sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Overload

Estou tao cansada que resisto a escrever. Mas ja escrevi tudo no trem que me trouxe a Praga (praga mesmo eh o motorista de taxi que me cobrou 3 vezes mais do que valia a corrida da estacao ate o hostel). Se existe uma tabela de carmas, o dos motoristas de taxi do Rio de Janeiro e Praga esta carregado. Gente sem-vergonha. Eu ate admito as mulheres da lojinha Relay na estacao jogarem pra cima o cambio pra me trocarem um dinheirinho. Aceitavel. Por isso que os guias e etc. cansam de avisar para tomar cuidado com os ditos cujos. Mas fazer o que? Ou isso ou dormir na estacao. Nao compensa. Ja dormi no aeroporto, furada. Melhor vir pra ca, tem uma cama onde eu posso descansar, e tem ate internet!!! E onde eu posso carregar meu telefone, minha camera... pq, eh claro, tudo descarregou... o pouco tempo q eu tinha em Viena para comer a minha sacher torte ou para ver o meu Beijo do Klimt se foi procurando um bendito adaptador para as tomadas deste continente.
E bom: tinha um Caipirinha Bar em Viena, mas andar la nao eh facil nao. Guias de turismo sao uma porcaria. Tudo eh muito facil em teoria, vc pode andar por aqui e por ali. My ass. Soh se vc quiser morrer. Ou, como dizia minha mamy, matar seus pais a soco e a pontape. Uma figura de linguagem estranha, tenho de admitir.
O que eu achei de tudo ateh agora: estou procurando a alma. Achei um pouco numa igreja la em Munique. Pensei em minha mae - se ela estivesse viva, se deleitaria em saber que eu vim buscar suas raizes. Minhas. Por essa razao mesma. Ja descobri ate uma rede de lojas chamada Christ. Disse o guia do tour ao castelo que eh uma marca de relogios. Foi a primeira coisa que vi quando cheguei na Marienplatz, em Munique. Interesting, non?
Bom, pessoas sao interessantes. Almocei com um grupo de americanos bem simpaticos. Nosso guia era bem hilario, e essa foi ate agora a melhor parte. Vamos ver agora se a cidade de Praga desfaz a impressao dos mercadores. Bem, o concierge do hotel ja foi 1000. Tb dei sorte de 2 hospedes (americanas, acho) estarem chegando e abrirem a porta para mim. Gracas aos anjos da guarda, sempre atentos. O lugar eh super simpatico. Metade do medo resolvida. Mas devo dizer: a lingua eh um entrave e tanto. O pp rapaz falou que o transporte coletivo eh complicado. Pes, preparem-se. O estoque de relaxantes musculares ainda existe.

Neve

Breve post, pq o teclado nao ajuda, e eu odeio escrever sem acento. Frio: inicia com 1 ou 2 graus e quando esquenta e tem sol, chega a 10. Bafafa no aviao: mocinhas brasileiras alegres e alemaes bebendo em excesso. Munique, bela cidade, mas o que eu queria era ver Schloss Neuschwanstein, o castelo que Ludwig nao terminou de construir, e, diz-se, inspirou o castelo da Bela Adormecida. Pois fiz o tour e de quebra conheci o outro castelo onde ele realmente morou, de que, confesso, gostei mais, e o guia era muito melhor. Ainda: Chegamos a quase 1000 metros acima de onde estavamos, e vimos... NEVE!!!!!!!!! Finalmente, eu consegui!!! Vi, toquei, pisei. E vi os Alpes. Me senti a Julie Andrews fugindo dos nazistas. Assim que retornar vou rever o filme...
Estou revoltada: ninguem carimbou meu passaporte na fronteira com a Austria. Duoga. Bye, que o tempo ruge.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Budismo

