quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Defesa do Consumidor

Ainda estamos longe da verdadeira proteção ao direito do consumidor - apesar de um belo código.
O Shoptime, por ex., se faz de esperto. Recebi, como todo ano, um e-mail me concedendo um desconto pelo mês de aniversário. Clica-se para se chegar ao site, mas ñ há uma oferta especial. Consultado o atendimento on-line (conversa registrada), ficou confirmado que qualquer produto adquirido teria o desconto. Ñ foi o que ocorreu. A resposta do marketing é que eu ñ cliquei a partir do e-mail. Mentira. E ainda se finaliza o e-mail para eu recorrer à "auto-ajuda". Quase corri para ler Louise Hay. Ou para alguém que realmente tenha estudado marketing na Coppead, por ex., como minha filha.
Agora, abro O Globo, neste último dia do ano, e leio a seguinte pérola na coluna de Ancelmo Gois, sob o título 'Acabou em pizza':

Na noite de Natal, uma consumidora carioca descobriu desolada que seu chester da Perdigão veio sem uma asa. Acionada pelo SAC, a empresa ofereceu mandar outra penosa.
A madame argumentou que não chegaria a tempo da ceia. A Perdigão, então, mandou no lugar... uma pizza de presunto.

Então tá. Será que o Shoptime e a Perdigão vão notar que deixamos de comprar seus produtos? Vou espalhar e ver no que dá.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

domingo, 28 de dezembro de 2008

Crítica literária pretensiosa

Terminei de ler o Confessions of a Jane Austen Addict (relembrei os tempos de devorar livros, e fiquei até 4 da madrugada - já tinha lido o final mesmo, então... o q é um feito e tanto, considerando a minha atual dispersão, e considerando-se q na hora do almoço ainda estava começando). Well. O q gostei:
"... all I can do is obsess about whether some strange woman that might be living in my body is dissatisfied with her new home. Anna once told me that obsession is just the mind's way of avoiding the real issues."
Em todos os livros há os agradecimentos de praxe relativos às pesquisas que permitiram a formação do cenário. Imagino que alguém há de ter realmente falado isso: a obsessão é apenas o jeito de a mente evitar os assuntos importantes. Será? Deu-me o que pensar.
Tinha outra coisa interessante, mas ñ estou conseguindo achar.
O que eu achei: espreme, espreme, e não passa de um entretenimento (mais um) que bebe na fonte-mestre: Jane Austen. Há os agradecimentos de praxe, inclusive à Jane Austen North American Society. Bem, se eles fazem bailes de época, devem ser como os Trekkies. Aficcionados, quero dizer. Nada contra. Se eu tivesse ido a Bath em setembro, pegaria o Festival Jane Austen. Pelo menos a minha loucura é mansa, eu ñ jogo bomba em ninguém.
Fato é que que eu esperava um pouco mais. Gostei mais de Jane Austen in Boca, hilário, ou Me and Mr. Darcy. Quando os textos tentam reproduzir a época acabam se tornando falsos. E a conversa entre a personagem principal e Jane Austen, what the hell?!?!?!?!?!?!

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Obcecada?

Cá estou eu, tomando chá com Mr. Darcy, como prometia a propaganda às sonhadoras admiradoras de um dos mais suspirados heróis românticos literários e agora cinematográficos. É claro que Colin Firth, o galã britânico, colaborou muito para solidificar a imagem. Embora eu ache que Matthew MacFadyen tenha demonstrado mais expressividade no filmete com Keira Knightley como protagonista. Parece que a gente ñ pode ter tudo. Entre um e outro, é melhor ficar com Colin, já que a produção da BBC é fiel (menos o final), e os atores esplêndidos. Mas o chá... tudo é uma questão de atmosfera. Como em toda viagem. É preciso entrar "no clima". A gente chega no The Jane Austen Centre, e começa ouvindo uma breve palestra, bastante correta (é só checar na biografia de Jane). Depois, segue-se a visita, e pode-se assistir a um filme de 15 minutos, narrado pela atriz Amanda Root, que atuou em Persuasion, produção de 1995 da BBC. Ela caminha pela Bath de Jane. Perfeito, já que Persuasion se ambienta na cidade. A exposição é de roupas do filme Miss Austen Regrets, naturalmente, inspirado na vida de Jane. Ainda ñ consegui ver. Interessante é que as roupas foram feitas por mulheres de Sri Lanka, através de uma ONG chamada "Power of Hands", como parte de um projeto de manutenção de uma tradição na confecção da seda, e após o tsunami. Ao final, a lojinha. O lugar é pequeno, nada grandioso. Mas é imenso, emocionalmente.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

BlogBlogs.Com.Br

Viciada em Jane Austen

Não me canso de me surpreender comigo mesma e com o público em geral pela capacidade em produzir e absorver obras derivadas de Jane Austen. Faço parte de comunidades no Orkut sobre Jane, e recebo 2 newsletters, uma brasileira, Jane Austen Club, e outra inglesa, The Jane Austen Centre, originária de um pequeno "museu" sobre Jane em Bath, que tive a chance de visitar em outubro deste ano. Jane ñ viveu nessa casa, e sequer gostava de Bath. Mas dois de seus livros são ambientados lá - Persuasion, o segundo melhor, para mim (depois de Pride & Prejudice, lógico), e Northanger Abbey. É puro deleite andar pela cidade seguindo os passos de Jane ou seus personagens. Aliás, fui à cidade por causa dela. Uma graça divina por que sou infinitamente grata.
Mas é realmente surpreendente saber que Jane sequer foi reconhecida em sua lápide como escritora, pouco dinheiro ganhou com suas obras-primas, que hoje já chegaram a Holywood, e, no entanto, tantos filhotes produz. Comprei outro livro que fala sobre o apelo de Austen no século XX, mas por ora me concentro neste Confissões de uma Viciada em Jane Austen. O que me chamou a atenção foi uma coisa peculiar e que me incomoda obsessivamente: pois a personagem principal se vê embrulhada na vida típica do século de Jane (XIX), o que quer dizer, sem as comodidades sanitárias de que dispomos, e precauções higiênicas de toda espécie, inclusive românticas. O que me levaria a uma longa e inadequada comparação entre o livro que eu ainda ñ li (ou qq outro livro de entretenimento de fantasia romântica) e um livro da geração de Jane Austen. Enquanto um tentava retratar costumes, outro os evoca e os adapta a gostos atuais - como a mais recente versão de Pride & Prejudice (com Keira Knightley) ou Becoming Jane (com Anne Hathaway). O que se vê ali é uma sombra do que seriam, possivelmente, as pessoas na época retratada, colocadas num ambiente, digamos, da primeira metade do século XX. Ou seja, uma grande confusão, e nada verossímil. Como entretenimento, porém, bons. Ñ excelentes. Beneficiam-se mais de bons atores e da aura de Jane Austen. Sempre ela, mágica.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Memories


Memória. Coleciono coisas pq me trazem lembranças. Jogo fora - eventualmente - aquelas q trazem de volta os momentos ruins. Conservo e cultivo aquilo q me evoca momentos de prazer, de felicidade, ou de aprendizado. Quase tudo é passível de cumprir esse papel. Uma comida, bebida, um cheiro, uma fotografia. Pode ser um apego ao passado, mas é uma prática que, enquanto gratificante, persistirá. Assim são os cookies de New York. Uma experiência inesquecível (até agora...). Todos os cookies são mais ou menos iguais. Claro, dependendo dos ingredientes. Mas eu ñ posso, por ex., diferenciar um cookie nova-iorquino de um londrino. Mas, ah, os cookies de NYC têm toda uma história inscrita nos meus neurônios - a lembrança da minha melhor amiga, já falecida, o deslumbramento da provinciana que, de alguma forma, recebeu a graça de embarcar num avião e botar os pés numa das cidades mais fascinantes do mundo... os cookies são uma experiência sensorial - acordar, sair do hotel, andar pela Broadway, chegar na esquina da 34, depois da Macy's, e ser atraída pelo cheiro irresistível do chocolate, da iguaria recém-saída do forno, tudo concentrado e perpetuado na mordida do cookie gigante, no sabor do chocolate derretido... depois de 8 anos, fui à busca daquele cookie. Como disse, pouca diferença há, a experiência pode até se recriar bastando, para isso, uma simples receita. Mas era aquela loja (na verdade, um balcão). Tudo mudou na cidade, até o pequeno mall onde estava a loja, e algo da magia perdida pela ausência da amiga de todas as horas. No entanto, bastou parar um momento, isolar o mundo, e prestar atenção naquele momento em que o chocolate se derrete na boca, o sabor chega ao cérebro e flashes do tempo passado explodem doce-amargamente, prazer e tristeza entrelaçados inexoravelmente. Até q a memória se perca.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Pedaços


Absolutamente sem inspiração. É por isso que minhas tarefas permanecem inacabadas. Alguém, ñ lembro quem, disse que uma obra de arte era produto de 90% de transpiração e 10% de inspiração. Claro, os percentuais podem estar errados, mas essa é a idéia. Ora, pois. Ñ gosto de transpirar. Acho disgusting. E muito cansativo. Fico pensando se já ñ esgotei toda a minha capacidade intelectual. E nem adianta lembrar que Peter Drucker morreu com 95 anos e intelectualmente ativo. Pois se eu fosse Drucker, estaria em outra situação. Ando meio deprimida. Pode ser hormonal. Ou um vislumbre de realidade, algo que eu procuro sempre esconder de mim mesma. Tenho medo de deixar minha sombra por muito tempo à tona. Ando meio deprimida. Cansada. Estou à busca de um caminho mais significativo, mais prazeiroso - mas já faz tempo, e nada. Seria a aproximação de mais um aniversário, mais 1 ano na direção da velhice inexorável? O que me faz lembrar minha escritora favorita, Jane Austen (1775-1817), que morreu aos 41 anos, e deixou uma obra fabulosa - embora ñ tão reconhecida em seu tempo. A lápide em seu túmulo, porém, só registra suas virtudes cristãs, ñ seu talento. Outra discussão e totalmente fora de contexto. Só lembrei (mais uma vez) de Jane pq ela nasceu no mesmo dia q eu. E vive até hoje. Inveja? Provavelmente. Mas, na depressão, só Mr. Darcy poderá nos salvar. Colin Firth, imortalizado como o herói de Jane Austen, agora me olha do imã pregado na minha geladeira. Crazy.

domingo, 23 de novembro de 2008

50 and counting. Now what?

