segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Criticar é fácil, mas fazer...

Escrever é fácil, não é? Só que não. Não sei qual proporção de pessoas em cada universo gosta de rabiscar palavras no papel, só sei que desde que letras começaram a formar palavras que começaram a fazer sentido pra mim gostei de jogá-las no papel. E não era ruim nisso não. Cheguei até a sonhar em ser escritora. Ainda não abri mão desse sonho. Sei que não vou ser uma Jane Austen, mas li outro dia que há alguns escritores que começaram suas carreiras em idades avançadas, como José Saramago, por exemplo. Não, também não vou ser como ele. Só estou dizendo.

A tudo se critica, e os mais ferozes são aqueles que não produzem nada. Um sujeito que é muito criticado é justamente o escritor Paulo Coelho. Não vou analisar sua obra, pois não sou nem crítica nem escritora. Só aprendi na Wikipedia que ele recebeu vários prêmios internacionais, que já vendeu 165 milhões de livros em todo o mundo e é o maior best-seller da língua portuguesa. Seu livro 'O Alquimista' já foi traduzido em 80 línguas, vendeu mais de 65 milhões de cópias, um dos maiores best-sellers da história, e por conta disso, entrou para o livro de recordes do Guinness, por ser o livro mais traduzido de um autor vivo. A estrela do pop Pharrell Williams declarou à apresentadora de TV Oprah Winfrey que 'O Alquimista' mudou sua vida (https://twitter.com/pharrell/status/419569031423995904). Bem que eu achei que ele parecia meio nas nuvens no Grammy de ontem...

Parece que estou fazendo a apologia de Coelho, mesmo tendo estudado literatura na faculdade? Verdade que estudei clássicos como Austen, Joyce, Shakespeare, Camões, Machado. Também é verdade que hoje baixo livros da Amazon (http://smile.amazon.com/ref=nav_logo) que passam ao largo da concepção de clássicos. Tudo porque tenho déficit de atenção, e uma hora estou lendo uma coisa, daí pulo para outra, e assim por diante. Então vivo aproveitando as promoções que me são enviadas via newsletters das Smart Bitches (http://smartbitchestrashybooks.com/reviews/), bookgorilla (http://www.bookgorilla.com/), BookBub (https://www.bookbub.com/home) ou goodreads (https://www.goodreads.com/). Só não posso ficar sem ler. Especialmente quando viajo. Antes tinha de ficar arrastando peso de livros, e ficava horas pra escolher o que levar. Ou então torcendo pra encontrar uma livraria de língua inglesa, minha preferência, pra compra alguma coisa local. Nem sempre conseguia. Agora, com os ebooks, acabou o estresse. 

Qual não foi então a minha surpresa ao deparar com o compatriota por quase todo lugar por onde passei? E vou confessar, achei muito divertido.

Aeroporto de Frankfurt

Porto - Livraria Lello

Praga

Zagreb

Zagreb

sábado, 7 de fevereiro de 2015

I love trains...



Dentre as decisões a serem tomadas quando se vai viajar, uma delas, no caso em que se vai locomover de uma cidade a outra, ou de um país a outro, é o meio de transporte que vai ser utilizado. 

Alguns pontos serão levados em consideração: preferência pessoal (algumas pessoas têm aversão a viajar de avião, outras enjoam se andam de navio, etc.); orçamento; distância; e até as burocracias dos dias atuais. Tal qual o tempo que se economiza numa viagem de avião, mas vai se perder nas longas filas dos aeroportos para vencer a segurança, e mais, se for necessário despachar bagagem.

Há casos em que realmente não vale a pena, como de Nova York a Montreal. A gente pensa que vai ver paisagens bonitas, e se desaponta, sem contar o estresse de passar pela fronteira. Pelo menos foi a minha experiência. Foram 2 horas em que o trem ficou parado, por causa de três passageiros, que saíram com mala e tudo. Um ficou. Pra não falar do tanto de pergunta que me fizeram, apesar de a minha documentação estar absolutamente em ordem. Me perguntaram onde tinha comprado minha passagem (tinha sido no dia anterior, na Penn Station, NYC), e mostrei até o recibo do cartão de crédito. O visto estava fresquinho, cintilante. Saíram, foram até o posto, voltaram, depois de uns 15 minutos, a dupla riscou o visto (só valia para aquela entrada, mesmo eu achando que poderia entrar, sair e voltar - não que fosse ou quisesse fazer isso), com uma vontade que me deixou perplexa. Ainda bem que Quebec é uma cidade espetacular, e as Cataratas do Niagara são deslumbrantes, ou teria ficado com muita raiva daquele país. Ah, sim, a chinesa/canadense dona do hostel em Toronto foi ótima, assim como a funcionária da Porter Airlines (https://www.flyporter.com/Flight?culture=en) em Toronto. Não as de Quebec, muito displicentes, mas essa em Toronto foi excepcional, como a própria companhia. A melhor em que já viajei. Recomendo.

