quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Interessante (e nada confortável) como se pode pular de pensamento em pensamento quando tentamos nos fixar numa imagem. Como, por exemplo, quando tentamos nos concentrar, ou dar uma chance à prática da meditação. Hoje, por exemplo, a imagem, ou a ideia de um girassol me veio à cabeça. Na verdade, a palavra que apareceu foi "sunflower". Não tenho a menor ideia do porquê. Nunca vi um na minha vida, e não li nada recentemente, em português ou em inglês, que mencionasse essa flor, mas foi essa a palavra, e em seguida, a imagem que surgiu. Tentei fixá-la o máximo que pude. Durou quanto tempo? Se foi um minuto foi muito. Logo em seguida, me lembrei de uma cena de um filme ou programa em que a moça estava num encontro com um cara que se achava o máximo, e a levava a uma boate que não tinha nada a ver com ela. Ela entra e sai em um minuto. Ele vai atrás dela, ela diz que não vai ficar e diz a razão, quando de repente aparece um ex-namorado que ela vive encontrando por todo lado com a namorada pegajosa, os dois com cara de propaganda de pasta de dentes. Detalhe é que toda vez que ela os encontra está sempre sozinha e nas piores situações. Só que dessa vez ela resolve pegar o cara que tinha dispensado e simular que ele é o namorado, etc. etc. Fiquei tentando lembrar de onde era essa cena, e só me veio à mente agora, é de um filme da Reese Witherspoon. Não vamos nem discutir a necessidade de ela ter de provar qualquer coisa para o ex. Passemos adiante, porque aí minha mente pulou para outra série de TV muito bizarra em que a personagem tinha de revisitar todos os ex-namorados à procura de alguma coisa, não me lembro o quê, e também havia um ex na história, que também a havia abandonado, e estava com outra namorada ou noiva, e eles viviam se esbarrando. Estranho é que o cara era veterinário e a tal nova namorada detestava animais. Gostaria de saber porque girassóis me vieram à cabeça, porque eles se conectaram com noivas/namoradas abandonadas, e porque não conseguimos nos concentrar. Imagem: http://www.free-picture.net/flowers/sunflower/vibrant-flowers.jpg.html

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Vira-lata

Uma vez assisti a uma palestra do filósofo e educador Mario Sergio Cortella, que versava sobre preconceito, e no meio do discurso ele falou uma coisa interessante, sobre uma expressão da língua inglesa, que não tem uma tradução perfeita: "I'll do my best". Denota a intenção de se fazer o melhor possível em dada situação. Pode ser usada em qualquer condição, inclusive na área de prestação de serviços. Em português, não é "nativa" a expressão "vou fazer o meu melhor", embora eu já a tenha ouvido ou lido, mas atribuo a apropriação bizarra à falta de imaginação, e fiquemos por aí. Não somente não existe a expressão na língua, como também não existe o sentimento, a vocação, a vontade. E isso foi o que Cortella apontou. Falam muito por aí do sentimento de vira-lata do brasileiro, do complexo de inferioridade, e muitas explicações são oferecidas. Começam com a derrota para o Uruguai na copa de 1950, passam por uma alegada declaração de De Gaulle de que o Brasil não era um país sério (li em algum lugar que essa declaração é fictícia), e chega-se aos dias de hoje, quando a questão é a auto-estima, em destaque desde que se elegeu um presidente semi-analfabeto, que chegou ao poder após um presidente que veio da Sorbonne. O que constatamos é que o Brasil ainda engatinha em suas instituições, e, por isso, só uma coisa será capaz de mudar sua vocação, seu destino, sua direção, digamos assim: a educação. Com ela, as pessoas refletirão, construirão pensamento crítico, e poderão tomar decisões melhores, em todas as instâncias, em todas as áreas de suas vidas. Poderão ser melhores em todos os sentidos, em nível pessoal, o que a fará mais feliz (o aspecto individualista), e em nível coletivo (o que fará o país, finalmente, avançar). Enquanto esse sonho não se concretiza, enquanto as pessoas não formulam um plano a curto, médio ou longo prazo para que isso aconteça, vale exercitar a melhor forma de se fazer o melhor possível em qualquer situação. Instrumentos existem para isso. Acredito firmemente que onde não existe um caminho, deve-se pelo menos se tentar construir um.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

De livros e nostalgia


Quem me conhece e quem não me conhece sabe como gosto de livros. Sim, livros, porque não é somente de ler que gosto, tenho o maior prazer em passar horas em livrarias, e não se passa um dia em que não entre no site da Amazon para ver as novidades. Tenho livros comprados há anos só porque me interessei pelo tema, ou pelo autor, e juro de pés juntos que um dia vou ler. Alguns desses eu acabei descartando na minha eterna luta contra a bagunça. Outros, heroicos, remanescem, até o dia em que meu sentimento de culpa ou minha obsessão (ou, como chamo na minha "psicologia leiga", meu T.O.C.) o resgatarão do limbo em que se encontram.

