segunda-feira, 28 de maio de 2012
domingo, 6 de maio de 2012
Não há tempo, Alice
Onde foi parar o tempo? Envelhecemos, e não há como evitar. Clichê? Sim, sem dúvida. Na maior parte desse tempo, estamos executando tarefas rotineiras e ele se esvai sem que nos demos conta. Triste isso. Talvez seja por essa razão que os budistas insistam que prestemos atenção em cada minuto. Certamente isso faria com que estivéssemos atentos aos chamados 'desperdiçadores de tempo', a tudo aquilo que nos distrai... mas nunca aprendi a fazer isso e, além do mais, sou uma pessoa bem distraída ou, talvez, não consiga me concentrar realmente (a não ser naquilo que seja divertido, porque quando estou lendo um livro interessante ou assistindo a um filme arrebatador eu fico totalmente presa).
O que me deixa triste é a ideia de que não conseguirei dar conta de aprender tudo que poderia, de descobrir tudo que é possível num universo de coisas potencialmente maravilhosas. Inicialmente, achei que tudo estaria nos livros, e por aí comecei, talvez por ser a maneira mais simples ou mais acessível de saciar minha curiosidade. Interessante é que quanto mais portas se abrem, mais se quer abrir. Talvez seja por essa razão que os podres poderes instaurem censuras... Quando me foi possível aprender de forma mais concreta, mais insaciável me tornei, ou, quem sabe, talvez aí tenha me tornado hiperativa. Possivelmente nesse momento, sem sentir, tenha me definido como uma pessoa sempre em movimento, embora pareça dar a impressão de estar parada, por estar sempre com um livro nas mãos. Por enquanto o cérebro continua se movendo, graças a Deus. E é por ele que luto. Antes, para que se desenvolvesse, pelo aprendizado em si. Inteligência era a palavra-chave. Hoje, para que não sucumba ao declínio. Não somente imposto pela idade, mas pela senilidade ou pelos males que vêm se tornando comuns nesta era.
Sim, o tempo é inexorável, e talvez eu o desperdice mais do que muitos. Não sei o que faço ou fiz da vida, se ela vale ou valeu a pena, se talvez grande parte é meio vivida porque interseccionada por seres e mundos virtuais ou ficcionais. Não sei se sequer chegarei a alguma conclusão um dia. Hoje, por exemplo, acordei com vontade de ler alguma coisa relacionada aos símbolos, depois pensei em Alice (nunca li, portanto, preciso corrigir essa falha na minha educação), e estou com Guerra dos Tronos no meio, mais outros tantos livros para ler, e daí resolvi escrever, porque não há tempo para fazer tudo isso e ainda viver. Mas viver, pelo menos para mim, é isso. O que posso dizer? Enquanto vou lendo, vou "fazendo coisas", aquelas que são necessárias para que o corpo também viva e tudo se coordene. O segredo é o equilíbrio. Será que o encontro?
O que me deixa triste é a ideia de que não conseguirei dar conta de aprender tudo que poderia, de descobrir tudo que é possível num universo de coisas potencialmente maravilhosas. Inicialmente, achei que tudo estaria nos livros, e por aí comecei, talvez por ser a maneira mais simples ou mais acessível de saciar minha curiosidade. Interessante é que quanto mais portas se abrem, mais se quer abrir. Talvez seja por essa razão que os podres poderes instaurem censuras... Quando me foi possível aprender de forma mais concreta, mais insaciável me tornei, ou, quem sabe, talvez aí tenha me tornado hiperativa. Possivelmente nesse momento, sem sentir, tenha me definido como uma pessoa sempre em movimento, embora pareça dar a impressão de estar parada, por estar sempre com um livro nas mãos. Por enquanto o cérebro continua se movendo, graças a Deus. E é por ele que luto. Antes, para que se desenvolvesse, pelo aprendizado em si. Inteligência era a palavra-chave. Hoje, para que não sucumba ao declínio. Não somente imposto pela idade, mas pela senilidade ou pelos males que vêm se tornando comuns nesta era.
Sim, o tempo é inexorável, e talvez eu o desperdice mais do que muitos. Não sei o que faço ou fiz da vida, se ela vale ou valeu a pena, se talvez grande parte é meio vivida porque interseccionada por seres e mundos virtuais ou ficcionais. Não sei se sequer chegarei a alguma conclusão um dia. Hoje, por exemplo, acordei com vontade de ler alguma coisa relacionada aos símbolos, depois pensei em Alice (nunca li, portanto, preciso corrigir essa falha na minha educação), e estou com Guerra dos Tronos no meio, mais outros tantos livros para ler, e daí resolvi escrever, porque não há tempo para fazer tudo isso e ainda viver. Mas viver, pelo menos para mim, é isso. O que posso dizer? Enquanto vou lendo, vou "fazendo coisas", aquelas que são necessárias para que o corpo também viva e tudo se coordene. O segredo é o equilíbrio. Será que o encontro?
