todas as interrogações.
Estar ansiosa é horrível. Receber uma notícia micro e ter uma reação como se o mundo fosse se acabar é ridículo. Quer dizer, é doloroso, pq geralmente vira uma imensa dor de cabeça. Literalmente. Acho que seria ótimo se existisse uma gotinha que a gente pudesse colocar na língua quando a coisa estivesse para ficar em estado de alerta. Mas sem efeitos colaterais. Não pode te deixar dependente, e, prin-ci-pal-men-te, não pode te fazer dormir mais do que o necessário nem embotar o seu cérebro, ou te tirar a vontade de fazer qq coisa que não seja olhar para o teto.
Radicalizando: melhor ter a dor de cabeça. Bem, não, eu odeio dores, mas já tinha rodado farmácias e Mundo Verde atrás de valeriana (http://www.medicinacomplementar.com.br/biblioteca_doencas_ansiedade.asp), uma raiz que eu conheci em forma de comprimidinho, bem mais prático lá na França. Acabou, lógico, pq eu sou tão ansiosa que não quero dormir. Senão não dá tempo de fazer tudo. E tb pq sou noctívaga. Como o mundo real funciona de dia, nós não combinamos. Eu e Charlie Brown. E adianta reclamar? Continuo tendo de fazer as coisas, acabar minhas traduções, etc. etc. And also: shit keeps happening. What else is new? Não dá pra andar de armadura na vida. Valeriana it is. Aproveitei pra levar tudo que tinha na loja (chama-se O Herborista, o que faz lembrar coisa de antigamente, ou da Idade Média, gosto disso) - tem mulungu, passiflora (http://pt.wikipedia.org/wiki/Passiflora) e outros chás. Algo há de dar certo. O que eu não posso é passar o resto da vida, seja lá quanto dure, um momento, dormindo, ou olhando para o teto. Enquanto meu cérebro estiver funcionando, quero estar agitando.
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Procrastinação: why?
Será um post curtinho. Até porque estou no meio da redação de um trabalho. Ahn... mas não ia deixar a seco. Só que tinha uma ideia de hoje de manhã, pois, por coincidência, peguei num livro e vi a citação de que tentava me lembrar ontem e, segundo o autor, é de Sêneca mesmo, só que é a seguinte: "Se um homem não sabe a que porto se dirige, nenhum vento lhe será favorável."
Bem, devia fazer sentido literalmente, naquele tempo em que se precisava ir de um lado a outro comerciar, e hoje, óbvio, a não ser que você seja um mochileiro. Não é o meu caso. Mas eu sou meio incrédula, ou, quiçá supersticiosa com relação a planos para a vida. Gosto de fazer planejamento para viagens, por exemplo - até pq se não fizer, corro o risco de dormir na rua. Já chega a experiência de dormir no aeroporto de Chicago, por causa de uma tempestade em NYC. Mas chegar de mala e cuia (?) sei lá, em Paris, e bater de hotel e hotel perguntando se tem vaga, não rola.
Na vida fiquei cética depois do acidente e outras coisas. Tudo que eu ia pensando ou sonhando ia ficando esquisito, pra não dizer logo que ia escorrendo ralo abaixo. É o tal do foco? Será que se eu tivesse tido foco as coisas teriam acontecido? Círculo vicioso? Bom, não tem volta, e a ideia é move on.
Mas eu ainda procrastino. Seria por medo de... terminar... e não ter o que fazer depois? E quando acabaram as 1001 noites, o que foi de Sherazade? Diz-se que o Sultão acabou com a maluquice de matar as virgens e viveram felizes. Bom seria se os Ahmadinejads da vida também parassem de matar as mulheres iranianas, os talibans parassem de matar as afegãs, enfim, todos esses loucos parassem de maltratar mulheres, crianças, e semelhantes em geral.