Já rodei muitas livrarias e bibliotecas também. Estas eu abandonei por falta de tempo e, de necessidade e, convenhamos, graças à invenção da internet. Mas muitas horas foram gastas na Biblioteca Nacional (hoje muito abandonada, uma vergonha) e em outras menos famosas. Livraria hoje tem café, vende CD, DVD, artigo de papelaria, revista. E livro. Além de ter umas cadeiras, uns sofás ou umas almofadas para os clientes folhearem os livros e revistas à vontade. É um bom espaço esse, em que a gente pode tocar nas coisas que ama, "dar uma provinha", se desligar do mundo (como se eu precisasse de muito pra isso). Mas livraria é também que nem gente, assim, tem personalidade. E poucas têm a personalidade dessa pequena Malasartes, que fica dentro do Shopping da Gávea.

Alguns a comparam com a livraria do filme Mensagem para Você (http://www.amigasdapracinha.com.br/programa-legal/186-malasartes-um-cantinho-para-as-criancas-lerem-no-shopping-da-gavea.html), que acabou sendo fechada pela mega-concorrente, à época do filme bem similar à Barnes&Noble, e cujas lojas físicas (outra mega, a Borders, já faliu) estão sendo engolida pela indústria dos e-books (leia-se 'Amazon'). Mas isso é outra história. No entanto, a Malasartes está firme desde 1979, graças a Deus, e espero que permaneça assim, porque ela representa a memória de alguns dos melhores momentos da infância dos meus filhos. 

Pois todos os meses, no dia do meu pagamento, eu ia ao shopping, e cumpríamos um verdadeiro ritual: salão para mim, e enquanto estava lá, minha mãe ficava na Malasartes com as crianças. Qual era a graça da livraria, e porque não ficar zanzando no shopping, como as outras mães? Ah, aí entra a minha história: quando eu e meu irmão éramos crianças, todo mês minha mãe nos levava ao Centro da cidade, onde meu pai trabalhava, para almoçarmos com ele, e cada um de nós ganhava um livro. Havia uma livraria no Largo da Carioca, onde fica o Edifício Avenida Central. Não tenho a menor lembrança de qual era, ou da configuração do local, só sei dos livros que levávamos para casa. Monteiro Lobato, O Conde de Monte Cristo, Júlio Verne, uns livros de ciências que meu irmão curtia, por aí vai. De alguma forma, recriei essa experiência. Obrigada, papai, obrigada, mamãe, por me darem esse exemplo.

A adorável Malasartes, então, inventou esse ambiente, onde as crianças tinham total liberdade, tinham mesinha e banquinho pra se sentar, e mamãe também ficava lá descansando (ela adorava shopping, então tudo bem). Quando eu terminava o que tinha de fazer no salão, ia pra livraria, e aí começávam as barganhas (lógico...). Cada um saía com um livro e um sticker. Dali íamos almoçar no Árabe. Doces na Chez Anne. Claro, também tinha o pastel (esqueci o nome). Ah, sim, tinha o Mr. Cookie!!!!! Como fui esquecer disso? Não sei porque acabou o Mr. Cookie! =( 

Talvez meus filhos se lembrem de mais coisas desses tempos, não sei. Minha mãe já faleceu, mas mesmo antes disso sofria do Mal de Alzheimer's, então as memórias se perderam no tempo. Uma pena, pois era uma das pessoas com a melhor memória da família (não é irônico?). Só lamento não ter sido mais disciplinada e ter anotado todos os detalhes... Impossível. Disciplina não é o meu forte, virei workaholic, perdi de vista muitas coisas que deveriam ter sido mais recebido mais atenção de minha parte. Uma delas era escrever. Não para os outros, mas para mim mesma. No mínimo porque perder a memória é um dos grandes medos que sempre tive, e depois da doença de minha mãe esse medo se potencializou.

Quando uma coisa é boa, porém, ela resiste a tendências depressivas. Pouco tempo depois que meu pai morreu, estive na Malasartes com minha filha, e para nossa surpresa, não é que a dona da livraria a reconheceu? Detalhe, devia fazer mais de 10 anos que ela não ia lá. Por isso, quando estive no Shopping essa semana, resolvi fazer uma visita, comprar um livro, depois almoçar no Árabe, e, por fim, comer um éclair na Chez Anne (confesso que esse meio que me decepcionou). Se me deu uma certa nostalgia? Talvez. Mas não no sentido de achar que o passado era perfeito e que o tempo deveria se congelar (a não ser, quem sabe, na minha aparência, porque já estou enjoada de me olhar no espelho). Muito mais convergindo para refletir que hoje é hoje, e que o passado só deve servir para guardar aquilo que foi bom, descartar de vez o que foi ruim (difícil) e aprender com ele, e que o tempo é, de fato, inexorável.


segunda-feira, 8 de abril de 2013

Arrumação

Guardar ou jogar fora, eis a questão. "Um dia pode precisar", dizia meu pai. Cultura do pós-guerra, gente que tinha de se virar pra conseguir sobreviver, entrar em fila pra comprar comida racionada, aproveitava tudo, sobra de alimento, retalho de tecido, e por aí vai. Mesmo quando a situação melhorava, o cérebro já estava condicionado a manter o mesmo comportamento. E isso se transmite. Do hábito de se guardar as coisas por necessidade ao de se acumular é um pulo, e o caos à volta da gente parece repercutir na cabeça. Quando se chega a um estágio em que só a magia poderia dar jeito, é hora de arregaçar as mangas e começar a descartar coisas. Aí o bicho pega, porque dói pegar aquele desenho que o filho fez quando era aprendiz de Picasso e se livrar dele. E os cartões da melhor amiga, aquela que morreu e nunca mais vai te escrever nada de engraçado ou para te apoiar nos momentos em que você precisa? As lembranças das viagens que te marcaram pra sempre, que te deslumbraram e te emocionaram, tal e qual o livro de mitologia que você leu quando adolescente ou os contos de fada quando criança?