Li em um livro que andar por uma cidade é uma espécie de experiência em andamento. Acho que isso pode ser a explicação (ou parte, pelo menos) do que acontece quando viajamos para algum lugar diferente de nossa realidade ou do que conhecemos, ainda que por meio de filmes, livros. Quanto mais diferente, mais nos expandimos mentalmente. O difícil é depois nos "adaptarmos" ao nosso corpo. Pelo menos é o que eu venho sentindo. E, como disse que essa poderia ser somente uma parte da explicação, é pq pode ser muito mais do que isso, e a viagem ser apenas o que despertou a estranheza de mim, da minha realidade.
A idade faz diferença. O que fazer depois que envelhecemos? Adquirimos uma nova perspectiva dos fatos e coisas. O que antes tinha importância passa a não ter mais. Ou vice-versa. Passamos a prestar mais atenção no tempo, afinal, passamos a dispor menos dele - pela ordem natural das coisas. O desperdício já não é mais possível. E a mesquinhez passa a incomodar cada vez mais. O que dizer da estupidez quando comparada a monumentos milenares? Ela tem lugar em uma catedral por onde passaram almas atormentadas por 1000 anos?
O que fazer de nossa pequena vida diante da grandeza possível?

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

A tristeza

Um auto-exilado do Rio me disse q a Cidade Maravilhosa não é mais. Desde o resultado das eleições de ontem, sou obrigada a concordar com ele. Só ñ queria enxergar. A favelização, a violência, a falta de educação, e agora, a esquerda vergonhosa e envergonhada se aliando ao prefeito eleito. Como dizia Boris Casoy, é uma vergonha. Agora, só me resta torcer por Obama, q, pelo menos parece ñ ter o "dedo nervoso" para começar uma guerra nuclear.

Vergonha, vergonha.

Apesar de q, Campos (RJ)...

E o q são esses malucos em LA comemorando 25 anos de Thriller fazendo a coreografia na rua?!?!?!?!?! Well, melhor do q ver as manchetes dos jornais cariocas de hoje... 55.000 votos de diferença, e mais de 200.000 abstenções. E se o voto ñ fosse obrigatório?

domingo, 26 de outubro de 2008

A esperança


Estava viajando quando houve o primeiro turno das eleições municipais no Brasil. Sempre tento manter algum afastamento, para dar uma faxina na cabeça, se não, qual seria o propósito de férias, de fazer alguma coisa diferente? Mas descobri q quem tem filhos ñ consegue se desconectar por inteiro, daí o acesso à internet ser um must. Depois de um chá com Mr. Darcy, ruínas romanas e ancestrais (Stonehenge), foi até estranho lembrar da realidade deixada para trás. Ter a oportunidd de observar a capacidd humana de produzir beleza e engenhosidd inacreditáveis há milhares de anos dá uma nova perspectiva ao enxergar as coisas - e, certamente, política está entre uma das coisas mais mesquinhas, pequenas q o homem já foi capaz de produzir. Ou, alguns raros, pode estar associada a uma grandeza inimaginável, tanto quanto uma catedral milenar.

Pois. Enquanto me conectava no YMCA de Bath, lembrei de checar como andavam as coisas no Rio. Cedo demais para dizer. No dia seguinte, a boa surpresa: Gabeira estava no segundo turno. 1 fora (Crivella), outro quase (Paes). Ora, ora, algo de novo sob o céu. E, apesar de Hillary Clinton ter saído do páreo, Barack Obama se descortinava como uma esperança de mudança.

Ok. Mundo em crise: os defensores do mercado livre se dão conta de que mercado livre é, na verdade, uma cobertura para a ganância desenfreada. Tudo bem, como disse o personagem fictício Austen, pai de Jane, no filme Becoming Jane, nada quebra tanto o espírito do ser humano como a pobreza. Uma das grandes mentiras propagadas por alguns cristãos, o de que a riqueza se compara ao pecado, e a pobreza leva ao "céu". Tirando Francisco de Assis, todos q disseram isso eram os ricos q queriam manter o status quo, à custa da exploração do semelhante. Como os CEO da Enron, e outros que aplicaram o golpe da pirâmide no mundo inteiro. Os valores das empresas na bolsa, super-inflados, estão de dieta. Espera-se, mais saudáveis no final das contas. Enquanto isso, como sempre, os mais pobres vão pagar o preço, com a recessão, o desemprego.

Volto para a realidd - nada mais "apropriado" para mostrar isso do q passar pela alfândega, e se livrar de ser enxergada como criminosa (ñ sei o q esperavam achar no salto do meu sapato, ou na minha mala), e sentir o calor desagradável, deparar com uma amostra de uma escola de samba, com direito a mini-bateria e algumas passistas semipeladas, e atravessar a Linha Vermelha repleta de incertezas, perigos e sub-habitações irregulares espalhadas.

Mas ainda, alguma esperança, afinal, Gabeira estava no páreo. GloboNews, CNN, BBC, Fox News, internet - crise, recessão, baixarias na disputa municipal: as filhas de Gabeira tiveram de receber proteção policial por conta de ameaças anônimas. As igrejas fundamentalistas chocadas pq, aparentemente, Gabeira é filho do capeta, já q tem propostas libertárias, coisas de q elas nunca gostaram. Ñ foi à toa q a Inquisição prosperou, ou a perseguição às bruxas, tanto por parte de católicos como protestantes. Uma das coisas q me impediu de apreciar 100% Londres foi o onipresente orgulho imperialista das conquistas coloniais. Visitar a Torre de Londres é ao mesmo tempo interessante e chocante (especialmente quando se assiste à série Os Tudors - claro, já q era "pecado" se divorciar, então matemos as mulheres... parece q Henrique VIII estabeleceu um padrão muito apreciado até hoje pelos homens ciosos de seu machismo e de seus bens).

Baixaria, violência. Alianças chocantes: q esquerda é essa, a do Rio, somente ciosa de seu EGO (meio como Heloísa Helena, q abriu espaço para Collor, pq achou q com uma perspectiva de obter 1 ou 2% dos votos nas eleições para a presidência poderia fazer alguma diferença... qual é o problema dessas pessoas? como um ego pode ser tão espaçoso?)? Aí se juntam os órfãos de Crivella, os órfãos dos piedosos de todos os espectros, mais as madames da TFP, e lá está Eduardo Paes com vantagem sobre Gabeira. Disgusting.

Um relato inteligente sobre o último debate Gabeira-Paes pode ser lido no blog Trivialidades da Vida (http://trivialidadesdavida.blogspot.com/).

Seja lá qual for o resultado, o mundo está em transformação. A crise econômica, a crise ambiental, a crise política. Nada de novo no cenário planetário. Congelamento ou aquecimento vêm acontecendo há milhares de anos. Se as estrelas são apenas um ponto de luz indicando corpos gigantescos mortos há milhares de anos, o q somos nós? Pretensiosos seres q estão se achando. Mas q, apesar de viverem tão pouco tempo em termos relativos, são capazes de fazer imenso mal. É respirar e viver o momento presente, como dizem os budistas. E, como diz Ivan Lins, na inspirada canção, desesperar, jamais. Sem inércia, porém. Gabeira e Obama acenderam uma luz. Que seja forte para se espalhar.

sábado, 18 de outubro de 2008

Eu bebo sim...

Quando a companhia é boa, até eu bebo... é claro q os puristas dirão q cerveja com chocolate ñ é bebida, mas mesmo assim... brasileiros, alemães, ingleses... uma boa surpresa...

Delirium Cafe & Taphouse, Brussels - Belgium - o folheto da propaganda diz q lá é possível provar mais de 2000 cervejas de todo o mundo...


sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O caminho para o novo

"Em seu livro A Fruitful Darkness (ñ traduzido ainda), a ecologista e antropóloga budista Joan Halifax diz q todo mundo tem uma geografia própria, q pode ser usada para mudanças. É por isso q viajamos para lugares distantes. Saibamos disso ou ñ, precisamos renovar nós mesmos em territórios frescos e selvagens. Precisamos ir para casa passando por terras estranhas. Para alguns, essas são jornadas em que mudanças ocorrem intencional e cuidadosamente.
Porém, para a maioria das pessoas atualmente, esse sentido de sair em busca do novo, do fresco, do desconhecido, está meio de lado. Ainda q sobrevivam exemplos como os intercâmbios acadêmicos e os períodos 'sabáticos', a viagem exploratória há muito cedeu lugar à pura distração. Vivemos na chamada cultura da embriaguez, onde o q vale é o prazer. As pessoas viajam para descansar, se divertir, ñ para encontrar o desconhecido ou encontrar a si mesmas. Ninguém quer sair da zona de conforto. Basta marcar as férias p/ começar a corrida atrás de uma acomodação com TV, ar-condicionado e frigobar.
O problema é tornar a viagem um prolongamento da vida cotidiana. As viagens hoje em dia são superprotegidas, as pessoas se armam, querem levar todo seu conforto. É cada vez mais difícil elas se soltarem ao risco, entenderem a borda do limite, diz o psicanalista da Faculdade de Educação da USP Rinaldo Voltolini.
O pulo do gato: para ser transformadora, a viagem deve proporcionar um corte, uma perda de referências. Um acompanhante é sempre uma referência. É quando estamos sem onde nos segurar que sabemos quem realmente somos. É hora de assumir as pps decisões e de cair e sair sozinho de apuros. O q vc prefere fazer? Viajar sozinho ajuda vc a experimentar esse corte a q, se a realidade ñ lhe impõe, fica mais difícil chegar com as pps pernas. Freud já dizia: o psiquismo é conservador, quando encontra um caminho ñ muda."