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Organização
Um: quando estava pensando em escolher carreiras, arquitetura era uma delas. Papi me desencantou. Disse que "era coisa de mulher". E embora eu fosse impertinente, "acreditei". Me achava ruim em matemática, não quis encarar. Como muitas outras coisas - duas palavrinhas: medo e ousadia. Valem posts por si.
Outro: quando nos mudamos, procurava por ideias, e as revistas eram uma boa fonte. Daí para comprar compulsivamente era um passo.
Esses eram motivos, digamos, racionais. Outros, seriam os que levam qualquer pessoa a comprar: ver, se interessar, cismar, querer possuir. Depois é que a gente vê que se fizer isso com tudo acaba se deparando com o problema do acúmulo, do ter por ter, do excesso. Acabei de ler um artigo no NYT sobre isso (http://www.nytimes.com/2010/08/08/business/08consume.html?_r=1), bem a propósito intitulado 'But will you be happy?'. E tenho um livro que deixei no meio (e preciso retomar), chamado 'I want that!' (http://www.amazon.com/Want-That-How-Became-Shoppers/dp/0060959835/ref=sr_1_1?s=books&ie=UTF8&qid=1281581664&sr=1-1), cuja proposta é dar um insight sobre o que há por trás do impulso de comprar. Confesso que comprei para entender isso, mas não sei se vou gostar do conteúdo do livro, porque eu tenho dois jeitos de comprar: pela internet, aquilo que tenho certeza de que quero e não posso adquirir de outra forma (livros importados, por ex.) ou produtos que têm um preço melhor ou me poupam o trabalho de me deslocar à loja física; ou a compra pessoal - fora os itens de supermercado, os itens pessoais (tudo que tem de ser experimentado - roupa, sapato) e compras impulsivas.
Aqui temos um capítulo à parte: livros e revistas. Um dia pode ser que os livros morram e o e-reader o substitua. Por enquanto, se depender de mim, jamais. Sei que nos EUA há bibliotecas que estão se acabando. Triste, deprimente. Que alegria tocar um livro, ler uma página ou outra, ver orelhas, resumo, hesitar, pegar um e outro, às vezes anotar para comprar no mês seguinte, ou comprar no cartão, parcelar, fazer loucuras, deixar guardado para um dia, quem sabe. Já comprei até livro repetido. Já guardei livro tanto tempo que olhei pra cara dele e decidi que não ia ler e dei.
O resultado disso: pilhas de coisas pela casa. Gavetas, armários, caixas, mesa, cadeiras, sofá, chão. Com um agravante: a memória que trai. Porque tudo que não está à vista é esquecido. Como conciliar a necessidade de organização com a necessidade de lembrar do que existe? A primeira ideia que me ocorre é a simplificação. Diminua-se o número de coisas possuídas. Reciclagem, doações, arrumações, não se passa um dia que pelo menos 1 coisinha não recebe um destino nobre. Sou a rainha da sucata (apelido dado por um amigo, ex-colega de trabalho). Separo lixo, levo para os recipientes de coleta, procuro saber onde há campanhas, mas há algumas barreiras intransponíveis.
Uma: meus livros. Outra: meus itens de coleção, que estão nas minhas cristaleiras. E a preguiça que me dá de lidar com as coisas pequenas? Gente, é um cansaço sem fim. Chega uma hora que ou se joga tudo fora ou nada. Não sei se preciso de um organizador profissional ou de um psicólogo.
Diz a minha psi que arrumar a casa é igual a arrumar a cabeça da gente. Também acho. Achava. Sei lá. Estava lendo o artigo da Evelyn Hannon, que eu já conhecia do blog Journeywoman, ótimo para dicas de viagem para mulheres que viajam sozinhas, chamado Aging Disgracefully, no site da filha dela (http://www.yummymummyclub.ca/aging_disgracefully), em que ela fala duas coisas importantíssimas e que tem tudo a ver comigo e com este meu novo blog: desorganização e envelhecimento. Poizé. É tudo a maior confusão. Mas eu chego lá. Onde não sei. Porque não leio aquela frase que tinha na plaquinha da sala de um dos meus ex-chefes que dizia algo como "se vc não sabe para onde vai, qq caminho serve"; e eu jurava que estava escrito isso, e como autor Sêneca. Depois eu fiquei achando que era "se você não sabe para onde quer ir, ñ importa o caminho". Que, segundo o Google, é de Alice no País das Maravilhas.