 1985
Meu adorável e conciso irmão era uma preciosidade na hora de mandar cartões de aniversário. Numa época em que não existia Internet, receber um cartão quando ele viajava era como ganhar na loteria.


 By Nanda

Nandinha tinha (tem) vocação para artista. Adorei quando ela fez o papel de Jocasta. Coitado do Édipo.

By Déa 

Tenho caixas de cartões e cartas trocados com minhas amigos. Amizades epistolares sempre foram minha especialidade. Uma pena que isso tenha se perdido com a Internet, que eu amo, claro, mas ainda não abandonei essa outra modalidade. Uma amiga que prefere o método tradicional, digamos assim, escreveu que epístola remete a apóstolo, o missionário, o sujeito dedicado a uma causa. Faz sentido para brigar contra uma época em que ninguém mais se importa em escrever ou escreve direito, ou num país onde a Educação é tratada como lixo (e onde o lixo nem é tratado).

 By Yasmin

Obras de arte de afilhadas e afilhados fazem parte da coleção, claro.

Memories: Barcelona, Paris... *___*

Viagens fazem grandes memórias (embora eu não saiba se elas têm o poder de perdurar até o fim da vida, graças ao fantasma do Alzheimer), mas não é só isso: são vivências que nos remoldam, por mais curtas que sejam.

No final das contas, são pedaços da gente ou coisas a que nos apegamos? Porque, no final das contas, como dizia mamãe, a gente morre e fica tudo por aqui. Por que guardar, então?

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Paixão



"Sincronicidade é um conceito desenvolvido por Carl Gustav Jung para definir acontecimentos que se relacionam não por relação causal e sim por relação de significado. Desta forma, é necessário que consideremos os eventos sincronísticos não a relacionado com o princípio da causalidade, mas por terem um significado igual ou semelhante. A sincronicidade é também referida por Jung de "coincidência significativa".
Em termos simples, sincronicidade é a experiência de ocorrerem dois (ou mais) eventos que coincidem de uma maneira que seja significativa para a pessoa (ou pessoas) que vivenciaram essa "coincidência significativa", onde esse significado sugere um padrão subjacente, uma sincronia."

Aniversário de Déa. Para ser absolutamente sincera, não sei exatamente quantos anos ela faria. 59? 58? Outro dia conversava com a mãe dela e até ela pareceu um pouco confusa quanto à data do nascimento da filha. Nada a declarar de minha parte. Sou absolutamente confusa com relação a datas, e não sei se isso é uma coisa muito ruim, já que minha mãe, que era quem se lembrava de todos os aniversários e compromissos e criticava os "esquecidos" da família, foi quem acabou com Alzheimer. Prefiro inverter esses papéis e seguir com o cérebro funcionando até o último suspiro.

Eis que chego em casa de uma festa (de aniversário), e resolvo escarafunchar uma pilha de livros que está no chão do meu quarto. Sou desesperançada de ter minha casa arrumada (modelito Casa&Jardim então, nem pensar), mas sigo catando coisas para descartar aqui e ali com fervor religioso. É assim que acho um livro de uma coleção que meu pai comprava na banca de jornais, e dentro, duas páginas completamente amareladas. Acho estranho, porque o resto do livro está branquinho, até me dar conta de que há uma folha de jornal ali dobradinha, igualmente amarelada, responsável pela mancha. 

Pausa: hoje um amigo postou um comentário no Facebook para mim onde se lia "não consigo limpar meu quarto porque me distraio com as coisas legais que encontro". É exatamente isso.

Retornando. Fui checar o jornal. É um artigo do The New York Times Book Review de 21 de agosto de 1994, sobre um livro chamado 'Passion', no qual se baseou um musical da Broadway de Sondheim com o mesmo nome. Ora, foi exatamente esse musical a que fomos assistir, eu e Déa. Lembro-me de que compramos os ingressos na Times Square, sem saber do que se tratava, numa daquelas promoções diárias do Tkts. Não era "um" Fantasma da Ópera, mas também não chegou a fazer a gente querer cortar os pulsos, como Cats. Aliás, é nessa hora que eu gostaria que minha memória fosse melhor, porque talvez até tenha sido nesse ano em que fomos ver os benditos gatos também, e no meio do musical (depois de Memory), eu olhei pra cara da Déa e ela olhou pra minha, e tivemos aquela comunicação telepática, fi-nal-men-te!, e não sei como ou o quê dissemos uma à outra, só sei que nos confessamos que estávamos achando aquilo uma porcaria e decidimos sair no meio do espetáculo. Liberador. Dali fomos comer uma fatia de pizza na Broadway, na altura da 51, num lugar que virou "nosso", e aonde voltaríamos sempre, só por causa de uma tal "pizza branca", coisa boba. Era uma pizzaria que meio que faz lembrar a Parmê, fica em frente a um teatrinho off-Broadway, até assisti a uma peça lá em 2007 (entendi só a metade...), modesta, baratinha, sem nenhum glamur, mas tinha um monte de retrato de artista nas paredes. Claro, deve ser a proximidade dos teatros. [Detalhe: voltei lá em 2007 e em 2010 só pra "marcar presença", e por milagre, a pizzaria ainda existia]