Então, esse texto é da revista Vida Simples, de ago 06. Estava no baú e veio a calhar, pelo menos traduziu algo do q sinto quando resolvo viajar. Até pq sempre há a limitação do $$$, então é preciso escolher. Talvez essa limitação seja determinante para evitar o "conservadorismo". Alguns confortos são necessários, pelo menos para mim - ñ a TV, descobri, ou o frigobar. É impossível, creio, viajar, sair de casa, e continuar a ter as mesmas condições q se tem em casa. O nível de acomodação deve depender do lugar a onde se vai. Quanto maior o nr de alterações do "normal", maior será o "risco", e maior o aprendizado (minha opinião, claro). Concomitante é o aumento da ansiedd. Mas cada passo dado e objetivo atingido é uma vitória. Esta viagem me deu exatamente essa percepção: estive sozinha a maior parte do tempo, desde o planejamento, e digo q é um caminhão de estresse. No entanto, quando tive a oportunidd de ter uma companhia para ir a Ghent, o medo - sim, esse é o sentimento básico - diminuiu. Alguém para dividir a dúvida, para ajudar a tomar decisões, para acompanhar... até tenho dúvidas se realmente só se aprende viajando sozinha. Estar com alguém q se acabou de conhecer tb implicaria algum risco, já q é o novo sob outra forma. Nenhum conforto planejado, afinal, se tratava de uma pessoa ñ conhecida anteriormente, possibilidds múltiplas, cidades, idades/gerações e objetivos diferentes. No entanto, foi como uma pausa para respirar no meio de um bombardeio de novas sensações. Muito bem-vinda. Alguns de nós fazemos viagens curtas por questões práticas, o q é possível. Então temos de otimizar o q fazemos, potencializar cada minuto de experiência, fazer o máximo no mínimo de tempo q nos é permitido. Essa é a nossa viagem exploratória possível, ñ o grand tour q se praticava no século XIX (quem tinha $$$, lógico, sempre...). O cansaço físico é imenso. Mas há um cansaço psicológico tb. Lendo esse texto (q está fazendo este post ficar gigante) me dou conta das razões para isso: overload. Aí a gente passa o resto do ano, ou, quiçá, o resto da vida na rotina e tentando reviver essa(s) experiência(s) para ñ submergir na mediocridd. Imaginem o q é perder essas memórias...

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Stonehenge


Primeiro eu pensei: afinal, são só pedras. Tinha acabado de assistir a um Discovery ou History Channel (ou seria NatGeo?) mostrando uma escavação na região (ñ vi nenhum vestígio), os movimentos de vai-e-vem das pessoas q moravam ali 2500 a.C. e como o monumento foi erguido (pelo menos como achavam, pq eu ñ conseguia acreditar como pessoas como nós poderiam levantar aquelas pedras, pesando 25 ton cada, e colocá-las onde estão até hoje (bom, o q restou delas), especialmente aquelas horizontais. Como?!?!?!?!?!
Até tentei ir a Glastonbury (um lugar espiritual e mítico, tanto para os cristãos como para os interessados nas lendas sobre o Rei Artur, já q ali teria sido Camelot), mas, se entendi direito, ñ havia trem direto para lá de Bath, teria de fazer uma triangulação e estava sem o menor saco, e para ir a Salisbury, seria só 1 h de trem. Foi tudo intuitivo: visitei as Termas Romanas, e sem ter o q fazer depois, acabei na estação de trem. Chegando em Salisbury, e agora? Ônibus turístico, claro. É a solução mais prática - e era mesmo. Stonehenge era longe, tem de pegar estrada, como eu iria chegar lá de outro jeito? E ainda tem o guia. Claro, num dia de semana, chuvoso, frio, qual seria a possibilidd de ter espírito-de-porco? Nenhuma, certo? Até achei q seria a única passageira. Fui dar um rolé e comer alguma coisa, e quando voltei, tinha mais gente. E os espíritos-de-porco apareceram. Brasileiros, claro. Nem acredito na sorte q dei em Bruxelas, pq esses do ônibus eram os típicos turistas mal-educados. Ñ paravam de falar (e nada interessante), dificultando mais ainda o já difícil entendimento do britânico sotaque (como diria o primo bretão do Asterix). São q nem carrapato. Grudam q ñ saem (foi o q me disseram, ñ me lembro de ter pego nenhum - a superproteção de mamãe foi positiva nesse caso).
Well, lá estavam as "simples pedras". Q ñ têm nada de simples. São incríveis mesmo. É só parar pra pensar q tudo q a gente vê tem história. Pode ser 1 ano ou milhares de anos. O q tem por trás daquele objeto, daquele monumento? Como viviam as pessoas, como elas foram capazes de transformar matéria-prima?
É essa sensação de história fluindo, passado-presente se intercomunicando q fascinam. É deslumbramento total. Pelo menos para mim.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

PAUSA: What is the Girl Effect?

What happens when a girl child in the developing world gets a chance?

* If she receives seven or more years of education, she marries 4 years later and has 2.2 fewer children.

* Educated girls grow into educated women, who are more likely to have healthier and better educated children.

* An extra year of primary school boosts a girls' future wages by 10 to 20 percent.

Now what happens when you multiply these effects by the 600 million girl children around the globe? You change the world. In fact, research shows that investing in girls is one of the best ways to fight poverty.

Watch a wonderful, creative video about the Girl Effect on CARE's website.

http://www.care2.com/dailyaction/homepage.html

Carta (editada) de 10/10

... Londres é muito diferente de NYC, a única rua q tem movimento de Bdway é a Oxford St, onde tem a tal Topshop (=Kate Moss), q vi numa reportagem ser a "barganha à inglesa". Tá bom. Caríssima (ou eu é q sou pobre...). A loja-mãe, na Oxford Street é um caos. Melhor dizendo, um mafuá. Dúzias de mulheres (esta semana passou um especial numa dos canais da BBC, mostrando Twiggy, Kate Moss, e mais 2 modelos, falando desse negócio de moda "popular"). O q eu concluí: homens elegantes e mulheres horrorosas. Diferente daquele estilo business woman nova-iorquina. Se bem q algumas roupinhas da Carrie Bradshaw são de arrepiar...

Fui num tal Spittalfields Market, e me lembrei do Saara. Comprei uma mala-bolsa (de mão), q me saiu barata até pelos nossos padrões (por ex., a Le Postiche, q está achando q é grife...); entrei na Armani Express e vi uma bolsa lá pelo mesmo preço q se vê na Andarella, Arezzo, e até do cara q vende bolsa no trabalho... como dizia papai, pra cada esperto tem um bobo... bem verdade q os chineses estão produzindo em massa e muito barato - é para nos preocuparmos com a concorrência e com o fair trade, mas tem horas q ñ dá pra hesitar, ñ dá para pagar 3 vezes mais caro). Legal é garimpar nas "lojas" q revendem o q é doado - achei livros lá por 1/3 do preço. Mesmo convertendo, saíram mais baratos q aqui ou pedindo pela Amazon.

No final, descobri a loja chamada Primark. Ali sim. É por isso q eu via todo mundo com a bolsinha de papel pra baixo e pra cima. Ainda bem q ñ descobri antes. Deus é sábio. Mas pra administrar, eu descobri um ibuprofeno genial para dor de cabeça. Melhor ainda, descobri uma massagem chamada tui-na. Ou o profissional é q era fantástico? Ñ sei. Vou perguntar pra minha especialista.

...

No final das contas, esses guias são uns bestas. É assim: se quiser ser doida, é comprar a passagem (parcelada), ficar 3 dias num albergue, andar o dia inteiro e cabô. Claro q depois são 3 meses de recuperação, fazendo fisioterapia (os braços, os ombros, as pernas quase caindo). É o q se chama "aproveitar"...

Legal mesmo seria compartilhar a viagem com meus filhos. Mas andando com calma, sem drama.

domingo, 12 de outubro de 2008

ok, that's it

Acabou-se o q era doce. Ou, no caso, apimentado.
Acabei de sair do McDonald's. De novo. Descobri ontem um sanduiche chamado Sweet Chilli Chicken (q, alias, ontem foi mais barato, pq era o deli do dia), maravilhoso. Hoje foi mais complicado: a menina insistiu em me dar opcoes (pao branco ou integral, queijo ou nao, etc.). Hoje dispensei as batatas. Tempo de comecar a dieta. Ontem eu chutei o balde, comi com as batatas e ainda fui de Ben&Jerry (ice-cream) para completar. 
De quebra, consegui um brinde (abandonado no balcao) para minha sobrinha.
Antes disso, fiz uma massagem. Sim, na Oxford St. Precisava. Estou quase morrendo. Sugestao para a "minha" fisioterapeuta: Tuina. Genial. Por falar nela, hoje, finalmente, fui no museu de cera, e tirei uma foto do Homem-Aranha. Nao sei se vai sair, mas fica a homenagem.
Agora estou na loja da Apple, navegando e postando digratis. Eu quero um MacBook.
Bon Voyage pour moi.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

High School Musical

Todo mundo igual. Os atores desse treco (nao sei se eh um programa ou filme, minha sobrinha deve saber) chegaram aqui esta semana. Histeria coletiva na Leicester Sq.
Enquanto isso, Sir Paul McCartney estah uma fera com o McDonald's, pq colocou fotos dos Beatles em suas lojas. Diz milorde: "do they think Beatles fans are morons?". Well, I don't know, mas eu nao vou entrar ou deixar de entrar lah por causa disso. Alias, vou dar uma olhada. Agora q estou de dieta permanente, raramente entro lah, mas fiz o percurso por causa dos brindes. Tem tanta coisa interessante pra comer - o pessoal aqui se farta de entrar em supermercados e outras delis pra comprar comida jah embalada, sanduiche, salada, como almoco. Ateh Vigilantes do Peso tem coisas prontas. Ja comi alguns sanduiches e sobremesas deles. Pra contrabalancar os exageros. O hotel tem o english breakfast - eh um negocio horrendo q eu nao entendo bem, mas tem ovos, sausage e feijao. Eca. Limito-me a cha com torrada. O problema eh q de tanto andar, fico logo com fome. Hoje estava no British Museum, e tinha deixado minha mochila no cloakroom. Lah estava meu sanduiche. Nao ia resgatar, pq era pago, e ia ter de gastar de novo, pq nao pode circular no museu com tralha. E ainda tinha muito q andar. Solucao: chocolate. Eh o q dah sustanca. Entre um cookie e uma fatia de torta, comi uma Chocolate-Trufle-Rum. Caraca, bom demais. Bingo. Fome soh lah pras 4 da tarde. Estava num "mercado" (aqui tem um monte desses mercados. Parecem com a Cobal ou o Mercado de Madureira, soh q num ambiente arquitetonico de uns 300 anos atras. Pois fui nesse Spittalfields (acho q eh esse o nome) atras de umas barganhas "a inglesa", como li. Ha. Esses guias sao tao mentirosos... atirei no q vi e acertei no q nao vi, como dizia meu pai e Cervantes. O q eu tinha visto na materia: oculos tipo ray-ban. Ha! Tudo chines. O q eu acertei: uma bolsa com rodinha e puxador. Pra colocar os livros, claro. Nao, eu nao estou fazendo a orgia literaria do ano passado. Inclusive, jah li 3 livros desde q cheguei, e "abandonei" os 3, 1 em Bath e outros 2 no hotel daqui. Mas eh q como tenho de visitar os lugares em ritmo de Formula 1, e fico curiosa, e gosto de livros, acabo comprando os guias ilustrados. Estou escolhendo pelo peso. Nao o literario, em gramas mesmo.
Outro problema eh a minha mania de Jane Austen: comprei alguns videos q ainda nao tinha baseados nos livros dela. Mais um chamado "Jane Austen's Regrets". E hoje vi no jornal (alias, a gente ganha jornal aqui, de q serah q vivem os jornais pagos?) uma propaganda sobre um filme baseado nela. E tb achei Bride & Prejudice (Bolywood). Ufa.
Parece muito? Nao, eh tudo liquidacao. Ninguem le Jane Austen ou Shakespeare. Aparentemente. E os filmes sao series da BBC, ou seja, quase educativos. Ou seja, 3 pelo preco de 1. Agora tenho de encontrar quem faca o meu dvd-player rodar os ditos cujos. Quem se habilita? Pago 1 libra.