Mas voltando aos trens, que era no que eu pensava quando comecei a escrever, sempre serão minha primeira opção em se tratando de viagens relativamente curtas. Porque aí, para mim, eles são imbatíveis. Se todos pudessem ser como o Eurostar, seria muito bom. Ou rápidos, como o TGV. Se as estações fossem como a de Berlim (central), ou St. Pancras, em Londres, ou mesmo Paddington, onde se pode pegar o expresso para o aeroporto por um valor muito razoável, e não ter de gastar uma fortuna em táxi. Mas não. Muitas estações parecem mais com a Central do Brasil mesmo.

 Estação-Budapeste, por volta de 6 h da manhã

Ao se decidir pela viagem de trem, há outras escolhas a fazer: antecipar a compra (pela internet) ou deixar para fazê-lo na hora (ou véspera), na própria estação; e que tipo de bilhete. Vale checar em http://www.raileurope.com.br/train-tickets/train-tickets/.

Sempre deixei pra comprar na hora, e continuo preferindo essa opção. Já li que há descontos para quem antecipa, mas prefiro me dar o direito de decidir dia e hora em que vou fazer meu trajeto. Posso querer acordar mais cedo ou mais tarde, posso querer fazer outro programa, gosto de viajar com flexibilidade. Ano passado, no entanto, viajei com outras pessoas que preferem antecipar. Saímos do Brasil com todas as passagens compradas, e em dada situação, até tivemos devolução de dinheiro. Deve ter sido pelo fato de que adquirimos uma passagem de primeira classe, e viajamos num verdadeiro galinheiro (Budapeste-Zagreb), num trem que deveria ter lugar marcado mas parecia o metrô do Rio, onde ninguém respeita o lugar dos idosos, e tivemos de sair do trem duas ou três vezes arrastando nossas malas, por causa das obras na linha. Um verdadeiro horror.

Outra péssima experiência foi a viagem de Praga a Viena, que poderia ter sido feita em cerca de 4 horas, mas como queriam a experiência do trem noturno, não somente aumentou-se o tempo de viagem em 2 horas, como a expectativa foi totalmente frustrada. O que era pra ser uma experiência divertida, diferente, talvez até um pouco romântica (no sentido de um Expresso do Oriente, à la Agatha Christie), acabou sendo um transtorno, por uma série de motivos. Primeiro, porque trem não é avião, a gente tem de levar o mínimo de bagagem, já que nós mesmas temos de carregar a própria mala escada acima e abaixo, num tempo mínimo, contando com uma pontualidade à qual brasileiros não estão habituados, e deslocá-la por corredores muito estreitos até achar a cabine. Que é um pesadelo. Para se acomodar pessoas e bagagens, tirando tudo e todos do caminho de forma a permitir que demais passageiros também possam circular. Puro stress.

Resumindo a ópera, me senti como se estivesse numa prateleira.

Parecem prateleiras, mas são leitos... O.o

Em todo caso, reitero o que disse no começo. É tudo uma questão de preferência mesmo. Depois de ter sido revistada em praticamente todos os aeroportos pelos quais passei, de ter perdido um tempo enorme em filas e algum dinheiro ao qual tinha direito em devolução de taxa em Portugal, só por causa de burocracia, ainda defendo as facilidades do trem, e por que não, o romantismo que o transporte me evoca. Talvez tenha a ver, no final das contas, com o mistério evocado por Agatha Christie.

