domingo, 23 de março de 2008

Somos Todos UM

O Hexagrama para Hoje é: 34 – TA CHUANG – O PODER DO GRANDE - O momento é favorável para tomar atitudes, mas você deve saber usar corretamente o poder de que dispõe. A verdadeira força é a que nunca se afasta do caminho da justiça. De um dos meus sites favoritos (Somos Todos UM).
Perfeito.

Torre de Babel

Ñ vou consultar os arquivos para saber se já escrevi isto aqui. Sei q já pensei no assunto. Acho q estamos vivendo uma situação similar à da história bíblica da Torre de Babel. Deus confundiu os homens fazendo-os falar línguas diferentes para q se interrompesse a construção da Torre q, supostamente, os levaria aos céus.
Pois acho q Deus está nos mandando o Mal de Alzheimer e outras doenças para atrapalhar os sonhos de imortalidade do homem. De q adianta a ciência nos fazer viver mais, para vivermos nessas condições?

quarta-feira, 19 de março de 2008

Felicidade?

Ler "Felicidade", de Eduardo Giannetti. Não li, mas os comentários na matéria da revista Época sobre o tema me deixaram curiosa. Tenho um livro dele que achei ótimo. Lembro o nome? Não. Mas leria/lerei outros.
Segundo a revista, Gianetti diz que a felicidade completa pode trazer paz e alívio, mas ao custo de aniquilar o que a humanidade tem de melhor - a capacidade de criar, ousar e experimentar.
Cita-se John Stuart Mills, filósofo inglês: "É melhor ser um Sócrates insatisfeito que um porco satisfeito".
Triste me considerando, estou em boa companhia, então: Fernando Pessoa, Beethoven (com ele compartilho ainda o dia de aniversário, se não o talento musical), João Cabral de Melo Neto (sofria dores de cabeça constantes também). Naturalmente, não estou comparando os meus dotes com os destes gênios que eu admiro. Como poderia? Quem pode copiar
de Cabral de Melo esse duro, cortante e intrigante poema que eu amo, Uma faca só lâmina?

Seja bala, relógio,
ou a lâmina colérica,
é contudo uma ausência
o que esse homem leva.

terça-feira, 18 de março de 2008

Nada é permanente

Você se sente cansado. Para onde olha há algo a ser feito. Não pode parar. E canta em prosa e verso suas dores, sua preocupação, sua miséria. Estava lendo não sei onde que o ser humano adora contar histórias. Deve ser por isso que a internet faz sucesso. Todos podem usá-la como confessionário, dar opiniões, criticar, manipular, vituperar... Então, do alegado cansaço, pára um momento. Porque cada momento é único. Ninguém está cansado o tempo todo, triste o tempo todo. Tirando os casos clínicos, sobre os quais me abstenho por ignorância. Mas se você não é um caso médico, tem momentos tristes, mas os tem alegres também. Pouco basta. Por exemplo, os absurdos da vida política americana. E há quem fale do Lula. O que é mais bizarro do que o governador do Estado de Nova York envolvido com prostitutas? Logo em seguida, seu substituto vem a público com traição conjugal. E com o apoio da esposa, já que esta alega ter traído o marido na mesma época. Ai, ai. Jon Stewart fez um quadro comparando os comentaristas de TV a carnívoros diante do escândalo do agora ex-governador. E apontando em uma montagem os adjetivos com que o qualificavam antes, todos ligados à ética do político. A impressão que me ficou: que todos ficaram felizes com o escândalo, porque assim o sujeito desceu ao nível deles. Ninguém agüenta uma pessoa ética, uma pessoa que tenta combater o bom combate.
Pode-se até dizer que o cara é um hipócrita. No mínimo inconsistente. Mas enquanto combateu, era o mocinho. Como o Clinton, que se pegou com a estagiária, e está agora ajudando a construir casas em New Orleans. E os críticos, o que estão fazendo, além de se deleitar e babar com a desgraça alheia? IEI, caiu o moralista de m. Continuemos nossa politicagem, nossa imprensa menos do que nobre e isenta.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Qual é a cara da dor?