Bom, era assim. Posso dizer que Nova York era uma segunda casa da gente? Too much. Talvez que a gente se sentia em casa por lá, então. Acho que são as pessoas que fazem com que nos sintamos assim, hoje entendo melhor, porque passei alguns anos viajando com Déa, depois viajei algumas vezes sozinha, depois com outras pessoas. Essas pessoas, Déa, Jandiara, Tania, Valéria, Jaqueline, Fernanda, são pessoas muito especiais, muito importantes na minha vida. O que diferencia a Déa é sua ausência definitiva, a falta que ela faz. Talvez as coisas devessem ser assim, o que eu sei? Não sei se ela deveria ter passado pelo que passou, se foi melhor assim (!), se tudo seria diferente. É bom que o passado fique no passado, e já é mais do que hora de aprender isso. Carregar esse mochilão nos ombros só causa dor desnecessária. Mas do jeito que eu vejo as coisas, continuo achando que doença e dor são coisas ruins (também não curto muito esse negócio de envelhecimento não). 

De qualquer forma, cabe refletir um pouco sobre o que essa sincronicidade queria trazer pra mim hoje (ontem), quando eu pensava no aniversário de Déa, e que queria escrever alguma coisa, mas que ando numa vagabundagem só (culpa desse maldito Facebook e da minha eterna procrastinação), e a 'paixão' caiu no meu colo. Talvez porque eu tenha chutado a paixão da minha vida porque dá muito trabalho e só traz dor.

Enfim, Feliz Aniversário, Déa, onde quer que você esteja, e um brinde às(aos) amigas(os), porque sem elas(es) a vida não tem alegria.


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Uncivilized Rio

It's cool to see people visiting Rio de Janeiro and talking about the city, I mean, talking about the good things the city has to show, specially considering that we are in a tight schedule to host two big events, the World Cup in 2014, and the Olympiads in 2016.

Some time ago, when I was visiting Germany, I was asked by a fellow traveler if Brazil was prepared to receive the amount of tourists that this kind of event might bring. By then my greatest concern was the public transportation. My opinion remains unchanged. 

However, ever since I found out a study has shown that only 5% of the Brazilian people can speak English, I tried to imagine the kind of difficulties a tourist could have in a place where there's no infrastructure in public transportation, no trained staff to deal with large crowds, no people willing to help or, maybe worse, lots of greedy people. From my point of view, that's the problem wherever we go. Only criminals are worse than greedy people.

Among others, The New York Times has published an article by Jodi Kantor (http://travel.nytimes.com/2013/02/17/travel/rio-with-eyes-open.html?hpw&_r=0) about tourism in Rio. Not bad, but I don't think that every tourist will have access to the places that are mentioned. Too exclusive. When you walk around the street in Copacabana and Downtown, you see a lot of tourists. There are many hostels in Copacabana and I believe that it is very practical to stay in that neighborhood (even though Kantor calls it "seedy"), because from there you can go to the beach, there are subway stations, buses, shops, supermarkets, etc. 

Yes, you will be near the "favelas" or "communities", as they are called, but that is a given in Rio. However, this is not the biggest problem in Rio. Violence? A concern, but I have a friend whose brother was killed in a nightclub in Washington. If you are a seasoned traveler or a newbie, you will learn to take care.

What I really hate in Rio is its "fake friendly face".

That's where I would say: be careful. Politeness is not a strong quality of ours, I'm very sorry to say. Men, in particular, are very rude to women. They are very sexist in their insults. Possibly (probably?) it's a consequence of a Latin culture. Am I being prejudiced? I've been insulted too many times, so if I am, I think I'm entitled to be.

Don't be fooled by the cheapest prices. They come with the biggest disappointments. Of course, don't trust easily. There will be those who will try to make an easy profit out of you. It doesn't happen only in Rio, you know. 

Don't give up. Traveling is one of the best things in life.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

That's what friends are for

Nova York, 1996 - Leila & Déa, best friends

Como vai, minha amiga, tudo bem? Pergunta bizarra essa, já que não tenho a menor ideia de onde você está. Só sei que sinto sua falta. Talvez seja egoísmo de minha parte, afinal, quando a gente quer desabafar, vai logo procurar a(o) pobre coitada(o) que há de ter paciência para segurar a onda. E você sempre foi muito mais paciente do que eu, porque infinitamente mais sociável, enquanto eu, introvertida, se pudesse, moraria dentro de um livro. A ideia de um domingo feliz para mim era ficar dentro de casa curtindo o antigo e finado, descanse em paz, JB. Melhor ainda foi quando você passou a me mandar as edições de domingo do New York Times que sua empresa descartava, maravilhosos tijolões que me faziam babar. E como você bem sabe, mais me ancoravam em casa. Não sei quantas vezes você tentou me convencer a sair num domingo e quantas vezes eu te driblei. 

A exceção, e, ao mesmo tempo, o domingo perfeito: quando estávamos em Nova York, comprávamos o NYT, íamos para o Seaport tomar o breakfast, e ficávamos lendo o jornal no deck, de frente para a Brooklyn Bridge. Felicidade total. Totalmente metidas para tantos, mas não, porque para nós era natural, era um prazer genuíno. Ninguém fazia isso, porque turista não para pra ler jornal, pois não? =)

Qualquer outra pessoa teria desistido de mim. EU teria desistido de mim. Mas você foi minha amiga até o fim, sempre que precisei. E como precisei. Gosto de pensar que estive à sua altura, mas não tenho certeza, nunca vou ter. Só você poderia me tirar essa dúvida. Só você me ouvia e me respondia. 

