sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Inquietude


Saio pela primeira vez em praticamente um mês que não seja para médico ou correlacionados. Desço a rua, entro na loja de óculos, experimento um, saio sem comprar, continuo, vou até a livraria, estoque medíocre de pockets (um tablet, por favor!), compro uma revista e um livro de ficção para adolescentes. Quero ver se me inspiro para escrever.


Sigo para a Santa Satisfação para almoçar. Uma massa gostosa, minha Coca habitual. Passo no supermercado para uns básicos e pego um táxi de volta para casa. 


Quase normalidade. No caminho vou olhando de um lado para o outro tudo o que faria se estivesse realmente "normal". É a impossibilidade de ficar simplesmente parada. Lógico, só de estar andando é um milagre - a gente não se dá conta das coisas básicas que faz todos os dias, só quando fica incapacitada de fazê-las. E a inquietude bate.


Já li e reli livros. Fico de um lado para o outro olhando títulos na estante. Quero pegar minha escada e ver as caixas que estão sobre os armários mas não posso. Me agonio. Estou com cinco livros no meio. Leio, paro. Não me prendem a atenção. Nada me prende a atenção. A televisão também não está mais conseguindo mais me atrair. Não posso ficar muito tempo sentada, portanto, nada de computador. Irritação.

Clarice: escrever é o mesmo processo do ato de sonhar: vão-se formando imagens, cores, atos, e sobretudo uma atmosfera de sonho que parece u...