Pergunto-me ao olhar cuidadosamente o rosto de minha mãe no hospital. Como dizem os médicos, ela não "interage". Traduzindo, o Alzheimer corroeu o cérebro dela. Terror: ficaremos assim se envelhecermos? Esse é o destino irremediável de toda a população que ousou usufruir dos avanços (?) da medicina? O que está acontecendo? É uma nova versão da Torre de Babel? A ciência tenta descobrir o segredo da imortalidade e Deus nos pune confundindo - agora não as línguas, mas o pensamento? Morrer em vida. Não ser capaz de entender. Nada.
Qual é a cara da dor? O que esconde a expressão catatônica? As palavras emboladas, uma ou outra fazendo um quase-sentido... ou seremos nós que inventamos um sentido, só para não nos sentirmos totalmente à parte desse mundo fechado de alguém que um dia fez sentido, foi um ser pensante?
A questão não é sobreviver, durar mais tempo. A questão é como. Como? Estou falando de mim, claro. Porque com relação a minha mãe a questão é quando. E que não haja dor. Além do corpo. Paz.

domingo, 9 de março de 2008

Antigamente...

homens e mulheres trabalhavam em suas artes e ofícios, no campo, em casa. Ñ tinham TV, BBB, cervejinha e churrasquinho no bar. Thich Nhat Hahn faz seus tarefas domésticas prestando total atenção nelas, e as vê como uma oportunidade a mais para estar totalmente consciente, atento. Ñ há diferença entre lavar uma louça e ler um livro. A princípio, pode-se pensar q é uma perda de tempo. Ñ é. Além de ser necessário. Pegar uma peça e costurar à mão, prestando total atenção ao q se está fazendo é uma forma de atenção. E de se desestressar, de se deixar pensar no q há para se fazer depois. É uma verdadeira pena quando se acaba. Mesmo q se relute em começar.

sábado, 8 de março de 2008

Depressão X Dor

A discussão é antidepressivo. O que ele faz por você? Ajuda a lidar com as intempéries, poucas ou muitas. Mas ajudaria mesmo? Uma tese que julgo aceitável é que esse 'lidar' pode significar não deixar vir o problema à tona. Digamos, se eu tenho medo da solidão, uma das soluções pode ser o antidepressivo. Assim, o remédio torna um grande problema aceitável, e ele vai sendo deixado de lado, em prol de outras coisas julgadas mais importantes. Só que ele está somente à espreita, e quando menos se espera (pq, afinal, o remédio ñ é mágico - ñ faz com q o problema desapareça), ataca. E pode ser de uma forma insidiosa: assume outra forma. Uma doença, por exemplo. Aqui estaria entrando em campo que ñ é do meu domínio. Há controvérsias sobre a(s) causa(s) de doenças terem como componente mágoas, tristezas, etc.
Para mim está fazendo sentido. Há coisas minhas com que tenho de lidar, ou seja, tenho de parar de disfarçar. Já estão fazendo fila. Deve ser por isso que o pescoço voltou a doer. Há estradas vicinais nesse caminho. São as idéias que vão me ocorrendo ou são provocadas por terceiros cutuquentos à medida em que vou pensando sobre o assunto. A própria dor. A vulnerabilidade, a exposição. Há um momento em que é permitido mostrar fragilidade? Hoje estava lendo no Eat, Pray, Love que a Guru da autora diz que não se deve insistir na postura de vítima. Que quanto mais se age com fortaleza, menor a possibilidade de se ficar no nhém-nhém-nhém. O balcão de reclamações que estava lendo no Rabino Nilton Bonder por esses dias. Realmente, é um saco. Mas tb é insustentável ficar posando de forte. A palavra que me surgiu à cabeça esta semana foi: desmoronar. Pedaços espalhados por aí. Falta de vontade. E a dor. A dor. Insistente, constante, espasmódica. Se eu fosse uma yogi, talvez usasse essa oportunidade para deixá-la vir, acolhê-la, e aproveitar que ela te impede de pensar direito, para, exatamente, não pensar. Imagino que algum entendido no assunto diga que é isso mesmo. Impaciente que sou, control freak, primeiro choraminguei com um médico. Depois com outro - razão: caraminholas que colocaram na minha cabeça sobre a possibilidade de um aneurisma. Bizarro. Parece que a idade é uma razão para maximizarem-se as opções de tragédia. Será que a dor é necessária para se 'crescer'?

quinta-feira, 6 de março de 2008

Blogar é bom para a vida social (Yahoo! Notícias)

Qui, 06 Mar, 07h12 Por Rodrigo Martin de Macedo

Um estudo da Universidade de Tecnologia de Swinburne, em Melbourne, Austrália, descobriu que pessoas que mantém diários virtuais, ou blogs, são mais equilibradas e possuem vidas sociais mais saudáveis e felizes. Segundo o site TechCrunch, os pesquisadores notaram que após dois meses de blogagem a sensação de apoio social e redes de amizades eram maiores do que em pessoas que não possuem blogs.