Seres estranhos

Nao, nao sao os ingleses. Somos nos, os turistas. Trabalhamos uma vida inteira para entrar num aviao e visitar o "estrangeiro". Claro q esta eh uma linguagem do seculo passado, mas serve para demonstrar nosso provincianismo. E q nao se diga q isso eh coisa de quem nasceu pobre. Paris Hilton estah aqui em Londres, e se comporta tal e qual. Foi para um pub, ou night-club, ou bar, seja lah o q for, q os principes-filhos-de-Lady Di frequentam, e pediu para fazerem um cordao de isolamento. Os locais reclamaram: nem os principes fazem isso! Audacia da bofa. Provinciana. Deve ser por isso q o patriarca da familia deu um destino ao $$$. Mesmo assim, a chamada "herdeira" deve ter 1000 vezes mais dinheiros do q eu. Certamente nao se enfia neste tube pra baixo e pra cima, nem fica com bolha no pe, ou com os bracos dormentes e os ombros travados de carregar mochila. E ainda me acham metida...

terça-feira, 7 de outubro de 2008

You're just too good to be true

Ontem passei o dia relaxando em Bath. Embora goste de estar sozinha, senti falta de trocar ideias com os coleguinhas de Bruxelas. But, time to move. Cheguei em Londres e dei a sorte de pegar um folheto com a programacao de teatro. Consegui pegar logo hoje uma matine: Jersey Boys. AMEI. Acho q Frank Valli & The Four Seasons fizeram tudo, cantaram tudo. Musical da Bdway (NYC), mas com um british accent: a maior parte da plateia era de velhinhos (inclusive eu). Fileiras inteiras de grupos (com homens tb), alguns batendo palmas. Funny. Ate entao nao tinha batido aquele momento wow (ai, Oprah). Entao o ator q faz FV cantou You're just too good to be true. E foi isso. WOW. Emocao pura, estou em Londres. BTW, handsome men!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Esses ingleses peculiares

Na viagem de trem para Londres, bati papo o tempo todo com um ingles q puxou conversa comigo. Ontem lia o Sunday Times, e um artigo de uma americana (acho q eh um livro tb) dizia de sua preocupacao com o fato de os ingleses beberem tanto, e nao conseguirem articular uma conversa sem uma bebida. Not true. O cavalheiro (ja disse aqui, mais velho q eu, mas jah nao posso dizer tao velho, pois tem cabelos brancos e eu tb) me disse q o q ele mais gosta em viagens nao eh o obvio, mas sentar nos lugares por onde as pessoas passam e observa-las. Enquanto conversava, fazia negocios com seu Blackberry (preciso comprar um para ser fashion como minhas amigas...), e esbanjou conversa. Quase o pedi em casamento.
Toda pessoa com quem falo eh simpatica. Diferente do pessoal em Bruxelas, em NYC... hoje senti falta da garotada q conheci no hostel em Bruxelas. Por um lado, estou tirando o dia para relaxar. Fiquei sem paciencia de correr atras de outro lugar para ir, jah q nao tinha basicamente mais nada para fazer em Bath, e comecei o dia desanimada. Fui andar, e como ha muito tempo, o frio fazia aquela fumacinha sair da boca. Lembrei dos meus filhos em NYC. Divertido, mas frrrrrrrrrio. As luvas me salvaram. Descobri outros lugares. Um mercado - tipo a Cobal. Soh q existe desde 1300 (a conferir). E outras ruas, a casa mais antiga de Bath (1480, creio), um pub irlandes, onde comi, pasmem, guacamole.

domingo, 5 de outubro de 2008

Banhos romanos

Ok, pipol, Bath eh patrimonio cultural da humanidade. Com toda a razao. Veja em http://visitbath.co.uk/site/things-to-do/roman-baths-p25681. Mas o q eu queria mesmo era "ver" Jane Austen. Claro q nao poderia deixar de visitar as termas romanas. E nao, nao eh a mesma coisa q aih. Eh um autentico sitio arqueologico. Vi hoje, e jah nao tinha mais nada q me ocorresse para fazer. Chovia. Como chove. Em Bruxelas, em Londres, em Bath. E como faz frio. God. Ainda bem q achei estas luvinhas numa loja da Oxfam, de cashmere. Foram fundamentais hoje, em Salisbury. Sim, pq desesperada, bati na Bus Station, nao achei um lugar para se achar info (a estacao eh precaria, estao construindo uma nova), bati nos trens. Descobri q para Winchester, q eh onde Jane Austen estah enterrada, sao 2 h de viagem. Ida. Sorry. No can do. Para Glastonbury, fazer uma visitinha ao rei Arthur, a maior confusao. Mil anos de estudo de ingles nao nos preparam para o british accent. Long live the Queen e o meu professor de Fonetica, prof. Carly, brasileiro q era tao britanico q andava de chapeu e guarda-chuva. Puro sotaque britanico, mas lah se vao 200 anos. Desisti. E consegui embarcar para Salisbury. Q eh onde estah... Stonehenge.

sábado, 4 de outubro de 2008

ALWAYS JANE

Ok, minha viagem jah estah justificada. Momento WOW: entrar no Jane Austen Visitor's Centre e a musica ambiente eh da serie realizada pela BBC na decada de 90, minha paixao (Pride em Prejudice). Lagrimas nos olhos. Valeu.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Customs

Tudo tranquilo. Preenchi o formulario de imigracao, e o funcionario soh estranhou que eu tivesse passado por Heathrow sem ter o passaporte carimbado. Como eu, foi o que disse a ele. Perguntas simples - o que eu estava fazendo (ferias), onde ficaria, e pronto. Vou rogar uma praga (uma simples dor de barriga, nada drastico) para todos os arautos do terror que me estressaram. Nao tive nenhum problema. Vou enforcar tb soh um pouquinho uma mocinha que eu conheco, que esteve recentemente em Londres e disse q o aeroporto era um horror, tudo longe, bla bla bla, whiskas sachet... foi soh passar pela alfandega (sem carimbo, sem tirar os sapatos, etc.), caminhar ateh um painel, logo a frente, e descer uma escada, para esperar a conexao.
Jah de Bruxelas foi um pouco mais cansativo. Pq tive de arrastar a mala. Nada tao complexo como a que foi despachada para o paraiso das malas no ano passado. Esta nao eh grande, tem puxador, nao eh troncha... mas jah tem um pesinho extra. Claro. Nenhum livro, juro. Remedio, soh um para o nariz, pq pensei q tivesse esquecido meu Afrin.
Pois escadas tive de subir e descer. Mas a estacao eh pertinho do hotel, onde soh deixei a mala, pq o quarto ainda nao estava disponivel, e fui pra rua. Fui ao Hyde Park - que eh soh um parque mesmo. Andei, parei no McDonald's (desprezei todas as tentacoes, para descobrir q o brinde era o mesmo de Bruxelas - e repetido, entao fica pra mim), resisti a cheesecakes, waffles, etc., mas jah tinha sido obrigada a comer um bendito doughnut na estacao de Bruxelas, pq o nervoso nao me deixou comer antes de ter tudo resolvido, e na hora de embarcar me deu fome.
Mas soh o q eu ja andei... parei aqui para postar soh para sentar um pouco.

To London

Que correria para pegar o tal Eurostar. Toda experiencia nova eh interessante, mas glamour, zero. Mas tive a sorte de pegar um vizinho de poltrona muito amavel, que puxou conversa comigo (para variar, alguem mais velho do que eu - depois de todas as pessoas que encontrei em Bruxelas da idade dos meus filhos... quase me senti uma mumia... exceto pelas risadas que dei quando um brasileiro disse que eu nao parecia com a mae dele... =D - eu jurei, e quem me conhece sabe que eh verdade - que eu nao fiz nenhuma cirurgia plastica; ainda...), me trouxe um cha, e ainda confirmou minha impressao de que Bruxelas nao eh uma cidade memoravel. Continuo achando a Grand Place maravilhosa, mas nao a cidade nao eh WOW, e nao eh amigavel com turistas, jah que nao tem placas para facilitar o direcionamento. Passei uma noite horrorosa com medo de passar da hora de ir para a estacao, e o que eu pensava que tinha aprendido - sair do Metro para a estacao de trem propriamente dita da Gare du Midi - nao deu certo. Acabei dando uma volta inteira num quarteirao ateh achar 3 senhoritas com malas, que, obviamente, segui. Se elas estivessem erradas ia ser funny. Not.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Very nice people

Adorei conhecer novas pessoas aqui em Bruxelas. Como diz uma propaganda de algum produto, o que importa eh a companhia. Os 3 brasileiros, especialmente, valeram totalmente a viagem.