Em todo caso, tem mais um site interessante para pesquisa de voos baratos: http://www.whichbudget.com/, e outro para pesquisa de trens, http://www.seat61.com/index.html#.VNbWEfnF-So.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Viajar

Gosto de ficar em casa, mas adoro viajar. Não sei se isso é uma contradição, ainda não parei pra elaborar todas as considerações possíveis sobre essas duas tendências, mas na hora em que decido viajar, começo muito antes de entrar no avião. Tudo começa nos meses em que a viagem é apenas uma ideia, e eu penso em todos os lugares que gostaria de conhecer. Daí começo a pesquisar preços e datas, pra ver o que combina mais com o meu orçamento. A internet é minha maior aliada, mas não deixo de consultar um agente de viagens de confiança.


Sem esquecer da Wikipedia, http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal, e do "São" Google, https://www.google.com.br/webhp?tab=ww&ei=CVbVVMfRHreHsQSS-IGQBA&ved=0CAkQ1S4, imbatível pra qualquer pesquisa que eu faça, porque eu tenho de saber alguma coisa sobre os lugares que ainda não conheço. Sob esse aspecto, o Lonely Planet e o tripwolf também são preciosos. 

Acho difícil abrir mão dos guias tradicionais, porque enquanto há lugares onde o smartphone pode resolver tudo com um app ou um Google Maps, seja via sim card, wifi gratuito ou até mesmo pelo plano da operadora, às vezes a gente fica na mão. Às vezes, não, muitas vezes. 

Plano de operadora é inviável. Caríssimo. Se você está viajando só por um país, não há muito problema, porque pode comprar um cartão de uma operadora local, e ele vai funcionar (ex.: EUA, França, Portugal). Porém, se vai viajar por mais de um país, pode ocorrer o que aconteceu comigo em Portugal, onde fui informada de que não poderia recarregar o cartão que comprasse lá em outros países da Europa. Não é bizarro? 

Não adianta dizer que há wifi gratuito em alguns lugares ou se pode usar aplicativos como WhatsApp, Viber ou Skype, pelos seguintes motivos: por exemplo, o Starbucks agora exige que se consuma alguma coisa em suas lojas para usar o wifi; para usar os apps, é preciso que os interlocutores também tenham os aplicativos. E, de qualquer forma, uma das grandes funcionalidades do smartphone é o mapa. Se você estiver perdido num lugar estranho, e não houver qualquer wifi gratuito disponível, se não tiver seu mapa de papel, e se estiver num país, digamos, do leste europeu, ou qualquer outro onde as placas de rua estejam escritas em caracteres não familiares, como vai proceder?

De qualquer forma, a fase preparatória é uma das mais importantes da viagem. Não há garantias de que tudo vá sair perfeito, aliás, a única certeza que existe é que algo vai sair errado. Deve ser por isso que alguns (muitos?) de nós ficamos tão ansiosos às vésperas de viajar. Talvez algum psicanalista explique melhor, não importa. O que posso dizer é que no momento em que entro no avião já fico mais calma. Claro que no decorrer da viagem me estresso por um ou outro motivo. Mas ao final, sei que, de alguma forma, me expandi. Atravessar o oceano é mais do que uma coisa física, é emocional, espiritual, intelectual. Não há nada igual. Talvez, sim, quando leio um livro excepcional. Mas essa é outra história.

Como, por exemplo, descrever a sensação de se chegar em uma cidade de mais de 1000 anos de existência, caminhar até um restaurante que proporciona a vista de um castelo igualmente antigo?

Vista da Novotneho Lavka, Praga

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Lisboa - Baixa/Chiado

Olá. Hoje escrevo para mim mesma, porque só assim posso tentar recomeçar a fazer algo que para mim sempre foi natural, e agora parece ser um sacrifício. Falta de foco, talvez, ou procrastinação, ou ainda, quem sabe, concentração de energias em outra mídia, o que quer dizer a maçã envenenada (leia-se Facebook), que acaba reunindo muitos interesses num lugar só, como notícias, pessoas e a possibilidade de se permitir a divulgação e a discussão de ideias. Para pessoas como eu, a diferença entre escrever num blog e escrever no Facebook é a diferença entre ser lida ou não, ainda que seja por uma só pessoa. Isso importa? Talvez. Vamos ver. 

Clarice: escrever é o mesmo processo do ato de sonhar: vão-se formando imagens, cores, atos, e sobretudo uma atmosfera de sonho que parece u...