Ora, para mim são duas coisas diferentes, mas eu nem vou especular. Só digo que na cabeça dele e do povo lá do trabalho, a visão era foco. Talvez seja isso mesmo. Sempre achei que meu problema fosse esse. Sou totalmente desfocada. Começo pensando numa coisa e daqui a pouco já estou lá no país das maravilhas. Minha mãe dizia que eu nunca terminava nada. Não era bem verdade. Se ñ fosse assim, eu ñ teria estudado tudo tão direitinho. E por isso fiz a primeira faculdade até o finalzinho, só de pirraça, mesmo tendo querido trocar. Hoje até acho legal ter feito, mas devia ter trocado na época, deveria ter experimentado, deveria... deveria...
Eu acho que estou mais para Alice mesmo, e meu carma era ir para a empresa onde trabalhei esse tempo todo. Aprender a ter foco. Aprendi? Don't think so. Mas concordo com a Evelyn, e trazendo para a realidade minha, minha casa nunca vai ser modelo de revista de arquitetura, embora eu confesse que tenho uma certa tristeza e angústia de vê-la desse jeito, porque ainda acho que isso reflete uma imensa desorganização interna minha. Tb ñ me incomodo de colocar à vista meus objetos personalíssimos e lembranças, e dane-se o resto. Só queria um caminho do meio, um equilíbrio.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Mais um dia
Pessoas que há muito não vejo pipocam no meio desses sonhos. Razão mais do que suficiente para justificar a aquisição de um livro de Joseph Campbell (um da série As Máscaras de Deus - podia escolher entre o vol. 3 ou o 4, gostei deste último, leia-se: descrição da contracapa - detesto essa mania de livro lacrado, e, de qq forma, ñ tinha tempo para desmantelar a embalagem, já sei do que se trata, não vou comprar a coleção inteira nem vou lê-la de uma vez, então, vamos ler a contagotas mesmo; "alguéns" compram sapatos por impulso, eu compro livros, vou empilhando pela casa, é só mais uma baguncinha) e de um Dicionário de Símbolos. Como se já não estivesse cansada de me dividir entre dois trabalhos para a faculdade, o sono invencível e a vontade de ler o máximo de livros trash que encontro pela frente + os livros realmente bons. Caminho do meio deve ser isso. Chamem o Buda para me explicar. Será essa a razão para a dor de cabeça junto com a dor nas costas que me apareceu de repente? Engoli um analgésico, depois de passar a tarde lendo Marian Keyes (estou com esse livro que encomendei na Estante Virtual há séculos (http://www.estantevirtual.com.br/), o que significa que assim que acabar posso abrir espaço para mais um livro na minha estante não virtual, iei!), e vim aqui tentar começar o trabalho da faculdade, mas o sono não deixou. Vou tentar dormir mais cedo, acordar mais cedo e ser mais disciplinada.
Ser discipinada para quem tem neurose de envelhecer e perder a memória (http://www.thedailybeast.com/cheat-sheet/item/new-test-can-predict-alzheimers/medicine/) não é muito fácil: é como se a gente virasse budista, ou seja, parece que qq minuto é o último, então é preciso aproveitar este momentozinho que se tem. E a melhor de fazer isso é:
( ) lavando louça
( ) estudando
( X ) lendo um livro que me dá prazer
Buh-bye.