Será que alguém consegue viver o momento presente, ao pé da letra?
Pessoalmente, estou em um de dois estados: no passado, tentando reconfigurar o que foi, buscando respostas para o presente e a chave para o futuro; e no futuro - o presente é só um pretexto para planejar para o dito cujo.
Exceções honrosas: quando estou lendo, mas aí estou mergulhada num mundo que não é o meu, é a fantasia mais plena, e quando estou embrenhada em algum projeto, pessoal ou profissional.
Viajar, por exemplo, é um projeto interessante: digamos que se leve 15 dias efetivamente no trajeto. Na prática, quando se trata de uma viagem intercontinental, e se viaja solo, são tantos os detalhes, que se começa a viagem muito antes: quando se começa a sonhar. Quando ela termina: praticamente nunca. Até diria 'nunca', mas com a ameaça do Alzheimer, já ñ se pode mais dizer isso.
Não são nem as fotos que nos remetem às lembranças. Há outros tipos de registros - a gente pode criar um blog ou pode recorrer ao tradicional diário. Mas basta ler um registro alheio e as memórias fluem. Mais uma vez: desde que haja um resquício dela. Para quem tem caso de Alzheimer na família, é um fantasma a pairar.
Não gostaria de lembrar de tudo, mas gostaria de ter uma memória daquelas de desencavar fatos empoeirados pelo tempo. Pra que, não sei bem. Acho bom ter um registro, raízes talvez. Sempre gostei de história, sou descendente de imigrantes, gostaria de saber quando meus avós desembarcaram neste país, e até os porquês. Porque aqui e não acolá. Porque meu sobrenome se escreve deste jeito, e não do jeito que deveria ser. Todos os antigos já morreram. As grafias se alteraram. Talvez já não tenha mais importância. Mas a história é importante. Na raiz está o nosso centro, nosso equilíbrio. Quero achá-lo. Mesmo para escolher um caminho diferente, é preciso saber de onde se parte.

sábado, 10 de outubro de 2009

Comfort Food

Diz-se da comida que tem um significado especial, com um conteúdo emocional, que nos traz boas lembranças, e, por isso, nos conforta. Pode ter raízes na infância ou não. Não é toda comida que se comeu quando criança que deixa saudade, ou essa sensação de conforto, aconchego.
O chocolate é um capítulo à parte. Até porque pode-se entrar na questão da serotonina, e no bem-estar real que ele provoca. Nham. Ou nos flavonoides (com ou sem acento?), antioxidantes, que fazem bem para o coração, e estão presentes no chocolate meio-amargo. Nham Nham.
Para mim, comida é mais do que subsistência. Comida é também emoção, e é cultura. Extraído o fato básico de que todo ser vivo tem de se alimentar para sobreviver, parece-me que é em torno do ato de se alimentar que as pessoas se encontram. Desde o tempo em que se acendiam fogueiras para assar a caça, até à sala de jantar dos dias de hoje, e restaurantes, bares, etc.
Fala-se em "comida típica" - os guias turísticos darão destaque a museus, exposições, mas sempre haverá menção à culinária local. A melhor maneira de se familiarizar com um lugar é comendo - não em restaurantes (pelo menos exclusivamente), mas onde é tradicional, onde o povo local come, indo aos supermercados, mercados, experimentando os produtos locais. Claro que este é um conceito exatamente oposto ao de comfort food - o novo X velho. Mas toda essa conversa era para falar de boas lembranças - criadas a partir de novas experiências.
Hoje faz frio - apesar de ser primavera no Rio. Uma embalagem de cookies, guardada para fazer algum artesanato, trouxe a memória de viagens passadas. Prazer e subsistência (ahã!) - afinal, chocolate alimenta! Melhor ainda quando se tem forno de microondas no quarto de hotel - esse cookie quando o chocolate derrete... bom, tem aquele outro fresquinho que vende perto da Macy's (NYC), mas é outra história.
E eu não tenho cookies em casa. Tenho várias barras de chocolate, que não me atrevo a comer, pois estou com dor-de-cabeça crônica, e pode se desencadear uma enxaqueca. Fico com a lembrança. E uma receitinha. Olhar não tira pedaço, já dizia minha bisavó. Nem engorda.