Da missao: Happy Meal em flamengo (flemish) quer dizer "stupidaa"

Meu companheiro de viagem topou a missao Happy Meal - entramos em uma fila enorme no MacDonald's em Ghent - aqui eh diferente, nao tem ajudante, nao tem gerente fiscal de salao. O caixa eh quem pega as comidas. Imagina a demora. E a gente reclama. O Brasil absorveu o conceito fast food, a Europa, aparentemente nao. Seria isso bom ou ruim?
Pois bem, a estupida nao queria a sacola, soh que esqueceu o brinde. Destacando - a estupida sou eu mesma. Ou seja, me entupi de carboidratos, gordura trans e tudo mais (pq a happy meal aqui tem 4 opcoes de sanduiche - escolhi um McFish, pois dah a ilusao de ser mais saudavel por ser peixe =D, as batatas fritas, cenourinhas baby - iei!, refri e uma quinta coisa, que pode ser cookie ou fruta), e fiquei sem o brinde. Quem disse q dava pra entrar na fila outra vez? Missao impossivel. Quase me auto-destrui.
Fiquei com remorso. Tinha um compromisso. Tenho TOC. Whatever. Cheguei aqui por volta das 19 h, saltei na Gare du Midi (se tivesse saltado na Gare du Nord viria a pe para o hostel), descobri de onde sai o Eurostar (valeu... estava ansiosa por conta disso), descobri a estacao do Metro, consegui pegar o trem certo, aprendi a validar o bilhete - muita info para um velho cerebro, e saltei na Bourse, onde eu sabia que tinha um McDonald's. La fui eu de novo. Antes perguntei pelo brinde. Estah garantido. Nem sei o q eh, mas alguem vai ficar contente, dear.
Nao peguei as batatas fritas, e peguei a fruta. Agora tenho de dar conta de tudo antes de viajar amanha.
Missao cumprida. A sete graus na rua. Eu sou demais. Serios problemas de auto-estima. Tsk...

Pois

Arranjei companhia para ir a Ghent. Andamos horrores, vimos o que tinha de ser visto (essa correria de turista cansa), eh tudo aquilo que os guias dizem, espetacular. Segui para Brugges, e o companheiro retornou para Bruxelas. No meio do caminho, comecou a bater chuva no trem. Eta tempinho besta. Chove, faz sol. Hoje achei de sair soh com 1 blusa (comprada na CEA) embaixo do casaco velho de guerra - antes pertencente ao big brother (o meu, nao aquele idiota da TV, nem o do George Orwell), que ele comprou no Canada. Supostamente, era pra aguentar o frio. Mas esse pequeno detalhe da unica blusa arruinou meus planos. Tudo culpa do sol enganador. Mas tinha um gorro (este foi presente da querida prima honoraria - no names!, veio de Boston). Mais o guarda-chuva, salvou minha vida.
Pipol, Brugges eh patrimonio cultural eleito pela Unesco. Procurem na Wikipedia. Vale a pesquisa. Naturalmente, o contratempo foi a bateria da camera ter morrido em Ghent. O celular teve de quebrar o galho. O que sair eh lucro. Projeto Brugges, com o tempo curtissimo - andar pelo Markt, e fazer o passeio de barco. Dizem que parece Veneza. Menos o mau cheiro. Nao saberia dizer. Mas eh FANTASTICO. Filmei. Vamos ver o que sai.

Eu e a cerveja

Fui corrompida, confesso. Ontem fui para a night com uns brasileiros que encontrei aqui. Sem nomes, para garantir a privacidade. De diferentes origens. Very nice people. Alguem queria conhecer um lugar que teria 2000 tipos de cerveja. Eu fui pela companhia, disposta a beber minha tradicional Diet Coke. Tudo conspirou contra (ou a favor?) mim - acabei tomando uma cerveja. Escura. Depois da enxaqueca horrorosa (talvez tenha sido bom ter acontecido logo no primeiro dia, quem sabe eu passo o resto da viagem sem incidentes), foi muita coragem. Deu uma leve dor, que eu combati engolindo 2 pilulas. Afinal, hoje a missao era ardua - acordar cedo e cobrir Ghent e Brugges em um dia. Desisti de Antwerp, ou nao teria tido tempo de rodar mais Bruxelas. Nao sei o q perdi, mas eh o que eh.
Tenho fotos para provar, mas soh quando voltar. Em compensacao, jah matei todas as coisas tipicas - o waffles com calda de chocolate, as batatas fritas e a cerveja. Ah, faltou o chocolate, mas eu soh lembrei disso em Brugges, e soh vendem no minimo 100 g. Nao sou besta de comer isso tudo de chocolate, para depois perder horas num hospital ou dopada num quarto de hotel. Abri mao. Umas a gente ganha, outras a gente perde. Absorve-se.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Missao McDonald's

Tenho de comer um McLanche Feliz (como se chamaria em holandes?). Encomenda importante - do brinde. Nao pela gulodice. Mas, do jeito que esta cidade eh confusa, ainda nao consegui me localizar. Sim, eu ja passei por 2 McDonald's, mas nao estava com fome na hora. Na primeira, eu tinha acabado de acordar, e comido uma cheesecake como breakfast. Sim, aqui tb tem. Na segunda, estava correndo contra o tempo para pegar meia hora de museu. E sem fome, tb, pq tinha comprado um sanduiche na loja da cheesecake, e nao podia deixar estragar. Tem banheiro no quarto, mas nao tem geladeira nem TV. O que seria mais importante?

Decadence avec elegance

Banheira com espuma, e um livro na mao. Desde Nova York na decada de 90 eu nao lembrava mais como era.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Tem brasileiro por aqui

E muitos muculmanos... e um garotinho de menos de 10 anos pedindo esmola na frente da CeA mais bem vestido que eu. O brasileiro me descobriu logo na chegada. Pela etiqueta do Protec-Bag. Ja me avisou que tem um grupo que vai se encontrar as 9 da noite na Grand Place, num "boteco". Pode? Boteco numa praca que data de 1405? Ele estava chegando de la, tinha encontrado outros brasileiros, beberam um monte de cerveja, e iam voltar pro tal boteco. Que boteco, meu Deus? E o que eu vou fazer num boteco? Se ele ainda tivesse marcado aqui no hostel, podia ate ser... mas de noite, andar por aih sozinha... esta rua eh meio estranha, parece centro de cidade...
Ja descobri um supermercado. Comprei coisas saudaveis - juro que peguei um biscoito amanteigado coberto de chocolate amargo, mas devolvi e troquei por cereal. Tudo bem, o cereal tem escrito fitness na capa, mas tem chocolate amargo. Ue, os cardiologistas descobriram que faz bem pra saude!!! Comprei barrinha de cereal, agua e um tal de kefir. Nenhuma coca-cola. Alias, doeu meu coracao nao poder guardar as latinhas do aviao... ainda mais que eram mini (magrinhas, nao gordinhas como essas que tem no Rio). E a coca diet que eu tomei era esquisita. Vou continuar experimentando, mas hoje acho que soh o cereal. Ia comer o MacLanche Feliz pra pegar o brinde, mas acabei sendo atraida pela Grand Place. Descobri um Tex-Mex no caminho. Haja dieta depois. Suspiro.

PORQUE

Foi tudo muito bem ateh chegar em Bruxelas. Ate a dica sobre pegar o trem no aeroporto foi tudo bem. Quer dizer, tirando o fato de que a zebra aqui desceu a escada rolante e subiu de novo, ate achar a estacao. Daih em diante, zero. Saia da estacao pela entrada principal. Que entrada principal? Siga pela avenida X, que tem os predios altos (han?). Nao tem nome nenhum. Nao tem placa. E chovia. Chovia. Chove. Naturalmente, o guarda-chuva estava na mala. Totalmente lacrada com o Protec-Bag, que, para ser aberto, carece de algo afiado - que tb tem de estar na mala. Lembrei que o casaco tem capuz e resolvi enfrentar. Perdi-me na inexistencia de placas com os nomes das ruas. Andei ate chegar numa regiao de hoteis e descobrir um taxi. Que me deixou na porta do albergue (parece ser perto da estacao de trem, mas nem quero saber, estava exausta). Albergue que tem banheiro no quarto. Porem... ah, porem... vc sobe de elevador ate o terceiro andar, mas o quarto eh no quarto andar. Trocadilho infame. Ok, a mala eh pequena, estah relativamente leve (espero ter aprendido a minha licao do ano passado). Entro no quarto... e tcharan! soh tem um vestibulo, pra chegar lah tem de subir mais um lance de escadas. Em protesto, deixei a mala no vestibulo. Vou subir e descer com as roupas, e assim gastar as calorias consumidas com as coisas gordas do aviao, o waffle com calda de chocolate... que eh, sim maravilhoso! Nem precisei sentar, comi na rua mesmo, vende que nem cachorro quente. Claro que vc fica todo lambuzado. Limpei com agua da chuva. Esqueci o higienizador no hotel.
Mas pq omaigod? A Grand Place. Com chuva mesmo. C'est magnifique. Wonderful. Maravilhosa. Uma obra divina.

OMAIGOD!