As redes sociais online, como o Orkut, por exemplo, também afetam o equilíbrio psicológico de seus usuários de maneira positiva, fazendo com que se sintam menos ansiosos, deprimidos e estressados.

A professora Susan Moore explicou que, em parte, os blogueiros potenciais são pessoas de posições menos integradas à sociedade. "Descobrimos que blogueiros potenciais estavam menos satisfeitos com suas amizades e se sentiam menos integrados socialmente, eles não se sentiam tanto parte de uma comunidade como as pessoas que não se interessaram em blogar", comentou, como se para estes blogueiros manter um diário virtual fosse como um pedido de socorro.

OK. Todos os direitos reservados à parte, eu ainda não aumentei a minha rede de amizades por causa do blog. Até pq ninguém lê. E mesmo q lesse, isso ñ quereria dizer nada. Amargura? Inveja? Talvez. Há pessoas, não sei quantas, q são maravilhosas, não sentem inveja, não se estressam, são totalmente equilibradas... ainda estou procurando por elas, mas sei q existem. O barato do blog é simplesmente poder escrever. Há algo de vaidade nisso. Às vezes até me ocorre uma boa idéia (o q ñ quer dizer q necessariamente eu fosse desenvolvê-la de forma interessante), mas eu esqueço no meio do caminho. O q é cada vez mais freqüente. Acho q as dores de cabeça (e os subseqüentes analgésicos) estão destruindo Tico e Teco.


segunda-feira, 3 de março de 2008

Memória

Em A Outra, de Woody Allen, na legenda traduzida, a personagem de Gena Rowlands se pergunta, em uma hora: saudade é algo que se tem, ou algo que se perde? Ñ lembro como era no original. Anotei em algum papelzinho soterrado nos meus milhares de papeizinhos e recortes. Juntando. Acumulando. E enlouquecendo. Vou descobrir em breve. Achei o filme nas Lojas Americanas, em promoção.
Pois a memória, agora pensei, é algo que se tem, e se perde. Em maior ou menor grau. Esse tema vem me assombrando. Poderia dizer que é por causa de minha mãe, que tem o Mal de Alzheimer. Mas sempre me preocupou a possibilidade de ficar louca. Sério. Déa tinha esse plástico no carro: Of all the things I miss, my mind is the one I miss most. Mais ou menos isso, dando o desconto para o inglês capenga. De tudo que eu perdi e sinto falta, a mente está no topo. Tradução tb capenga. Acho q dá para fazer uma idéia. E era um assunto q eu sempre discutia. O q seria de mim sem minha mente? Bem, na verdade, nada. A ñ ser que o espírito esteja lá presente, lúcido, assistindo à deterioração do corpo e a incapacidade da mente. Como num castigo à la Pirro ou Prometeu.
Depois que eu descobri q existia uma doença chamada demência, q este ñ era apenas uma expressão figurada, e q o Alzheimer era uma de suas vertentes, comecei a achar q os meus esquecimentos indicavam uma forma precoce do Mal. Agendei um especialista, q me aplicou testes cognitivos, e garantiu q estão ótimos, e q a forma precoce é raríssima, e genética (certeza quanto à primeira afirmativa, quanto à segunda, dúvida).
Agora eu analiso tudo sob o ponto de vista do efeito da idade: estou esquecendo isso ou aquilo por causa da idade? Ou seria o estresse? Ou neurônios em curto-circuito? Nomes se esvaem, idéias... hoje de manhã caminhava em direção à estação, e me veio um título e uma idéia para desenvolvê-lo aqui q me pareceu genial. Bem... pelo menos me agradou, me inspirou, o q eu ñ tenho sentido há algum tempo. Cadê a idéia? Foi-se. Junto com as outras memórias. Será q existe algum limbo para essas idéias? Algum arquivo onde possamos buscá-las? Ou se trata de uma jogada sábia da natureza, de descartar aquilo q ñ tem valor, q ocupa espaço precioso em nosso HD mental, já sobrecarregado de preocupações, dores, mágoas? Será q se nos livrarmos dessa bagagem as idéias deixarão de escapar para esse buraco negro?
A questão é: há como me livrar dessa tensão constante, da dúvida, da ansiedade, do excesso de coisas materiais e imateriais que enchem a minha vida, material, psicológica e espiritualmente? Por ora, THE END.

Clarice: escrever é o mesmo processo do ato de sonhar: vão-se formando imagens, cores, atos, e sobretudo uma atmosfera de sonho que parece u...