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
O dia de hoje
Ó MAR SALGADO, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abysmo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa, de quem mais poderia ser? Pena que muitas vezes só se percebe que valeu tarde demais, quando a dor já não permite mais que se enxergue o céu no espelho do mar. Talvez se secarmos as lágrimas...
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
O poder da ansiedade
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Day by day
São grupos como o italiano Slow Food, que defende a alimentação sem pressa; o Città Slow, ou cidades do bem viver, onde diminuir o ritmo é lei; o japonês Clube da Preguiça; a norte-americana Fundação Longo Agora; e mesmo o SuperSlow, filosofia esportiva que recomenda musculação em câmera lenta.
O movimento conta até com uma conferência anual, a da Sociedade para a Desaceleração do Tempo, que usa a palavra "eigenzeit" --do alemão "tempo próprio"-- para resumir suas convicções. O evento acontece em Wagrain, cidade nos Alpes austríacos.
To see the buildings of Gaudi in Barcelona, smell roses in Uzbekistan, touch the coast of Norway, drink some vodka in Moscow, see stars in Honduras….that’s what I want to do
Before I die, I’d like to live my life the best I can. And when I will be dying, I would look in my past and I will think ” yes, I had great time.”
A música que apareceu na minha cabeça quando eu pensava neste post foi Day by Day. Foi uma verdadeira viagem no tempo, porque é de um filme de 1970, baseado em um dos evangelhos (Novo Testamento). Pode ser mais bizarro? Vejo no Google que a letra foi escrita por uma pessoa chamada Fredric Nietzsche. Really? Continua numa próxima. Eventually.
Day by day
Day by day
Oh Dear Lord
Three things I pray
To see thee more clearly
Love thee more dearly
Follow thee more nearly
Day by day
quinta-feira, 29 de julho de 2010
1001 noites
http://pt.wikipedia.org/wiki/As_Mil_e_uma_Noites
http://www.patriciamuller.com/101/
Arrastando os pés
quinta-feira, 3 de junho de 2010
domingo, 23 de maio de 2010
A angústia do tempo
Não li Proust, mas venho tentando recuperar o tempo perdido e, embora sabendo que é tarefa impossível, estou cada dia mais angustiada com a quantidade de coisas a fazer e deixadas de lado por falta de... tempo. Ou, como sempre afirmei, desorganização.
Antes era por causa do horário de trabalho. Agora, que não o possuo mais, o que é? Bem verdade que continuo com encargos autoimpostos, e o meu horário de dormir foi para o espaço (o que estou fazendo aqui a esta hora? tenho um monte de trabalho pra fazer pra faculdade e vou estar um trapo amanhã - que já é hoje mesmo), mas não posso negar que em não havendo mais a obrigação de comparecer mais à empresa, e poder me dar ao luxo de organizar meu próprio horário, o que está me faltando é disciplina. É? Então porque a angústia e a ansiedade? Porque não dou conta de fazer todas as coisas que pretendia fazer quando tivesse o poder de decisão sobre o meu tempo?
Uma pergunta sem resposta ainda. Mas uma outra pergunta que tem resposta é que a forma como minha cabeça pensa e se comporta não mudou, e isto se reflete exteriormente, o que me incomoda. Para todo lado que olho vejo coisas e mais coisas, excessos, acúmulos dos quais tento me livrar, mas só o consigo parcialmente. Minha ilusão era que o tempo serviria para arrumar isso e/ou dar uma solução satisfatória para essa bagunça, e uma das maneiras de fazê-lo dependeria, mais uma vez, de tempo (e, concomitantemente, de disciplina): boa parte de meu espaço é ocupado por livros e revistas. Para organizá-lo, preciso ler e descartar uma parte desse material. E o tempo para isso?
Estou andando em círculos, e agora estou com tanto sono que provavelmente o que escrevi não faz o menor sentido. Deixo assim mesmo, ilustrado pela curiosa imagem do prédio semidestruído perto da rua Senhor dos Passos.