Recentemente voltei à "nossa" cidade. Não é a mais a mesma, sabe. Normal, tudo muda. Como nós. Você mesma se foi há tanto tempo, e deixou uma saudade enorme no coração de seus amigos. Eu, que sempre fui a mais anti-social, e a quem você se deu o trabalho de alcançar, talvez tenha baqueado mais. Poucas pessoas se dão ao trabalho de ir além do rótulo, nem mesmo aqueles que estão mais próximos. E também, às vezes, acaba sendo um círculo vicioso: você é rotulado e passa a mostrar/ser a "imagem". Afinal, dar a conhecer o que realmente se é pode levar a todo tipo de confusão. Diz-se que a verdade nos libertará, mas, como diz Jack Nicholson no filme, nem todo mundo pode lidar com a verdade. Ou com a dor. A exposição nos deixa vulneráveis. Melhor não. Afinal, confiar em quem?





quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

O sal da terra

Filadélfia, 22/12/2012

Ter filhos parece ser uma coisa "natural". Não é assim para todos. Ou todas. A coisa é meio complexa. Não vou nem falar da educação/permissividade, porque fico muito irritada com crianças/mães/avós sem noção ou sem limite. Há certas práticas que não podem sair da casa da gente, sob pena de invadir o espaço alheio, incomodar mesmo o outro.

Falo da capacidade que algumas pessoas têm para desempenhar esse papel de pais. Confesso que nunca tive. Há que se ter paciência, em primeiro lugar, que não é o meu forte. Um tanto ou quanto de maturidade e planejamento também são desejáveis. Uma base familiar sólida, ah, então, nem se fala. Isso tudo e mais com certeza devem fazer parte de algum manual da boa mãe. Eu até comprava aquela revista Pais e Filhos, mas com certeza metade do conteúdo deve ter se perdido no meio da confusão que é o meu cérebro.

Culpo a literatura. Ou quiçá o meu signo, Sagitário: simbolizado pelo centauro, metade equino, patas no chão, daí parte ligado à realidade e também, por ser animal, um pouco grosseiro, e metade o homem com a flecha apontada para o céu, sempre procurando algo que não sabe o que é. Esse é o problema. O quê? Até hoje não sei.

Fui (e sou) a mãe que sabia e podia ser. Limitada. Frustrada. Às vezes triste, às vezes alegre. Sempre em construção, sempre observando, sempre buscando. E sempre, sempre torcendo pelos meus filhos. Basta que eles estejam bem. É simples assim.

Claro, gosto de viver no meu mundinho peculiar e particular. Acho que se pudesse, nunca mais sairia dele. Só me comuniquem se tudo está bem e pronto. Emoções e sentimentos machucam, incomodam. Por isso passo tanto tempo lendo e me adaptei tão bem ao computador. Talvez seja um círculo vicioso. Minha filha me disse que eu não gostava de ser incomodada quando estava lendo. É verdade. Talvez porque eu nunca tivesse tido ninguém para brincar ou dividir nada, a não ser por pequenos períodos de tempo, devido ao tipo de educação que recebi. Tudo muito controlado. Sou introvertida ou antissocial em decorrência disso? Infelizmente, é tarde demais para dar um jeito nisso. 

Não vou mais especular como poderia ser diferente. As coisas são como são. Pensar no que poderia ter sido é um inferno do qual devemos nos livrar. Meus filhos seguem seus caminhos como têm de seguir, levando em consideração seus respectivos interesses, o que é natural e o correto. Se houver uma ponte, um canal de comunicação aberto, será bom. Ruim é quando cada um se acha exclusivamente certo e se recusa a ver o ponto de vista do outro. É fato que às vezes a gente não consegue mesmo enxergar. É aquele cisco que obstrui nosso olho e nos torna cegos às coisas que estão diante de nós. 

Minha esperança é o diálogo. Ilustrei o texto com uma foto tirada na Filadélfia, quando eu e minha filha visitamos o Independence Mall, onde está o sino quebrado que anunciou a independência dos Estados Unidos. Ela segue caminhando, e, imagino, firme, forte, segura e tranquila. Com certeza antecipa o show a que assistiríamos no dia seguinte, da Dave Matthews Band, e o resto da viagem, talvez não totalmente serena, mas, como a vida, a ser vivida plenamente. Era assim que eu imaginava as coisas na vida, tanto para mim, como, depois, para meus filhos. Espero que, pelo menos para eles, isso se concretize, mesmo que minha contribuição não tenha sido a que eles desejaram ou fantasiaram.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

As igrejas

Ainda me lembro de uma amiga que tinha morado em Londres me dizendo, quando fui a primeira vez a Paris, lá em 1997, "olha, não vá entrar em tudo que é igreja, que é muito chato". Tem quem pense a mesma coisa de museu. Claro, não é possível entrar em todos os museus, especialmente se o tempo for limitado. Mas quando não consigo ir a um museu e a uma igreja, parece que está faltando alguma coisa. Nem preciso passar horas no museu. Passei a ser seletiva com relação a esse tipo de visita, quando se trata de grandes acervos. Tentar ver tudo num piscar de olhos é a mesma coisa que fazer um tour por toda a Europa em, sei lá, 15 dias? Digamos, 1 cidade por dia? 