Estou surpresa. Com a British Airways. Pontual, bom servico de bordo (tirando o problema do fuso horario, com a diferenca de 5 h, q nos levou a tomar cafe da manha 3 da madrugada), bolsinha com meia, escova e pasta de dentes... A alfandega foi surpreendentemente tranquila - estava esperando ou a rudeza dos americanos de Chicago, ou o que tenho ouvido falar da passagem dos brasileiros pela Europa. Bem, estou velha demais para ganhar a vida facil. Os cabelos brancos ja servem para alguma coisa - credibilidade. Ou sei la. Uma amiga que esteve por aquelas bandas recentemente reclamou horrores. Para mim foi facil - so tira os sapatos quem esta de salto alto (embora eu tenha visto um homem e uma mulher serem revistados - estava mais para apalpados...), passei pela alfandega, mostrei o passaporte, e em 1 minuto estava liberado. As instrucoes vc tem tanto em video no aviao, como no porta-boarding pass. Tudo perfeitamente explicado, e ainda tem um funcionario embaixo do quadro para explicar. Conferi com ele, pq nao havia info sobre a conexao e ele disse q estava atrasado, mas com um ar apologetico (vejam se existe essa palavra no dicionario), nao eh com aquela cara sem-vergonha dos funcionarios da Gol, Tam, United...
Ainda fiz um pit-stop na livraria do aeroporto, e logo vi q estava marcado o portao da minha conexao.
Ah, sim, outra coisa - os comissarios sao bilingues. Os voos que saem do Brasil tem gente que fala portugues muito bem, e o voo para Bruxelas tem os que falam frances. Eles sao educadissimos. E a selecao de filmes!!!!!!!!!!! Montes. Consegui assistir ao Homem de Ferro (excelente!), revi Sex and the City, e ainda vi Forgetting Sarah Marshall (q tem a atriz de Veronica Mars). Ruim mesmo soh o mala espacoso que viajou do meu lado, que nao conseguia ficar quieto. Pior q crianca.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Não posso fazer tudo

"Estou sentada em uma salinha de projeção esperando um filme começar. A sala se enche. Não há poltronas suficientes. As pessoas estão se aglomerando nas laterais e procurando um lugar em vão. Do lado do meu amigo Bob Gotlieb, estou observando tudo. O diretor do filme tenta resolver o problema pedindo às crianças na sala para dividirem sua poltrona com outra criança. Continuo a observar com crescente frustração. Por fim digo a Bob:
- É muito simples. Alguém deveria apanhar algumas cadeiras dobráveis e armá-las nas laterais.
Bob olha para mim e responde:
- Nora, não podemos fazer tudo.
Meu cérebro se ilumina de modo surpreendente.
Nora. Não podemos fazer tudo. Recebi o segredo da vida.
Provavalmente, porém, tarde demais."
Nora Ephron, 'Meu pescoço é um horror', Ed. Rocco

Eu não posso fazer tudo. Não. Posso. Fazer. Tudo. Será que eu vou lembrar dessa lição transcendental?

sábado, 23 de agosto de 2008

Memórias póstumas de George Orwell

Li hoje em uma revista que Memórias Póstumas de Brás Cubas é um dos grandes livros do mundo. É. Nenhuma surpresa para quem tem o hábito de ler. Quantos seriam? Eu mesma ando caída, caída.
Pois alguém teve a idéia de criar um blog com textos de George Orwell. Li no JB (15/08/08). Diz lá: "uma iniciativa do Instituto Orwell Prize transformou-o, desde o dia 9, no primeiro blogueiro póstumo da internet. Durante quatro anos, uma página da rede mundial (pelo endereço http://www.orwelldiaries.word-press.com) será atualizada diariamente com textos de seu inédito diário, escrito entre 1938 e 1942. Não deixa de ser irônico. Orwell, que previu um mundo sem privacidade, vigiado pelo Big Brother, tem agora sua vida particular escancarada pelas novas ferramentas tecnológicas".
O que poderia gerar outras reflexões: Há privacidade hoje em dia? Será que Orwell está se revirando na tumba quando lhe chegam notícias do planeta sobre os alegados reality shows com a grife Big Brother?

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Estava trocando e-mails com uma amiga, e ela falava do lidar com o tempo, e que presta muita atenção a isso, especialmente com relação ao que a rotina nos faz. O que é? É fazer as coisas no piloto automático, é cuidar só das "obrigações". Remeteu-me a Thich Nhat Hanh, o monge budista vietnamita que eu gosto de ler (sugiro A Paz a Cada Passo), e outros budistas, que recomendam o "estar consciente". Algum autor de livros de auto-ajuda/administração já deve ter escrito algo como "Jesus Cristo CEO", "O que o Dalai Lama faria para resolver conflitos", e dito que quando prestamos atenção, erramos menos, esquecemos menos (bem, certamente não perderíamos o resultado daquele scan do cérebro... ooops... seria um forte indício de que há algo de errado com a minha cabeça, e ñ é somente o corte de cabelo????).
Minha amiga mencionou o ipê branco que ela havia visto e queria fotografar. Entendo o que ela diz. Se ñ fosse o risco de ter a câmera "perdida", andaria com ela pendurada no pescoço. Ainda bem que o celular quebra uns galhos. Disse-lhe que acho importante ter esses registros, e ñ é por saudosismo ou fuga. É para me maravilhar novamente.
Outro dia li uma pessoa criticando os japoneses pq eles ñ olham as coisas quando estão "turistando" - eles vêem tudo através da lente de suas máquinas. Mas a gente olha, e o impacto é instantâneo. Ou não. Daí o afã de registrar, na tentativa (talvez vã, talvez não) de perpetuarmos esse momento, essa visão. Pois a dor é fácil de ficar com a gente pra sempre. A alegria nem tanto. Já escrevi sobre isto.
Qual é a forma "certa" de olhar? Acho que ñ existe. Eu ñ sou capaz de ficar horas sentada contemplando uma obra de arte. Deveria me sentir estúpida por causa disso? Quando finalmente consegui chegar perto da Mona Lisa, quase fui esmagada por uma turba de chineses (aliás, todos literalmente armados com suas câmeras), e ganhei uma cotovelada de um deles. Até um cavalheiro francês ficou indignado. Quase sacudi o chinês, que era bem uns 10 cm mais baixo do que eu. Mole, mole. Assim, feito Obelix sacudindo as mãos (shaking hands) do primo inglês do Asterix. Olhei, vi a famosa tela - protegida por um vidro ultra-espesso, que fazia reflexos. What? De q adiantaria ficar mais tempo ali, correndo o risco de sair no tapa com o chinês desesperado (a China tinha acabado de liberar seus cidadãos para fazerem turismo... imagine-se a ânsia), sem conseguir enxergar nada (a tela ñ fica em altura confortável para os olhos (pelo menos de pessoas pequenas como eu)? Vamos aos livros, ao Google, ao cinema, a Dan Brown. Em qq desses lugares se terá uma visão mais abrangente da tela. O Google acha tudo, e a Wikipedia explica tudo. E daí? Sempre achei que aprender se fazia através de métodos complementares. Enriquece-se assim a experiência. E se eu precisasse ir à Inglaterra para me apaixonar por Jane Austen, estaria roubada.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Tragédia dá ibope?

O q vende mais: comédia ou tragédia? Parece q a alegria dura pouco, e a tristeza dura uma eternidade. Questão de tempo psicológico, diz-se. E tb parece q semelhante atrai semelhante, como diz a homeopatia: se vc conta uma piada, todos riem; se conta uma história triste ou fala de alguma dor q sente, na mesma hora vem de volta uma enxurrada de histórias similares, cada um ansioso para falar de sua dor, numa espécie de disputa sobre quem teve a experiência mais trágica ou sentiu a dor mais forte. Consigo imaginar uma dor permanente, ainda que ela tenha simplesmente se enraizado e deixado apenas uma pontinha à vista. Da qual vc se lembra doce-amargamente, pq ela ñ vem à superfície quase nunca, e pode estar conectada a fatos engraçados ou tristes. Mas ñ consigo lembrar de uma alegria permanente. E nem vou enganar ninguém com o clichê dos filhos. É claro que ter filhos é uma experiência singular. Bem, para mim. Para as mães que os põe para pedir esmolas ou as(os) vendem como prostitutas(os) são outra coisa. Outro post.
Então, os filhos. São uma montanha-russa de emoções. Têm uma classificação à parte. Por isso ñ se discutem aqui. Que outra alegria permanece com a gente todo o tempo no mesmo nível que a dor? Vou pensar.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

É outono?

Sempre associei as flores à primavera, e as folhas amareladas ou avermelhadas ao outono. Parece q ñ é mais assim. Outubro, outono em NYC, sempre foi friozinho, tempo de casaco. Ano passado, os casacos ficaram na mala, e tive de sair às pressas para comprar roupa de verão, e até chinelo, pq era impossível ficar de sapato e meia. Agora, no Rio, é isso aí q aparece na foto. É inverno, mas... parece outono para mim. Ñ tem como juntar e colar assim, pois as memórias ñ fazem mais sentido. Talvez seja bom, por possibilitar deixá-las para trás - finalmente.
Diz o Dalai Lama q o passado já passou, o futuro ainda ñ chegou. Ou algo assim. É a idéia do momento presente. Pois. Então é largar os caquinhos por aí, que nem João e Maria fizeram com os farelinhos, ou Ariadne com o fio para guiar Teseu? Será q a Comlurb ñ vai passar e recolher, e todos ficaremos perdidos para sempre?

sábado, 21 de junho de 2008

Comida típica

Cada lugar parece ter uma comida associada (há ainda as que se relacionam a determinadas festas, como a 'junina'). Qual é a comida típica do Rio? Já falaram no churrasco-rodízio. Ñ sei se o fenômeno é localizado, mas por onde ando tropeço num churrasquinho. Todo dia, ou quase, cai a noite, e lá está a pessoa com sua churrasqueira portátil, com os espetinhos. Churrasquinho de gato, é o q diz a lenda urbana. E ñ é de hoje não. Pois quando eu estava grávida a primeira vez, e lá se vai mais de uma década (sem admissões de idade), bateu a vontade de comer o tal churrasquinho. Naquele tempo bíblico, era comida q se via em parquinho, em festa junina, era coisa popular mesmo. Acabei parando num restaurante comendo um brochete. Nada a ver. O q tb comprova q desejos insatisfeitos ñ fazem mal. Minha filha ñ nasceu com cara de churrasquinho. Mais provável nascer com cara de mariola ou caramelo de chocolate. Ah! deve ser por isso q ela gosta tanto daquela propaganda besta de uma marca de chocolate (esqueci o nome, de verdade): 'caramelow'!
Então: o churrasquinho se alastrou. E junto com ele, as mesinhas espalhadas ao redor, com as pessoas bebendo cerveja, e algumas raras, refrigerante. E, embora eu pouco coma carne, às vezes ñ consigo resistir ao cheiro q emana do fogareiro tosco. Depende do tamanho do vazio no estômago, ou da nostalgia.
Haja empreendedor de churrasco.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Dia dos Namorados ou véspera de Santo Antonio?