Esta noite sonhei com uma metáfora da morte: Mr. Black, personagem vivido por Brad Pitt, título em inglês Meet Joe Black, em português Encontro Marcado. Foi uma semana em que a tônica foi a morte. Primeiro, porque fiz uma declaração dizendo que queria que meu corpo fosse cremado após minha morte. Depois porque foi aniversário de morte de meu pai (2003). E no dia (20/5), apesar de eu só lembrar à noite, fortuitamente (lembrei na véspera, pq datas ñ são o meu forte, elas vão e voltam), eu não falei de outro assunto com a psicóloga - papai, Mr. Black, cremação e outros assuntos correlatos. E sonhei.
É verdade, que para morrer basta estar vivo. E que, racionalmente, com o que sei, temo mais um Alzheimer ou uma doença degenerativa do que a morte, mas como ñ sei o que se passa, o envelhecimento começa a se tornar um terror, e a morte uma preocupação. De que calibre, não sei. Os sonhos determinam o que rola no sub e no inconsciente. Que sei eu?!?
De qq forma, foi bem melhor encontrar Brad Pitt do que outra forma de apresentação. Cheguei a um ponto em que me recuso a horrores, porque a vida real já nos é suficiente. Agora quero ver tudo com lentes cor-de-rosa e finais felizes. Na ficção, nos sonhos... Não que eu seja crédula, apenas quero ter meu espaço pessoal para sonhar.
Continuo precisando arrumar a casa. Externa e interna.
domingo, 28 de fevereiro de 2010
sábado, 30 de janeiro de 2010
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Sempre viajando
Pois vim fazer meu exercício diário (blog é vaidade, mas como cismei com a escrita, e um dos primeiros livros que li sobre escrever é que é preciso ter disciplina, pq não fazê-lo aqui?), e, dispersiva que sou, em vez de retomar o diário da viagem (a de férias), deparei com o livro do rabino Nilton Bonder. Chama-se Exercícios D'Alma, e muito antes de se falar em Twitter, eu já o sigo, fielmente. 10 anos, creio. Não sei como comecei, sequer sou judia. Que eu saiba, pelo menos. Talvez uma cristã nova, ou quem sabe, uma antepassada alemã. Basta-me saber que me encantou, e que tenho uma grande amiga judia que me esclarece os pontos que não entendo da sabedoria.
Pois eu, a grande procrastinadora, estou com a marcação do dia 11/01 (são leituras diárias, pequenas grandes reflexões), caminhando e voltando, me prometendo registrar para pensar mais um pouquinho. Se deixar, daqui a pouco já estou em 2011. Porque sou assim, penso, adio, adio... depois me pergunto onde foi parar o tempo, sabendo, claro, exatamente qual a resposta, e sabendo também que embora desejando, não faria diferente, porque eu sou meio Gabriela, nasci assim, cresci assim, e não gosto que me apressem, eu mesma já me apresso quando tenho minhas crises de hiperatividade ansiosa.
Acho que o que me chamou a atenção foi isso: "Nossas ações e comportamentos são o que realmente contam". Talvez não. Tem seguimento. Vou lendo dia após dia, ano após ano (não é Alzheimer, acho), e a cada vez me encanto, depois recomeço.
Por exemplo: "O que permanece é sempre o que se nutre da dúvida. As controvérsias verdadeiras são aquelas nas quais estamos prontos a ouvir e argumentar. São, portanto, fertilizadas da dúvida - do coração e da alma abertos." Claro está que não é bem assim. A dúvida nos angustia, nos deixa em crise. E coração e alma abertos são portas para o sofrimento. Quem se arrisca? Judeus e palestinos, talvez? O medo nos faz fechar tudo. Vivemos blindados, a síndrome do pânico nos assedia.