Receita de chocolate quente da Nigella Lawson (www.nigella.com).

Ingredientes:
2 xícaras de leite
100 g de chocolate amargo ou meio amargo (o que preferir)
1 pau de canela
2 c. chá de mel
1 c. chá de açúcar mascavo
1 c. chá de extrato de baunilha (opcional)
2 c. s. rum escuro

Modo de preparo:
Coloque o chocolate picado em pedaços pequenos em uma panela com o leite, a canela, o mel e o açúcar. Leve ao fogo até que o chocolate derreta completamente. Se optar pelo extrato de baunilha acrescente-o depois de o chocolate derreter. Acrescente o rum aos poucos e prove para ver se não ficou forte, retire a canela e sirva quente.

A língua liberta

Atiq Rahimi, autor de Syngué sabour, é o escritor afegão exilado na França que veio para a FLIP falar com Bernardo Carvalho, de O filho da mãe, sobre o tema “O avesso do realismo”.

'Syngué sabour' - Pedra-de-paciência - foi escrito sob o impacto da violenta morte da poeta Nadia Anjuman, ESPANCADA até a morte pelo marido e com a conivência da mãe que a considerava liberal demais. A obra é libertadora, deu ao autor um prêmio (Goncourt - 2008) que lhe deu também reconhecimento em sua terra natal, para onde ele pensou nunca mais poder voltar depois de ter escrito tal coisa, e onde agora, pela poder da palavra escrita ele se faz ouvir.

Uma das inspirações para Bernando criar 'O filho da mãe' foi o assassinato por motivos políticos da jornalista russa Anna Politkovskaya, que denunciava os crimes da guerra na Chechênia. Além disso, o livro fala do drama das mães quando seus filhos soldados estão em guerra. Como se pode ver, a ficção não é apenas o avesso da realidade, ela é tranformadora, reveladora e libertadora. Diverte como diverte um parque de diversões, mas também reflete em nossas cabeças como as nossas imagens na velha casa dos espelhos, causando impressões tranformadoras.

A tal pedra-da-paciência citada por Atiq serve “…para todos os infelizes do mundo. Conte a ela seus segredos até que a pedra estoure… até que você seja libertada de todos os tormentos.”…

Um trecho dessa obra de Atiq chamou especialmente minha atenção. Ali está citado o Corão, no início, onde o profeta conta da revelação do arcanjo Gabriel:

”- LÊ! Em nome de teu Senhor que tudo criou, que criou o Homem a partir de um embrião. Lê! Teu Senhor é de uma bondade universal, Ele que ensinou ao Homem, por seus escritos, o que o Homem não sabia…”

(Não sei de onde copiei essa resenha, sorry... só sei que data de junho/2009)

Jeitinho brasileiro

Nenhum homem nesta terra é repúblico, nem vela ou trata do bem comum, senão cada um do bem particular."
Simão de Vasconcelos, 1663.

José Murilo de Carvalho

Ser republicano é crer na igualdade civil de todos, sem distinção de qualquer natureza.

É rejeitar hierarquias e privilégios.

É não perguntar: "Você sabe com quem está falando?"

É responder: "Quem você pensa que é?"

É crer na lei como garantia da liberdade.

É saber que o Estado não é uma extensão da família, um clube de amigos, um grupo de companheiros.

É repudiar práticas patrimonialistas, clientelistas, familistas, paternalistas, nepotistas, corporativistas.

É acreditar que o Estado não tem dinheiro, que ele apenas administra o dinheiro pago pelo contribuinte.

É saber que quem rouba dinheiro público é ladrão do dinheiro de todos.

É considerar que a administração eficiente e transparente do dinheiro público é dever do Estado e direito seu.

É não praticar nem solicitar jeitinhos, empenhos, pistolões, favores, proteções.

Ser republicano, já dizia há 346 anos o jesuíta Simão de Vasconcelos, É NÃO SER BRASILEIRO.