Com as igrejas minha relação é diferente. Existe a questão estética, pois em geral a arquitetura é digna de ser apreciada, e a questão religiosa. Faço questão de agradecer a Deus a graça de cada viagem que faço. Já falei disso, mas repito: nunca tinha imaginado na minha vida que um dia pudesse viajar, que é uma coisa que adoro fazer. E a cada viagem me questiono se vou poder fazê-lo novamente. 

Sempre me lembro de minha melhor amiga, Déa, que conheci na minha segunda viagem a Nova York, em 1993, junto com outras amigas, e depois disso foi minha fiel companheira de viagem, até a última, em 1997, quando o câncer foi mais forte do que ela. Íamos juntas à Catedral de St Patrick para agradecer por estarmos na cidade que adorávamos. Sempre vou me lembrar dela quando, ao chegarmos em NYC vindo de Paris, naquela última viagem. Ela, abatida, e eu deixamos as malas no hotel e fomos passear na Times Square. Ela olhou ao redor e com os olhos cheios d'água disse que tinha a certeza de que era a última vez que estaria ali, naquela cidade que tanto amava.

Não recomendo a ninguém, claro, viajar a qualquer custo. Cada um sabe o preço que pode pagar, determinado em moeda ou emocionalmente. Mas se bastar apenas um empurrãozinho, então vá. O que se ganha não tem preço. Quanto às igrejas, minha primeira formação foi a católica, então, embora não mais me filie a essa religião, é a base da minha fé, do meu misticismo, então aonde vou, visito os templos católicos. É onde me sinto confortável. Já visitei igrejas anglicanas na Inglaterra. Não estranhei, afinal, se São Jorge é o patrono da Inglaterra, alguma afinidade há de existir. 

Fato é que acho admiráveis, magníficas as igrejas que visitei, e espero visitar mais, se possível. Algumas são incríveis por conta da arquitetura, outras por causa da simplicidade. As catedrais de Chartres, Notre-Dame de Paris, Sagrada Família em Barcelona, Notre-Dame em Montreal, Notre-Dame em Quebec, St Patrick, Praga, Viena, Munique, Saint Sernin em Toulouse, são apenas algumas. Acabei ignorando minha amiga e entrei em todas as igrejas que pude em Paris. Fiz a mesma coisa em Toulouse, anos depois. Faço a mesma coisa no centro do Rio de Janeiro, quando posso. Curto demais o centro antigo. Adoro o colonial, adoro as igrejas de Minas Gerais. Amo o convento de Santo Antônio no Largo da Carioca. Como já disse, gosto de apreciar a capacidade que o homem tem de criar a beleza. Nesses momentos eu consigo esquecer que esse mesmo homem é capaz de destruir.

De qualquer forma, sempre acho bom agradecer. Gratidão é um sentimento subestimado por muitos.

Missa em St Patrick - Natal 2012

St Patrick - Natal 2012

St Patrick - Ano da Fé 2012-2013

Igreja N.S. de Guadalupe



segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Memórias de viagens

Ao mesmo tempo em que viajar pode ser um pé no desconhecido (e, mesmo que já se conheça o lugar, sempre há o que descobrir), também pode ser um gatilho para despertar memórias. É como cheiros, comidas, palavras, pessoas. Algo assim como aquele método de associação de palavras da psicanálise, acho. Não sou especialista no assunto, mas Freud incentivava seus pacientes a dizer o que lhes viesse à cabeça, para depois analisar o material.

Por analogia, não acho difícil imaginar como a possibilidade de poder ver, frente a frente, algo com que se sonhou, pode nos impactar. Pode ser algo conhecido de leituras, como, por exemplo, uma Torre Eiffel, as cataratas do Niágara, ou algo que nos surpreenda. Qualquer coisa, até conhecer uma pessoa com uma cultura diferente.

Gosto muito de experimentar comidas diferentes, embora tenha minhas limitações de gosto. Poucas experiências nos aproximam tanto de uma cultura local quanto a culinária.

Andar, sempre que possível - é bom aproveitar enquanto há capacidade física.

De vez em quando, vou a algum lugar que, por alguma razão, desperte memórias que me são caras, e aí vou às alturas. Tenho, realmente, de me conter. É por essa razão que sempre vou ter uma relação especial com Nova York. Se fosse enumerar tudo que essa cidade me faz lembrar, tudo que vejo e me dá alegria, ou nostalgia, talvez até saudade, não falaria de outra coisa.

O fato é que o tempo passa, e nós vamos atrás. As cidades, mais ou menos, ficam. Há algo nelas que as faz reconhecíveis, e há o que muda. Algumas coisas se devem à mão do homem, e nem sempre por boas razões, como no caso do 11 de setembro, em NY. Outras vezes, são as intempéries, que, atualmente, também começam a ser meio que devidas à imprevidência humana. 

Só sei que gosto de andar pelas cidades. Gosto de ver o que o homem consegue construir de belo quando a isso se aplica. E adoro poder viajar e encontrar pedaços cristalizados das minhas paixões.