Aí o rabino diz: "A segurança absoluta é a morte. Se optamos pela vida e não pela morte, devemos trilhar o caminho da incerteza." Compreende? Claro, vivemos na incerteza, embora não a aceitemos. Queremos a segurança a todo custo. O medo, sempre o medo. Até então estávamos em um mês de contração. Aí passamos a um mês de equilíbrio. Expansão de equilíbrio. E ele cita Graham Greene: "Quando não estamos seguros, estamos vivos." "Quando os caminhos já estão predeterminados, a vida perde força. Sem flutuações, interações, escolhas e apostas não é possível se estar vivo."
Mas e quem paga as contas? E o povo do Haiti que não tem comida? E o emprego?
O rabino nos diz que "o pessimista perde sua vida preso à inércia; já o otimista se torna um alienado." Acho que entendo. Nem conto de fadas nem mala sem alça. "O que de mais terrível vi foi a tristeza do olhar daqueles que desperdiçaram oportunidades nesta vida. Fique atento à vida. Faça, ouse e busque. Mas acima de tudo, não ouça ninguém sem ter antes escutado o seu coração.
Quando eu quis escrever, em primeiro lugar, tinha uma ideia, que acabou por se converter noutra, completamente diferente. O que estava subjacente sempre foi uma tomada de decisão de vida, que é disto que se trata - na verdade, a cada momento, tomam-se decisões de todo porte. Mas a angústia ou a ansiedade foram crescendo e de repente eu fiquei achando que poderia deixar a cargo de outras pessoas tomar a decisão por mim. Erro. Só eu sou responsável pelas minhas escolhas. Vamos ver no que dá.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
A Igreja Protestante Memorial Kaiser William (em alemão Kaiser-Wilhelm-Gedächtniskirche) se localiza na Kurfürstendamm - ou, como costumam chamar, Ku'damm - no centro da Breitscheidplatz (mais detalhes em http://en.wikipedia.org/wiki/Breitscheidplatz), no distrito de Charlottenburg, perto do Tiergarten, do Zoológico, do KaDeWe, de uma estação de metrô cujo nome eu estou tentando lembrar porque tem uma inscrição que eu anotei e decifrei, muito curiosa (fica para depois).
O que distingue essa igreja é que ela não é um lugar exatamente de culto - a igreja original foi construída por volta de 1890, mas foi bombardeada em 1943. O prédio atual foi construído entre 1959 e 1963. Ou seja, vê-se o exterior, semi-destruído, e o interior, no térreo, convertido em um memorial (além de prédios anexos).
À esquerda da escultura de Cristo há uma cruz doada pela Igreja Ortodoxa Russa em 1988. Embora eu confesse que não lembro da cruz - o Cristo contra a luz que provém dos vitrais é algo impressionante, assim como os mosaicos deslumbrantes que adornam o teto da igreja. Contraponto às figuras políticas que se misturam às religiosas. Fazer o que? Mesmo tendo me despedido da religião católica na adolescência, meus ícones permanecem - não dá para misturar um governante com Santo Antônio, por exemplo. E nem venham me dizer que canonizaram um rei de França. Bleargh. Nunca disse que sou lógica.
Voltando: a igreja é emocionante pelo que representa, como toda Berlim - acho que desde o momento em que se entra no ônibus turístico, os fones de ouvido martelam esse refrão: não esquecer. Embora eu não tenha certeza se isso está no inconsciente coletivo do povo. A vida nos faz naturalmente esquecidos. Se ñ fosse assim, seria muito difícil viver... a angústia tomaria conta de nós e acabaríamos todos com síndrome do pânico. Pois converteram o templo em um símbolo de duplo sentido: por fora, igreja, e símbolo de expiação; por dentro, se ainda conserva traços do templo, foi esvaziada, e tem em suas paredes uma exposição de fotos, além de um balcão onde vende lembranças do memorial.