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José Murilo de Carvalho é historiador

Publicado em O Globo, pág. 7, 6 de julho de 2009

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Ana Maria também é cultura

Um dia eu acabo de arrumar esta casa. Como eu guardo coisa. Revista de 21/9/07!
7 maneiras de evitar o estresse, por Lígia Scalise. Há 1000 maneiras. Ler. Beber um vinho (cairia muito bem com essa primavera outonal que fez desabar um temporal no Rio - um chá ou um chocolate quente como o que eu tomei hoje tb vão bem). Spa. Massagem.
Para os pobres infelizes que se meteram na estrada antecipando o feriadão, não tem jeito. O inferno começou cedo. Hoje de manhã já tinha um motoboy com a moto no chão, no meio do trânsito caótico.
As malditas pedras portuguesas, de que ninguém cuida, mais as calçadas, onde as árvores plantadas quando fizeram o planejamento (?) urbano há décadas espalharam suas raízes, são um acidente à espera de um incauto, uma vez que desconhecem o que é uma superfície plana. Não sei, talvez no Leblon, o metro quadrado mais caro da cidade (onde pedestres podem circular, claro, não estamos falando da Barra, lugar bizarro feito para carros).
Enfim, divago. Às 7 dicas.
1- Respire ao ar livre. Um estudo americano constatou que 88% das pessoas habituadas a ter contato com a natureza respondem melhor ao estresse. Vale qq atividade, desde caminhar em parques até relaxar por 10 minutos em uma praça durante seu horário de almoço.
2- Imponha-se limites. Um dos estopins para a ansiedade é aquela sensação de que não vai dar tempo. "Vc só pode fazer uma coisa de cada vez. Tenha foco. Decida o que é mais importante e dedique-se a isso", ensina Jael Coaracy, consultora do livro Vai Dar Certo (ed. BestSeller).
3- Aperte os pés. A reflexologia se baseia no princípio de que temos todos os pontos do corpo na sola dos pés. Par aliviar a tensão, prepare uma bacia com água morna, 2 xícaras de sal grosso e um punhado de hortelã. Massageie um pé com a mistura, em sentido horário, por 10 minutos, enquanto o outro fica de molho. Coloque bolinhas de gude no fundo da bacia.
4-Bote pra fora. Em vez de ficar estressada e isolada no seu canto, experimente conversar com alguém de sua confiança. O simples fato de colocar pra fora aquilo que te provoca agonia já vai fazer um bem danado.
5-Seja flexível. Nada de se desesperar quando algo inesperado acontecer. Reflita: um imprevisto não significa perigo. Às vezes, aquilo que apareceu de surpresa pode ser uma ótima oportunidade. Ouse!
6- Faça bom uso do trânsito. Antes que vc entre na neurose de gritar ou xingar o motorista do lado, use o tempo em que está parada no trânsito para fazer algo que lhe dê prazer. Escute suas músicas preferidas!
7- Faça um spray antiestresse. Elaborado pelo aromaterapeuta Fernando Amaral, esse spray é uma saída para acalmar. Anote a receita: 200 gotas de óleo essencial de lavanda, 50 gotas de óleo essencial de laranja doce, 80 ml de álcool e 400 ml de água. Misture os óleos no álcool até que se dissolvam por completo. Depois, misture-os à água e coloque em um borrifador de meio litro.