Uma de minhas paixões, a série de TV Star Trek. Na primeira viagem que fiz a NYC, em 1991, entrei numa loja de vídeos e lá estava um monte de VHS. Me senti o próprio pinto no lixo. Tive de escolher. The Cage é o piloto da série, e a outra é, para mim, a melhor história da série. =~ (Não consigo jogar fora, apesar de ter tudo em DVD, e não, não comprei em blu-ray)


Um clássico. Maravilhosa Audrey. Quantas vezes fui a NY até ter coragem de entrar na Tiffany's...


Sou apaixonada por esse conto clássico, a Bela e a Fera. Essa versão, de Jean Cocteau, é da antiga e finada RKO, que existia na 6a. Avenida, ainda em VHS. 

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Múltipla escolha


Já escolhido o destino da viagem, o que nem sempre é fácil (afinal, trata-se de um investimento para a maior parte da turma que bota o pé no mundo), a questão é decidir se vamos fazer tudo sozinhos ou com uma agência. Li algo recentemente sobre uma agência que quebrou e deixou todo mundo de passagem na mão. Não é a primeira e espero que seja a última. Como deve ser frustrante planejar uma viagem e ver seus planos se desfazerem como pó, e ainda por cima, ser lesado!

Decidindo o voo solo, aí vamos torcer, rezar (dependendo da crença de cada um) para que saia razoavelmente tudo certo. Porque podemos contar que 100% não funciona. Sinto muito, mentir não faz ninguém feliz, só em romances, que eu adoro. 

Sempre comprei passagem aérea com meu agente de viagens e nunca tive o menor problema, mas não sei o que aconteceu com ele. Em julho de 2012 tive minha primeira experiência de comprar passagem internacional pela internet, via http://www.submarinoviagens.com.br/default.aspx. Funcionou muitíssimo bem, e inclusive o preço foi melhor que na agência consultada e na própria companhia aérea. Pelo Brasil já usava os sites da Gol e da Tam. Também já tive a experiência de adquirir passagens em aéreas low cost na Europa e no Canadá pela internet, com resultado positivo. Só não testei ainda passagem de trem: prefiro comprar na hora, para não correr o risco de perder o bilhete caso haja algum transtorno. 

Agora, no entanto, no final do ano, ao decidir ir para Nova York, cheguei na http://www.skyscanner.com.br/ por indicação. É um dos muitos sites que faz pesquisa de preços. Há outros, mas este é bem recomendado. Tinha uma premissa de viagem específica, que era fazer escala em SP. Se não fosse isso, teria ido pela American Airlines, já que estou inscrita em seu programa de milhagem. A única companhia que tinha um voo com esse pré-requisito era a TAM. Comprei a passagem, junto com a outra pessoa que iria comigo, com assentos contíguos, inclusive achando que o voo partiria à noite. Como disse Julia Roberts em Pretty Woman, "big mistake". 

É preciso dizer, antes, que a Skyscanner direciona para uma agência, quando se encontra o voo desejado. No caso, fui parar numa chamada http://www.airprojects.com/. Não sei se há ligação entre elas, se todas as vezes que se adquire uma passagem é o mesmo procedimento, ou se eu tivesse adquirido outro tipo de bilhete teria caído em outro site / agência. Fato é que fui parar nessa Air Projects.

E o big mistake? Começou com o voo partindo de manhã. Não tem nada mais tosco. Acabei de folhear uma revista que dizia que a American Airlines inaugurou voos de manhã partindo de SP porque assim coincidia com o check-in, que é 15 h, e o voo chega por volta de 16 h. Hum. Eu diria que é uma justificativa tosca, continuemos. Não tendo percebido que na volta a escala me obrigaria a ficar muitas horas em SP, o problema foi (?) resolvido pelo representante da agência, que nos ligou para confirmar alguns dados, e mudou o voo de retorno para o Rio. 

Quando estávamos perto de embarcar e fomos confirmar os detalhes, nos demos conta de que não havia confirmação de assento para mim. Aí começou a maratona. Apesar de emails e contatos telefônicos, a agência só fez enrolar. Resolver que é bom, nada. A palavra final foi que a TAM poderia resolver no aeroporto, no check-in. O que não aconteceu, claro. Ao chegar em SP, quando tive de trocar de aeronave, apesar de informações desencontradas da TAM, outra enrolada também, um funcionário muito esforçado, Bil, tentou o possível, mas não conseguiu. Por sorte, havia uma família perto de nós que também tinha o mesmo problema, e conseguimos nos acomodar todos.

Na volta, chegamos cedo no aeroporto, já prevendo problemas. Apresento-me à funcionária do aeroporto, mostro meu bilhete e ela pede só o passaporte. Mesmo assim, aviso que estou indo para o Rio. A fofa diz que só tem confirmado meu destino final para SP. *suspiro* E lá vamos nós de novo. Depois de um bom tempo, ela tem a boa vontade de sair e ir não sei aonde (isso depois de ter dito que eu teria de ir "à loja" da TAM) e resolver o problema. 

Pesamos uma das malas duas vezes: 22 kg. Guardaram esse número? Pois bem. Voltaremos a ele.