Emocionante? Indubitavelmente. Mas, como todo reality-show, precisa explorar essa emoção para pagar o custo da reforma. Ou algo assim. A vida está cara. Valeu a pena? But of course. Iria de novo e recomendo.
sábado, 23 de janeiro de 2010
Um pouco de Jane Austen
Uma parte de meu espírito é muito velha (muito mais do que o corpo, que este vai virar pó, de qq jeito), e outra tem a idade do momento: se eu vir um picolé de uva da Kibon, serei criança outra vez, e deixarei de lado qualquer desejo por um sabor mais sofisticado. Talvez até viaje no tempo em uma lembrança fugaz de uma visita escolar a uma fábrica de sorvete, talvez a própria Kibon da época, em São Cristóvão, ali perto da Mangueira ou algo assim. Tinha uns 6 anos e estava com a perna engessada. De nada mais lembro, mas parece que foi muito legal, pq a lembrança ficou, apesar de tudo que vai se esvaindo entre os neurônios...
Posso também ter novamente 16 anos, quando passava pela rua que fica do lado do Colégio Militar e cujo nome não lembro, e sai na Almirante Cochrane, ao sair do cursinho pré-vestibular, por volta do meio-dia, e morta de fome, depois de estudar em ritmo de fábrica desde 7 da manhã (nada de lanchinho, não tinha $$$ para isso), passava por aqueles pequenos prédios de 3 ou 4 andares e sentia os cheiros deliciosos dos almoços que já estavam quase prontos, fazendo meu estômago delirar - tudo porque quando estou saindo para o trabalho passo por uma rua onde há uns prédios similares onde já se começa a preparar comida cedo, temperada à moda caseira, cebola e alho, cheiro mais do que seguindo, perseguindo a gente, perguntando onde foi parar a simplicidade, o feijão-com-arroz. Ah, e o inesquecível é que por duas vezes eu cruzei com Gonzaguinha ali naquela rua.
E tem a eterna apaixonada por Jane Austen. O que pode abranger muita coisa. Seja lá como for, como eu não tenho de me justificar para ninguém, aos costumes: considerando-se que Jane já morreu há quase 200 anos, e ninguém conseguiu assegurar o copyright sobre seus personagens, qualquer pessoa pode fazer o que quiser com seus livros e personagens.
Não sei quantas adaptações cinematográficas já foram feitas, se existe alguma para o teatro (deixo essa investigação para os pesquisadores mais sérios, nacionais, como a Adriana Zardini, da Jane Austen Sociedade do Brasil - http://janeaustenclub.blogspot.com/) e outros, tanto quanto, que não tenho como citar, assim como os internacionais.
E existem também as produções literárias. Ah... tem de tudo. Dizem que Deus não dá asa a cobra. Talvez seja por isso que Ele não tenha me dado mais ousadia para perseguir o mestrado que tanto eu queria fazer em Literatura. Vai que eu conseguisse, e tivesse me tornado crítica literária ou algo assim... nem eu mesma me aguentaria.
Resumo da ópera: se eu ainda estou tentando descobrir o mistério da publicação de Pride and Prejudice misturado com os zumbis, que é a enganação do século 21 (junto com os panetones de Brasília, claro) - ou seria uma mistura de séculos, já que rouba o texto de Austen? - ainda não consegui concluir sobre este 'A Little Bit Psychic'. Lembrou-me um prato que experimentei lá em Belo Horizonte, chamado 'mexidão' (acho que era isso), recém-chegada na cidade e me juntando a uns amigos num bar no centro da cidade. Explicaram-me que era meio que uma raspa do tacho, juntavam as sobras e faziam aquele arroz. Dizia mamãe que a necessidade é a mãe da invenção (da fome tb). Não sei o que Jamie Oliver ou Nigella diriam. Minha fome ficou saciada, mas eu nem quero saber a origem daquelas sobras. O que um haitiano não daria por aquele mexidão!!!