sábado, 3 de outubro de 2009

Always Jane Austen


Um ano atrás eu chegava na estação de trem de Bath, na Inglaterra, como sempre entre perdida, assustada e deslumbrada. Pois como haveria de me imaginar ali? Se eu voltasse bastante no tempo teria de dizer que jamais me vi sequer entrando em um avião. Essa era a minha (não) expectativa. Como o subúrbio carioca era uma província - ainda mais se considerando a comunicação limitada e cerceada (lembrando que democracia é fato novo por estas bandas...) - meu território eram os livros. Neles eu viajava. Talvez por isso sempre tenha me dividido entre o pragmatismo e o sonho, e tenha ido estudar literatura, para depois ir trabalhar num emprego burocrático. Haja esquizofrenia...
Na faculdade eu descobri Jane Austen, paixão que perdura. É lógico que descobri muitos outros escritores e poetas maravilhosos, mas depois de travar contato com Elizabeth Bennett & Mr. Darcy, Anne Elliott & Captain Wentworth, de analisar a prosa fluida e a crônica dos costumes da época feita por Austen, o desenho sutil dos personagens, a rendição é total. Anos depois, assistindo às produções inglesas, belas e fieis aos originais, o deslumbramento é total.
Apesar de Pride and Prejudice ser meu livro favorito, Persuasion é especialíssimo. É como se um fosse o primeiro amor - aquele que eu li primeiro, estudei na faculdade, me deslumbrou, e deixou sua marca indelével; e o outro, o último - o mais maduro, porque realmente o é. E a leitora também.
No caso de Persuasion, eu vi o filme primeiro - o que é inesquecível para mim foi a experiência de assisti-lo em NYC, num cine-arte atrás do Plaza, com um "porteiro" todo paramentado, chiquérrimo. Deslumbramento total. Saí do cinema com Déa nas nuvens, fomos andando pela Broadway em êxtase. Os atores ingleses são incomparáveis. No dia seguinte já estava comprando o livro, que tenho até hoje, lógico, que já li inúmeras vezes. A carta do Capitão Wentworth a Anne é o máximo. A ideia de Bath deve ter nascido ali.
E foi assim que eu cheguei a Bath. Jane morou ali por poucos anos. De acordo com sua biógrafa, ela não gostava da cidade. Supõe-se que porque ela saiu do seu ambiente e sua situação não era nada confortável. Mas tanto Persuasion como Northanger Abbey são ambientados ali, e nada indica qualquer amargura nas tramas. O que mostra o talento da escritora.
Saí do trem, arrastando minha mala cor-de-rosa pela rua, com a chuva caindo (como chove e venta na cidade), olhando à direita (o rio) e à esquerda (os marcos - catedral, prédios...), cada vez mais deslumbrada. Consegui chegar facilmente ao YMCA, exatamente como disseram. Era cedo, meio do dia, fui fazer o reconhecimento da cidade, andar sem rumo, e acabei chegando na porta do Jane Austen Centre.
Jane não morou ali, e na verdade, para os fãs renitentes, seria necessário ir a Chawton, onde ela realmente finalmente foi se instalar (embora tenha morrido em Winchester, e esteja lá enterrada, só foi para lá para consultar um médico, mas ela já estava fatalmente doente). Mas há fãs apaixonadas(os) em todo lugar, inclusive no Brasil (aqui recentemente foi fundada a JASBRA - Jane Austen Sociedade do Brasil, por Adriana Zardini - http://janeaustenclub.blogspot.com/), e alguns levam a cabo a tarefa de preservar a memória cultural/histórica de personalidades que, de outra forma, podem ficar perdidas no tempo. Afinal, na própria lápide de Jane ela é destacada apenas como membro da família, e não como a escritora que foi. Os próprios direitos autorais de suas obras se perderam.
A casa onde Jane morou e escreveu 3 livros pertencia a seu irmão e ficou abandonada, apodrecendo, e agora foi adquirida por uma milionária americana, Sandy Lerner, naturalmente e felizmente, apaixonada por Jane. Ela recuperou a casa e transformou-a num museu. Sonho um dia em ir lá. Não é de fácil acesso para quem anda "a pé".
Um sonho de cada vez. O coração tem de estar forte. Pois se chegando no Centro em Bath, onde sequer Jane botou os pés (só morou alguns meses na mesma rua) já foi um buá buá...
Viajar tem disso - para quem tem de atravessar um oceano, e tem mania de controle, como eu, são meses de planejamento, para viver 15 minutos de emoção. Bom, entre chegar e sair são mais de 15 minutos, mas não leva mais do que isso para se sair do estado de choque. Depois a gente se acostuma.
Se o choque não passar, eu me aplico um liscabão - como dizia Emília. Aliás, aquelas pílulas falantes da Tia Nastácia bem que me serviriam agora.