Interligados para sempre, já que Santo Antonio era o santo de devoção de minha mãe, e ela só ñ casou com meu pai no dia 13/6 pq ñ tinha vaga no cartório. Acho. Memórias perdidas... se já tivesse blog quando meus pais eram vivos, já teria um livro da família. Do jeito q vai, ñ sobra quase mais nada. Vi em House q existe um remédio q estimula a memória, para quem tem Mal de Alzheimer. Uma possibilidd?
Poizentão, como diz a amiga virtual Júnia, está lá o Largo da Carioca em festa pq o Convento de Santo Antonio está fazendo aniversário - começou a ser construído em 1608! E como está sendo restaurado, estão rezando no próprio Largo. E tem barraquinhas vendendo os artigos relacionados ao santo, como fazem todo ano, mais as coisas típicas de festa junina. Gosto de infância, memórias de família... só ñ dá para curtir mais pq anda perigoso circular pela cidade, especialmente à noite. Sem contar a quantidade de aproveitadores, pedintes... se bem q é típico, isso. Só q nunca se sabe se há a possibilidd de violência. Testemunhei uma cena no sábado passado chocante. Pelo menos para mim. Não para as pessoas, a maioria idosas (!) à volta. Um menor, visivelmente drogado, entrou em um supermercado e assediou uma cliente. Um segurança pegou-o pelo pescoço e saiu arrastando-o como um bicho. Bem, talvez ñ como um bicho, pois eu nunca vi ninguém arrastar um cachorro assim. Inda mais se fosse um pitbull. Pq aí o cara ficaria sem braço. Eu quero ser assediada, invadida? Não. Mas a violência tornou-se uma commodity. Ninguém se espanta mais. Linche-se o pivete, ateie-se fogo ao mendigo, espanque-se o ladrão, e a multidão aplaude. Como diz uma amiga, a democracia é superestimada - afinal, foi a multidão que preferiu Barrabás a Jesus.
Back to the cold cow.
Então, está lá todo o aparato montado para amanhã, o grande dia. Hoje tb é um grande dia, acho. Até esqueci do folclore todo, pois estive envolvida com um evento ecológico, bem mais significativo para mim do q festas comerciais. Mas faço questão de manter o dia 13 de junho como um marco histórico familiar. E amanhã já conto com a multidão no Largo da Carioca. O padre no púlpito improvisado já declarava, antecipadamente, que seriam consideradas cumpridas todas as promessas de subir a escadaria do convento para chegar ao altar-mor, pois as obras ñ permitiam excessos. A ñ ser para as exceções (com cedilha, pois, como diz uma amiga, com ss são os grandes excessos) - como o sobrinho do padre (oras...), que veio de longe para conhecer o convento. Suspeito, isso, aliás. Será q esse sobrinho ñ podia ter vindo antes? Para mim é nepotismo. Se ñ fossem franciscanos... E por falar em franciscanos, vale ver Irmão Sol, Irmã Lua. Meio piegas, meio tosco, meio datado. Mas uma das musiquinhas tem um gosto zen: fazer uma coisa de cada vez, e fazer bem feito. Ñ somos multitarefas. Nosso cérebro ñ comporta isso. Acabamos fazendo tudo mal feito e superficialmente, e ficando estressados. Bom para a indústria dos antidepressivos.
Depois eu termino a história. Talvez amanhã. Esse assunto acaba ñ tendo fim, por causa dos desvios. E eu ñ quero decepcionar a leitora q deixou um comentário ultra-simpático e bem escrito, e q tem um blog muito legal (http://estavaperdidanomar.blogspot.com/), tão legal q começa com uma das músicas q mais amo, Somewhere Over the Rainbow.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Alzheimer's


Este trabalho foi atribuído a mamãe, na atividade de artes manuais. Se é vero ou não, jamais saberemos. Duas considerações: por um lado, vemos a degradação do cérebro; por outro, fico pensando se alguma vez ela teve a oportunidade de brincar dessa forma... recortar, juntar, colar...

sábado, 17 de maio de 2008

A morte

Não é para ser uma coisa mórbida. É só o registro da morte de minha mãe. Claro que o q eu acabei de escrever ñ faz o menor sentido. Pois mórbido vem de morte. Mas tenho de escrever.
Ou não? Deixando de lado a pretensão de um blog sem leitores, direi q minha mãe era uma figura controvertida. Julgamentos ñ serão feitos agora, e de preferência, não mais. Momento presente, dizem os budistas. Mas é impossível ñ lembrarmos de outra morte, a de meu pai, repentina, inesperada, diferente desta, da minha mãe, esperada e até desejada, pelo tamanho do sofrimento dela. Medo à parte, q, aparentemente, ñ livra a cara de ninguém, além de o Alzheimer já ter levado o cérebro dela há bom tempo, agora era o resto do corpo q se deteriorava. Papai, até o momento de morrer, era uma pessoa ativa e de cérebro intacto (até onde pudemos perceber e considerando-se sua idade). Chocou-nos muito. Deixou marcas indeléveis. A saudade permanece. Qual será o legado de minha mãe? Meu primo Sergio usou uma expressão q achei perfeita, relacionando-a a mamãe: striving for excellence. Ela tinha uma visão impressionante para alguém de sua idade e cultura. Falei hoje para minha filha q ela era um espírito inteligente em um corpo limitado. Talvez esse tenha sido exatamente o seu carma: ñ poder exercer sua inteligência em sua plenitude - por conta de um espírito conturbado, com assuntos não resolvidos. Daí derivando nossos inúmeros conflitos, com direito a continuação em minha filha. A grande pergunta: teriam ficado para trás? Espero q sim. Ñ me interessa uma outra vida de conflitos.
A morte é um tema de reflexão constante: basta estar vivo para pensar nela. Quando se perde alguém muito importante (estou falando do micromundo de cada um), é um tornado de pensamentos q inicialmente nos tira do chão. Sobrevivemos, mas sempre ficam seqüelas. Foi assim com Déa, com papai, e ñ poderia ser diferente com mamãe. Mas os sentimentos são diversos. Vamos ver com o tempo.
Enquanto elaborava isto aqui, abri um e-mail q tinha um arquivo em ppt chamado 'Caminos', e ilustrado com fotos de caminhos e outras na mesma linha. A música era The Long and Winding Road, dos Beatles. A sincronicidade está na letra e nas fotos. As fotos me fazem lembrar o painel q Déa mandou fazer para sua parede, em q havia um caminho. A idéia era visualizar um caminho, a continuidd, a possibilidd de continuar caminhando, vencendo a doença. A doença venceu. A música me remete ao abandono, à solidão, à saudade. Q é a sensação de quem fica.
Many times I've been alone, and many times I've cried, anyway you'll never know,
the many ways I've tried... O q me faz lembrar a história do pescoço, mas fica para outra vez.

The long and winding road
That leads to your door
Will never disappear
I've seen that road before
It always leads me here
Lead me to your door

The wild and windy night
That the rain washed away
Has left a pool of tears
Crying for the day
Why leave me standing here
Let me know the way

Many times I've been alone
And many times I've cried
Anyway you'll never know
The many ways I've tried

But still they lead me back
To the long winding road
You left me standing here
A long long time ago
Don't leave me waiting here
Lead me to your door

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Marketing Ecológico

Realmente, o marketing é uma coisa fabulosa. Ñ falo como expert, mas apenas com a interpretação superficial q confunde marketing com propaganda. Pois então. Basta haver uma onda, e já vai todo mundo pegando carona. Mas é isso mesmo, onda. Ela dura só um momento.
Ñ consigo saber quantas pessoas embarcaram, pois eu acho tão difícil enfiar na cabeça das pessoas a simples noção de separar o lixo, ou de ñ jogá-lo em qq lugar q ñ seu recipiente adequado... mas há desde os mais chatos (estilo MST), aos mais hipócritas.
Estou pesquisando ecobolsas, aquelas que viraram moda desde que uma moça com um nome complicado inventou uma que tem uma legenda dizendo 'Eu não sou uma bolsa de plástico'. Tudo para chamar a atenção para a necessidade de se diminuir o abuso das sacolas plásticas que se pegam em qq comprinha q se faça. Até o jornaleiro te oferece uma sacola quando vc leva o jornal. Antigamente ñ era assim...
Bem, em Nova York tem bolsa de pano pra todo lado. E ñ é novidade não. Tenho uma há mais de 10 anos comprada na Barnes&Nobles, de um tecido de algodão cru, tal e qual se vende hoje com o marketing ecológico. Qual seria a filosofia por trás do produto naquela época? Creio q simplesmente fazer propaganda da marca de uma forma duradoura, pois a sacola de plástico ou papel tem duração limitada.
A idéia chegou aqui, usando a mesma tal bolsa lá de cima. Aí vc pesquisa, pesquisa (sou viciada em Google, portanto, foi lá mesmo), e acha um monte de link. Cito a Natura, de produtos cosméticos, e a Sandpiper, loja de roupas. Comprei uma para minha prima no Natal de uma loja chamada Drops de Anis. Não tem mais. Fui na Sandpiper - afinal, está lá a propaganda (o marketing?) ecológica no site. Ñ tem. Vou no site da Natura, vejo o produto lá. Contacto o site, e sou informada de que o produto ñ está disponível no site, só com as revendedoras. Detalhe: no Mercado Livre tem uma à venda. Pelo dobro do preço (R$30,00), vem com algo q parece com uma garrafa. Plástica? Ñ consegui descobrir, a foto ñ está nítida.
Tem vários sites que fazem para brinde, mas vc tem de comprar em grandes quantidades, para usar sua marca.
As únicas opções realmente à mão, práticas, são as dos supermercados Pão de Açúcar e Zona Sul.
Vi tb uma da Isabela Capeto e outros estilistas. Aliás, tem umas que vão lá pras 400 pratas!!! Ecologia tb é consumismo!!! Super-fashion!!!!!!! Deve ser algo assim, Paris Hilton.
Conclusão: uma coisa q parecia super simples, tornou-se uma maratona. Até q consegui um contato com uma loja de Curitiba, chamada de bélier (http://www.debelier.com/), fofa, via link de uma matéria do globo.com, e estou combinando. Parece simples, e o contato, uma moça chamada Mabel, é super ágil em suas respostas e eficiente. Será q é tão difícil? Afinal, a Natura e a Sandpiper são grandes empresas. A Natura, então, nem se fala.
Enquanto isso, vão fazendo seus marketings ou propagandas ilusórios por aí... estava pensando em fazer um footing e pesquisar lojas de rua para ver se alguém tem o produto. Acho q vou continuar dando de cara com as sacolas plásticas e de papel. Ai, ai.

domingo, 23 de março de 2008

Somos Todos UM

O Hexagrama para Hoje é: 34 – TA CHUANG – O PODER DO GRANDE - O momento é favorável para tomar atitudes, mas você deve saber usar corretamente o poder de que dispõe. A verdadeira força é a que nunca se afasta do caminho da justiça. De um dos meus sites favoritos (Somos Todos UM).
Perfeito.