Poizentão. Tentando exigir mais dos neurônios "analíticos": pegar os personagens de Pride & Prejudice e um roteiro previsível, mais o mapa do metrô de Londres, colocar umas cenas mais picantes, adicionar uma pitada de esotérico não devia gerar um livro. Ainda mais um que custa US$9,99. Fora o frete da Amazon. 110 páginas. ~fini~ É assim que termina a autora. Oui. C'est ça. Do you believe? Pas moi. Jane Austen não merece.
domingo, 17 de janeiro de 2010
sábado, 16 de janeiro de 2010
Voltando um pouco
O sapato
Um dia um homem já de certa idade abordou um ônibus. Enquanto subia, um de seus sapatos escorregou para o lado de fora ... a porta se fechou e o ônibus saiu, ficando impossível recuperá-lo.
O homem tranquilamente retirou seu outro sapato e jogou-o pela janela.
Um rapaz no ônibus, vendo o que aconteceu e não podendo ajudar ao homem, perguntou:
- Notei o que o senhor fez. Por que jogou fora seu outro sapato?
O homem prontamente respondeu:
- Para que quem o encontrar seja capaz de usá-los. Provavelmente apenas alguém necessitado vai dar importância a um sapato usado, encontrado na rua. E de nada lhe adiantará apenas um pé de sapato.
O homem mostrou ao jovem que não vale a pena agarrar-se a algo simplesmente para possuí-lo e nem porque você não deseja que outro o tenha.
Perdemos coisas o tempo todo.
A perda pode nos parecer penosa e injusta inicialmente, mas a perda só acontece de modo que mudanças, na maioria das vezes positivas, possam ocorrer em nossa vida. Acumular posses não nos faz melhores, nem faz o mundo melhor.
Todos nós temos que decidir constantemente se algumas coisas devem manter seu curso em nossa vida ou se estariam melhor com outros.
Estou com essa "história" na cabeça desde que me "perdi" em Praga. Pois deixei de contar que quando tirei a luva, minha luvinha de cashmere, que comprei num posto da Oxfam em Londres no ano anterior (coisas doadas), pra me salvar do frio inesperado, fiquei tão perdida (literal e psicologicamente) que não percebi que a luva se foi. Deve ter caído por lá, em Bilá Hora. Que, parece, segundo o Google, é o nome de uma batalha histórica. Nem quero saber, guerras, guerras, fome, terremotos, mortes, aquecimento global, frio no hemisfério norte, calor no hemisfério sul, tudo extremo, todo mundo sofrendo, fico me perguntando se vale a pena sorrir diante de tanta dor, às vezes. E o tempo todo eu martelei na cabeça a história do sapato, se eu tivesse percebido teria jogado a outra luva pela janela do ônibus... pelo menos alguém poderia ter aproveitado o par. Mesmo que eu tivesse congelado na estação no dia seguinte, às 5:30 da madrugada, esperando o trem para Berlim, com uma temperatura de uns 3 graus.
Parece retórica, mas não é, pq simplesmente não há ganho. Não concorro a nada. Quando me apego a algo, assumo. O exercício do desapego não é uma coisa muito fácil - há uma tradição, que também é uma contradição: guarda-se muito e doa-se muito em minha família. Somos todos loucos, por Tutatis. Mas que belos narizes. Nem todos. =D
Divago. Também um hábito.
Era isso. Lá se foi a luvinha verde adquirida numa loja de caridade. Não serviu a ninguém, virou lixo. A que restou não tive coragem de descartar. O par que a substituiu fez um mau serviço - é de fibra sintética, e deixa os dedinhos de fora (pensei que seria bom para tirar fotos e aqueceria do mesmo jeito, bobagem, tremenda inutilidade). Quanto tempo levará até que eu tenha coragem de descartá-la ou descobrir alguma utilidade para ela? Coisa de louco.
Enquanto isso é certo que as coisas mudam constantemente, e perdas e ganhos são ilusórias se acharmos que nos definem.
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