Escala em SP. Corre-corre para a escala. Entra em fila, sai da fila, cadê informação? Nenhuma. Nenhum funcionário, nada. Vejo um rapaz que estava no meu voo, corro atrás dele, vejo um balcão escrito "TAM - Assunção", vou até lá, pergunto, e a moça se vira para outro homem e diz "mais uma", o homem diz "vou chamar a van", e lá vamos eu e o rapaz para uma van que vai nos levar até o avião. Quando estamos na van, entra mais um casal. Quase fico com vergonha, achando que está todo mundo me esperando, mas não, ainda vem mais gente, inclusive do meu voo. Daqui a pouco, um casal meio besta, e diz que estou no lugar errado. Peço desculpas, mas resolvo conferir meu bilhete. Ooops. Não. Estou certa. Ooops. Eles ficam sem-graça. Vão com Deus. Sério, TAM? [https://www.tam.com.br/b2c/vgn/v/index.jsp?vgnextoid=97981ed526b72210VgnVCM1000003752070aRCRD]

Rio de Janeiro, chegamos neste verão horroroso, acabou? Não. Minhas malas foram abertas e arrancaram a alça de uma delas. Sem a menor necessidade, porque o cadeado, que foi jogado fora junto com a tag, estava no fecho. Bárbaros. Fui reclamar, e a fofa da funcionária da TAM queria que eu conferisse a mala no saguão do aeroporto. Não é linda? Aí ela pesou a mala. Que tinha 20 kg. E segundo ela, "conferia" com o sistema. Conferia? Sistema? Que sistema? Como então a mala pesava 22 kg em NYC? Ainda não terminei de fazer a minha conferência, mas há algo de podre nessa história. Não estou achando que fui roubada em 2 kg. E será que há uma diferença de balança em 2 kg nas balanças nos aeroportos para cobrarem excesso de bagagem? Só especulando.

Só dizendo: TAM internacional? Nunca mais. Air Projects? Idem.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Pé na estrada



De repente dá aquela ansiedade dentro da gente, talvez uma sensação de que o tempo vai se esgotar e não se fez nada de interessante, tudo é um tédio, quem sabe é o aniversário que se aproxima e menos tempo resta para se fazer o que se gosta ou o que se queria? Viajar é a resposta.

Há muito a internet é imprescindível, fonte de consulta para quem quer planejar uma viagem, saber o que acontece, como são as coisas no lugar aonde se vai, e muito mais. Todo mundo sabe que dá para comprar passagem, reservar hotel, etc., sem grandes dificuldades. Dá trabalho? Consome tempo? Sim. Porque é necessário se fazer muita pesquisa, é preciso ter confiança nos sites, nas "opiniões" que são publicadas pelos usuários, quando é o caso... E quando há descrições e fotos, muitas vezes não é possível se ter uma visão precisa do produto. Há inúmeras variáveis a se considerar. Talvez seja por essas razões que muita gente prefira viajar em grupo ou com agência. Claro, há o fator "língua" a pesar. Pesquisas recentes mostraram que é mínimo o percentual da população que fala inglês. Acho que menos de 5%. Não sei qual é o percentual que fala espanhol. Eu, por exemplo, não falo. Agora voltei a estudar francês.

Não que isso seja impeditivo: o que tem de brasileiro nos EUA é uma enormidade.

O que eu comecei a me perguntar foi: os guias de viagem se tornaram obsoletos? Porque todas as vezes em que vou para algum lugar, compro um, de preferência da grife Rough Guides, meus favoritos. Ressalto que sou devota ferrenha da internet, há muito, muito tempo. Não abro mão de fazer pesquisas intensas antes de viajar, e costumo fazer minhas próprias reservas de hotel. Meus sites habituais são http://www.hoteis.com/ e http://www.booking.com/. Tenho outros sites que pesquiso, mas volto a eles em outro post. Só que tinha desistido dos guias com relação a Nova York, porque é a cidade que mais visitei, e tinha a "pretensão" de achar que a conhecia melhor, e até de achar que não mais voltaria lá. 

Como dizia uma amiga, pretensão e água benta, cada um põe onde quer. Porque é impossível, pelo menos para mim, andar numa cidade que eu só visito de vez em quando. Tenho de ter pelo menos um mapinha. E o fato é que as cidades mudam. Ou será só Nova York? Mas não é bem isso não. Está quase tudo lá no lugar. Lógico que houve mudanças, mas a distribuição das ruas é fácil de compreender. É que a gente precisa saber onde estão as coisas, e daí precisa do tal guia. Simples assim. A questão que se põe é: o smartphone ou o tablet o substituem? Talvez. Depende de você conseguir conexão. 

Porque o roaming da sua operadora é uma fortuna. Aí você pode comprar um chip lá, que nem é tão barato assim se quiser ter acesso à internet. Ou pode usar wifi, que não tem em todo lugar (hoje o lindo do Google botou de graça no Chelsea). Mas até hoje posso jurar que nunca consegui ter acesso ao wifi dos aeroportos internacionais nem do Galeão, de Guarulhos nem no JFK. E aí, vai parar parar no meio da rua para abrir seu iPad? Bom, também não recomendo fazer isso com o guia de viagem. Dá muita bandeira. Sempre achei legal resolver aonde iria antes de sair do hotel, anotar tudo num papel à parte, e na dúvida, entrar em algum lugar. Consultar, só os mapas de transporte público. Acho utilíssimos. E se me perder, o que não é incomum, vou e volto. Sou apenas humana.

Clarice: escrever é o mesmo processo do ato de sonhar: vão-se formando imagens, cores, atos, e sobretudo uma atmosfera de sonho que parece u...