Torre de Babel

Ñ vou consultar os arquivos para saber se já escrevi isto aqui. Sei q já pensei no assunto. Acho q estamos vivendo uma situação similar à da história bíblica da Torre de Babel. Deus confundiu os homens fazendo-os falar línguas diferentes para q se interrompesse a construção da Torre q, supostamente, os levaria aos céus.
Pois acho q Deus está nos mandando o Mal de Alzheimer e outras doenças para atrapalhar os sonhos de imortalidade do homem. De q adianta a ciência nos fazer viver mais, para vivermos nessas condições?

quarta-feira, 19 de março de 2008

Felicidade?

Ler "Felicidade", de Eduardo Giannetti. Não li, mas os comentários na matéria da revista Época sobre o tema me deixaram curiosa. Tenho um livro dele que achei ótimo. Lembro o nome? Não. Mas leria/lerei outros.
Segundo a revista, Gianetti diz que a felicidade completa pode trazer paz e alívio, mas ao custo de aniquilar o que a humanidade tem de melhor - a capacidade de criar, ousar e experimentar.
Cita-se John Stuart Mills, filósofo inglês: "É melhor ser um Sócrates insatisfeito que um porco satisfeito".
Triste me considerando, estou em boa companhia, então: Fernando Pessoa, Beethoven (com ele compartilho ainda o dia de aniversário, se não o talento musical), João Cabral de Melo Neto (sofria dores de cabeça constantes também). Naturalmente, não estou comparando os meus dotes com os destes gênios que eu admiro. Como poderia? Quem pode copiar
de Cabral de Melo esse duro, cortante e intrigante poema que eu amo, Uma faca só lâmina?

Seja bala, relógio,
ou a lâmina colérica,
é contudo uma ausência
o que esse homem leva.

terça-feira, 18 de março de 2008

Nada é permanente

Você se sente cansado. Para onde olha há algo a ser feito. Não pode parar. E canta em prosa e verso suas dores, sua preocupação, sua miséria. Estava lendo não sei onde que o ser humano adora contar histórias. Deve ser por isso que a internet faz sucesso. Todos podem usá-la como confessionário, dar opiniões, criticar, manipular, vituperar... Então, do alegado cansaço, pára um momento. Porque cada momento é único. Ninguém está cansado o tempo todo, triste o tempo todo. Tirando os casos clínicos, sobre os quais me abstenho por ignorância. Mas se você não é um caso médico, tem momentos tristes, mas os tem alegres também. Pouco basta. Por exemplo, os absurdos da vida política americana. E há quem fale do Lula. O que é mais bizarro do que o governador do Estado de Nova York envolvido com prostitutas? Logo em seguida, seu substituto vem a público com traição conjugal. E com o apoio da esposa, já que esta alega ter traído o marido na mesma época. Ai, ai. Jon Stewart fez um quadro comparando os comentaristas de TV a carnívoros diante do escândalo do agora ex-governador. E apontando em uma montagem os adjetivos com que o qualificavam antes, todos ligados à ética do político. A impressão que me ficou: que todos ficaram felizes com o escândalo, porque assim o sujeito desceu ao nível deles. Ninguém agüenta uma pessoa ética, uma pessoa que tenta combater o bom combate.
Pode-se até dizer que o cara é um hipócrita. No mínimo inconsistente. Mas enquanto combateu, era o mocinho. Como o Clinton, que se pegou com a estagiária, e está agora ajudando a construir casas em New Orleans. E os críticos, o que estão fazendo, além de se deleitar e babar com a desgraça alheia? IEI, caiu o moralista de m. Continuemos nossa politicagem, nossa imprensa menos do que nobre e isenta.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Qual é a cara da dor?

Pergunto-me ao olhar cuidadosamente o rosto de minha mãe no hospital. Como dizem os médicos, ela não "interage". Traduzindo, o Alzheimer corroeu o cérebro dela. Terror: ficaremos assim se envelhecermos? Esse é o destino irremediável de toda a população que ousou usufruir dos avanços (?) da medicina? O que está acontecendo? É uma nova versão da Torre de Babel? A ciência tenta descobrir o segredo da imortalidade e Deus nos pune confundindo - agora não as línguas, mas o pensamento? Morrer em vida. Não ser capaz de entender. Nada.
Qual é a cara da dor? O que esconde a expressão catatônica? As palavras emboladas, uma ou outra fazendo um quase-sentido... ou seremos nós que inventamos um sentido, só para não nos sentirmos totalmente à parte desse mundo fechado de alguém que um dia fez sentido, foi um ser pensante?
A questão não é sobreviver, durar mais tempo. A questão é como. Como? Estou falando de mim, claro. Porque com relação a minha mãe a questão é quando. E que não haja dor. Além do corpo. Paz.

domingo, 9 de março de 2008

Antigamente...

homens e mulheres trabalhavam em suas artes e ofícios, no campo, em casa. Ñ tinham TV, BBB, cervejinha e churrasquinho no bar. Thich Nhat Hahn faz seus tarefas domésticas prestando total atenção nelas, e as vê como uma oportunidade a mais para estar totalmente consciente, atento. Ñ há diferença entre lavar uma louça e ler um livro. A princípio, pode-se pensar q é uma perda de tempo. Ñ é. Além de ser necessário. Pegar uma peça e costurar à mão, prestando total atenção ao q se está fazendo é uma forma de atenção. E de se desestressar, de se deixar pensar no q há para se fazer depois. É uma verdadeira pena quando se acaba. Mesmo q se relute em começar.

sábado, 8 de março de 2008

Depressão X Dor

A discussão é antidepressivo. O que ele faz por você? Ajuda a lidar com as intempéries, poucas ou muitas. Mas ajudaria mesmo? Uma tese que julgo aceitável é que esse 'lidar' pode significar não deixar vir o problema à tona. Digamos, se eu tenho medo da solidão, uma das soluções pode ser o antidepressivo. Assim, o remédio torna um grande problema aceitável, e ele vai sendo deixado de lado, em prol de outras coisas julgadas mais importantes. Só que ele está somente à espreita, e quando menos se espera (pq, afinal, o remédio ñ é mágico - ñ faz com q o problema desapareça), ataca. E pode ser de uma forma insidiosa: assume outra forma. Uma doença, por exemplo. Aqui estaria entrando em campo que ñ é do meu domínio. Há controvérsias sobre a(s) causa(s) de doenças terem como componente mágoas, tristezas, etc.
Para mim está fazendo sentido. Há coisas minhas com que tenho de lidar, ou seja, tenho de parar de disfarçar. Já estão fazendo fila. Deve ser por isso que o pescoço voltou a doer. Há estradas vicinais nesse caminho. São as idéias que vão me ocorrendo ou são provocadas por terceiros cutuquentos à medida em que vou pensando sobre o assunto. A própria dor. A vulnerabilidade, a exposição. Há um momento em que é permitido mostrar fragilidade? Hoje estava lendo no Eat, Pray, Love que a Guru da autora diz que não se deve insistir na postura de vítima. Que quanto mais se age com fortaleza, menor a possibilidade de se ficar no nhém-nhém-nhém. O balcão de reclamações que estava lendo no Rabino Nilton Bonder por esses dias. Realmente, é um saco. Mas tb é insustentável ficar posando de forte. A palavra que me surgiu à cabeça esta semana foi: desmoronar. Pedaços espalhados por aí. Falta de vontade. E a dor. A dor. Insistente, constante, espasmódica. Se eu fosse uma yogi, talvez usasse essa oportunidade para deixá-la vir, acolhê-la, e aproveitar que ela te impede de pensar direito, para, exatamente, não pensar. Imagino que algum entendido no assunto diga que é isso mesmo. Impaciente que sou, control freak, primeiro choraminguei com um médico. Depois com outro - razão: caraminholas que colocaram na minha cabeça sobre a possibilidade de um aneurisma. Bizarro. Parece que a idade é uma razão para maximizarem-se as opções de tragédia. Será que a dor é necessária para se 'crescer'?

quinta-feira, 6 de março de 2008

Blogar é bom para a vida social (Yahoo! Notícias)

Qui, 06 Mar, 07h12 Por Rodrigo Martin de Macedo

Um estudo da Universidade de Tecnologia de Swinburne, em Melbourne, Austrália, descobriu que pessoas que mantém diários virtuais, ou blogs, são mais equilibradas e possuem vidas sociais mais saudáveis e felizes. Segundo o site TechCrunch, os pesquisadores notaram que após dois meses de blogagem a sensação de apoio social e redes de amizades eram maiores do que em pessoas que não possuem blogs.

As redes sociais online, como o Orkut, por exemplo, também afetam o equilíbrio psicológico de seus usuários de maneira positiva, fazendo com que se sintam menos ansiosos, deprimidos e estressados.

A professora Susan Moore explicou que, em parte, os blogueiros potenciais são pessoas de posições menos integradas à sociedade. "Descobrimos que blogueiros potenciais estavam menos satisfeitos com suas amizades e se sentiam menos integrados socialmente, eles não se sentiam tanto parte de uma comunidade como as pessoas que não se interessaram em blogar", comentou, como se para estes blogueiros manter um diário virtual fosse como um pedido de socorro.

OK. Todos os direitos reservados à parte, eu ainda não aumentei a minha rede de amizades por causa do blog. Até pq ninguém lê. E mesmo q lesse, isso ñ quereria dizer nada. Amargura? Inveja? Talvez. Há pessoas, não sei quantas, q são maravilhosas, não sentem inveja, não se estressam, são totalmente equilibradas... ainda estou procurando por elas, mas sei q existem. O barato do blog é simplesmente poder escrever. Há algo de vaidade nisso. Às vezes até me ocorre uma boa idéia (o q ñ quer dizer q necessariamente eu fosse desenvolvê-la de forma interessante), mas eu esqueço no meio do caminho. O q é cada vez mais freqüente. Acho q as dores de cabeça (e os subseqüentes analgésicos) estão destruindo Tico e Teco.


Clarice: escrever é o mesmo processo do ato de sonhar: vão-se formando imagens, cores, atos, e sobretudo uma atmosfera de sonho que parece u...