Livre acesso (revisado)

Matéria publicada na Revista O Globo em agosto de 2008. 15 endereços na internet onde os autores liberam livros, CD, filmes e fotos de graça. Checados, todos ainda disponíveis.

MÚSICA
http://albumvirtual.trama.uol.com.br/
http://www.freeplaymusic.com/
http://mmrecords.com.br/
http://www.overmundo.com.br/overmixter/
http://www.jamendo.com/en/

HQ
http://www.acervohq.quadrinho.com/capa/

MULTIMÍDIA
http://www.archive.org/index.php

EDUCAÇÃO
http://www.ocwconsortium.org/
http://www.futuratec.org.br/

CIÊNCIA
http://www.plos.org/

VÍDEO
http://pirex.com.br/

IMAGENS
http://www.openclipart.org/
http://www.flickr.com/photos/ciadefoto

LIVROS
http://www.editoradobispo.com.br/site/

BIBLIOTECA NACIONAL
http://bndigital.bn.br/



sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Dia de Rio de Janeiro











É possível se ficar totalmente
insensível diante da emoção do outro?

Creio que a única forma de consegui-lo é se isolar. No momento em que se entra em contato com outros seres, é acionado o mecanismo da socialização (seja lá o que for) e algo começa a repercutir dentro de nós. Começa no cérebro, óbvio, que é o que comanda tudo: pernas, braços, músculos (inclusive este que leva a fama de ser o centro das emoções - o coração).
É por isso que esse ser que não se identifica com outros seres e suas emoções ou regras sociais é chamado de sociopata. Outra história.
Bem, a história de hoje é a alegria da cidade pela conquista do direito de sediar as Olimpíadas em 2016. Considerando-se a penúria em que todos achamos que vivemos, chega a ser meio patético - parecia até esquizofrênica a discussão na GloboNews (que enfiou, entre as naturais imagens de comemorações por todo o país e em Copenhagen, e de tristeza das cidades que estavam na disputa, e até mesmo o cumprimento do Presidente Obama, a reação em Tegucigalpa. Ora, faça-me o favor. WHO CARES???), por um lado mostrando alegria até mesmo por parte de sua correspondente na Europa, sinceramente emocionada, e por outro, fazendo questão de destacar os grandes problemas que temos de resolver nesses 16 anos - que não são poucos.
Bom, sugiro que troquem a mala do Zelaya pelas Olimpíadas. Certamente o assunto é mais importante e útil para nós.
Enfim, para o carioca, qualquer motivo é de festa, e esta começou antes mesmo do anúncio na praia de Copacabana. O São Jorge estava em frente ao Copacabana Palace.
Alguns estavam desligados, como o motorista do táxi a quem perguntei se sabia do horário da divulgação. E olhe que o rádio do carro estava ligado na CBN!
Fui trabalhar, esqueci do assunto tb, e saí sem olhar para o relógio, entro no Shopping Rio Sul, e quando vou subir a escada rolante, vejo um monte de gente, e o grito da multidão! Arrepio, sorriso instantâneo. É a reação natural, não tem jeito. Precisa-se ser insensível, como disse. Ainda bem que não sou. Estou viva.

Resolvi dar uma conferida na Av. Atlântica. Afinal, sempre é bom garantir que se está viva - depois a gente continua a criticar, pq assunto não falta. Nesse ínterim, é agir para mudar.

Já dizia Zé Ramalho:

Bate, bate, bate coração,
Dentro desse velho peito
Você já está acustumado a ser maltratado
A não ter direito
Bate, bate, bate coração,
Não ligue deixe quem quiser falar
Porque o que se leva dessa vida coração
É o amor que a gente tem p´rá dar

VOTE EARTH

earthhour We'd love it if you mentioned Earth Hour Copenhagen and #voteearth on http://www.blogactionday.org :)

Clarice: escrever é o mesmo processo do ato de sonhar: vão-se formando imagens, cores, atos, e sobretudo uma atmosfera de sonho que parece u...