quinta-feira, 8 de março de 2012

Em busca de um picolé


"Para a temporada de verão 2011/2012, a Kibon apresenta Magnum Chocolatier Collection, grande inovação da linha de sorvetes Premium Magnum para celebrar os prazeres do chocolate. São dois novos sabores, o Magnum Trufa e o Magnum Brownie, que trazem justamente a expertise em chocolate ao universo do sorvete. As duas inovações foram inspiradas em receitas clássicas e adoradas pelos consumidores, trazendo uma combinação de sorvete cremoso com uma crocante camada de chocolate belga. Magnum Trufa é um sorvete de chocolate, com recheio de trufa de chocolate e coberto com uma camada crocante de chocolate belga."


Não que eu seja uma adoradora de sorvete. Na verdade, prefiro um Häagen-Dazs, um desses iogo-qualquercoisa, e se as lojas não fossem tão fora de mão, um Mil Frutas. Até um MacColosso de quando em vez, mas muuuuuuuito raramente às vezes me dá vontade. Mas, sério, passo batida. Acho gelado demais. 


¬¬


É. Gelado demais. Não acho muito confortável para minha garganta. Não sei a razão. Talvez algum trauma de infância? Papai/mamãe sempre diziam para "quebrar o gelo" dos líquidos que vinham da geladeira. Água muito gelada não desce. Exceção: Coca-Cola. Tem de ser muito gelada ou ter montes de gelo.


Voltando. Resolvi procurar o Magnum Trufa. Passei pela padaria perto de casa: só tinha o clássico. É bom lembrar que tenho de equilibrar a vontade com a oportunidade. Porque não adiantava achar o danado de estômago lotado ou muito vazio. No primeiro não ia caber, e com o segundo eu sinto necessidade de sal. Segui meu caminho e fui para o Centro. Cadê que tem picolé? Fui circulando, Rua da Quitanda, Rua 7 de Setembro, Uruguaiana, Alfândega, Largo da Carioca, 13 de Maio, Senador Dantas, Cinelândia... Passei por mates, pães de queijo, croissants, iogo-sorvetes, esfihas, churrasquinhos de gato, chope gelado, chocolate, até Starbucks, mas cadê padaria? Cadê geladeira de sorvete? 


Continuei hoje. Mudei de região. Pensei com os meus botões que padarias existiriam em bairros. Afinal, pessoas precisam de pão. E tradicionalmente padarias contêm geladeiras de sorvete. Ahn. Andei a Ataulfo de Paiva toda e não enxerguei nenhuma. Acho que os pães agora são de grife. Ou estão no supermercado ou no Talho Capixaba e similares.


Pensei em ir até à orla, quem sabe um vendedor ambulante, mas o sol estava proibitivo. Peguei o ônibus e fui pra Copacabana. Bairro interessante, bem mix. Lembrei então que em frente ao shopping Cidade de Copacabana, do lado da locadora e da farmácia Peixoto, existe uma lojinha que vende água e vendia sorvete. Bingo.


O sorvete nem era uma brastemp e só veio se somar ao sanduíche de salsichão do Alemão. Mas valeu. Só queria muito saber onde a Kibon vende sorvete.


PS: E pensar que sorvete já foi um prêmio quando eu era criança. O que mudou?

segunda-feira, 5 de março de 2012

Instante

Por um instante, let me be. O que eu quiser ser ou sonhar. Desenrolar uma ponta de mágoa até ver no que dá, se num emaranhado tão grande que me aprisione pra sempre ou na saída do labirinto. Confrontar a dor é preciso.

sexta-feira, 2 de março de 2012

A morte

Preciso me reconciliar com minha morte. Tenho medo da morte, mas preciso morrer. Se não o fizer, serei sempre o mesmo eu, esse ser desamparado, magoado, soterrado de lembranças que ameaçam me sufocar, me paralisar. O envelhecimento conduz à morte, mas pior do que a morte do corpo é essa morte mental. Não é depressão, não é tristeza, não é vazio, é um caos primordial que contém tudo e a lugar nenhum leva. 

Clarice: escrever é o mesmo processo do ato de sonhar: vão-se formando imagens, cores, atos, e sobretudo uma atmosfera de sonho que parece u...