sábado, 7 de julho de 2018

Paixões: Klimt

Imagine que você tem alguma paixão, não por uma pessoa, mas por um artista ou uma música ou um lugar. Não sei se existe alguém que não tenha pelo menos uma preferência por alguém ou algo. Não falo da experiência estética pura e simples, mas do que desperta emoção. No meu caso, cito Jane Austen, Klimt e Beethoven. Não é um sentimento genérico. São certas experiências certeiras como flechadas de Cupido. É visitar Chawton, a última residência de Jane Austen; ou ouvir a Nona Sinfonia de Beethoven; ou parar estatelada diante da obra 'O Beijo', de Klimt... e chorar. Isso para uma pessoa que não tem esse hábito. 

Eis que se entra num local divulgado como "centro de arte digital" para se vivenciar uma experiência de imersão em obras de arte, dentre as quais as de Klimt. 

Pausa para a informação enciclopédica. Gustav Klimt, nascido em 14/7/1862 e morto em 6/2/1918, foi um pintor simbolista austríaco, e membro proeminente do chamado movimento artístico Secessão de Viena. As obras de Klimt incluem pinturas, murais, desenhos e outros objetos de arte, e seu principal objeto era o corpo feminino, ainda que pintasse também paisagens. Uma de suas grandes influências foi a arte japonesa. Ficou famosa sua fase dourada. Diz-se que viagens a Ravenna e Veneza, conhecidas por seus belos mosaicos, inspiraram sua técnica e suas imagens bizantinas.

Não sei a razão que me levou a gostar desses artistas. Não sei quando eles ganharam esse status de favoritos no meu gosto. Não sei usar linguagem erudita ou técnica para descrever qualquer de suas obras. Mas sei que eles vieram e ficaram.

E por isso, mergulhar na obra de Klimt, ser rodeada por ela, não em pequenas telas estáticas pregadas na parede (embora estas possam ser intensas, como dirá quem se aventure a contemplar 'O beijo', no Belvedere, em Viena, ou o retrato de Adele Bauer, na Neue Gallery, em Nova York), mas ocupando todo o espaço disponível, paredes, tetos, chão, em constante movimento, surgindo e se dissolvendo ao som da música de Beethoven, é uma experiência poderosa. Emocionante. De deixar qualquer um boquiaberto.

Se pudesse, iria lá não uma, mas dez vezes. Ou mais. Seria ótimo se tivesse o lugar só para mim, mas não havendo o que fazer a esse respeito, vivamos a imersão plena. 

Adele Bloch-Bauer II (foto acervo)

Tree of Life (acervo)

Atelier des Lumières 2018 (acervo)

O movimento (acervo)

Atelier des Lumières 2018 (acervo)


O Beijo (acervo)

Atelier des Lumières 2018 (acervo)

Atelier des Lumières 2018 (acervo)

Atelier des Lumières 2018 (acervo)

Adele Bloch-Bauer, the Woman in Gold (acervo)




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Clarice: escrever é o mesmo processo do ato de sonhar: vão-se formando imagens, cores, atos, e sobretudo uma atmosfera de sonho que parece u...