quinta-feira, 5 de abril de 2012
O difícil caminho da cozinha
Poderia dizer que feijão-com-arroz é fácil, mas estaria mentindo, afinal só sei fazer arroz. Claro que poderia usar o Vapza (http://www.vapza.com.br/), que já está pronto, mas fazer mesmo feijão não sei e nem nunca vou fazer, porque tenho pavor de panela de pressão. Mas o fato é que como não sou mesmo habituê de cozinha, só encaro de quando em vez, e é quase sempre uma "misturinha": torta, bolo. O negócio é conseguir que o resultado final dê certo, que a mistura fique equilibrada. Porque nem sempre eu sigo a receita. Como essa, que começou como torta de brócolis e vegetal para virar torta de palmito e milho. Mas nada é simples. Para fazer essa torta, ou qualquer outra receita que eu decida de uma hora para outra elaborar, sempre preciso despencar para o supermercado. E aí começam os desvios. Claro.
Já que vamos à rua, o que temos a fazer? Passar na farmácia, pegar o relógio que estava no conserto, e, ah, sim, ir ao cinema. L'Apollonide - Os Amores da Casa de Tolerância, o filme da 1 da tarde (parece programa para a Belle de Jour, tão a propósito, aliás) no Cine Jóia, que foi ressuscitado e troca a programação o dia inteiro. Só passa filmes alternativos, aparentemente, o que é bom. Dá um sacode no cérebro ameaçado de extinção. Qual será a razão do título? Não sei francês o suficiente. Ah, tá, musas. Santo Google. Irônico, será? Li uma entrevista de uma das atrizes do filme que o diretor é compositor também. A trama se passa num bordel. As mulheres são mercadorias, por óbvio. "Faire le commerce". "Vamos negociar". Mas não passa de escravidão, pois elas estão sempre em débito. Algumas estão lá há mais de dez anos, têm de pagar pelas roupas, sabonete, perfume... E não tem fim o débito. Não podem escolher, não podem sair, podem engravidar, contrair doenças, são humilhadas, e ainda deparam com pervertidos sádicos. Repetindo o mais importante: não podiam escolher. Isso é fundamental.
Continuando. Depois de acordar o cérebro e cumpridas as tarefas secundárias, ao supermercado. Barraco na porta do Mundial. Fiquei na dúvida se a moça ia dar um tabefe no rapaz ou vice-versa. Entrar, impossível. Melhor deixar a economia e o barraco pra trás. Já fui furtada nesse supermercado sem-vergonha. Não tem economia que compense o prejuízo que eu tive, nem o aborrecimento.
Cheguei em casa, faxina em curso, quase abandonei a intenção da torta. Mas, como sempre, decido fazer as coisas na undécima hora. E fiz. Nada mal. Não vou ganhar nenhum prêmio de culinária, mas não vou morrer de fome. Só não lavei a louça. E ainda abri sozinha uma garrafa de vinho. Bem verdade que não consegui tirar a rolha do sacarrolha... =D
quinta-feira, 8 de março de 2012
Em busca de um picolé
PS: E pensar que sorvete já foi um prêmio quando eu era criança. O que mudou?
segunda-feira, 5 de março de 2012
Instante
Por um instante, let me be. O que eu quiser ser ou sonhar. Desenrolar uma ponta de mágoa até ver no que dá, se num emaranhado tão grande que me aprisione pra sempre ou na saída do labirinto. Confrontar a dor é preciso.
sexta-feira, 2 de março de 2012
A morte
Preciso me reconciliar com minha morte. Tenho medo da morte, mas preciso morrer. Se não o fizer, serei sempre o mesmo eu, esse ser desamparado, magoado, soterrado de lembranças que ameaçam me sufocar, me paralisar. O envelhecimento conduz à morte, mas pior do que a morte do corpo é essa morte mental. Não é depressão, não é tristeza, não é vazio, é um caos primordial que contém tudo e a lugar nenhum leva.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Mitos e fantasias
Enquanto olhava as fotografias que tirei na Disneyland/Califórnia, assistia (escutava, melhor dizendo) a um programa no History Channel sobre as viagens de Ulisses. O grego, claro. Achei a propósito, já que para mim viagem tem a ver com buscas e descobertas.
O programa era interessante por várias razões: gosto de História, de mitos, e tenho especial fascinação pela mitologia grega, e, como já mencionado, há o tema da viagem e da busca como especial atrativo. Só que não dava para prestar muita atenção, não somente porque eu estava organizando as fotos, como também fazendo cookies (sim, sou caótica, ou multitarefa - a escolher). Naturalmente, já conheço a história do herói mitológico. E é aí que minha cabeça dá nó.
A narrativa é fantástica, sim, não somente no sentido figurado. Afinal, representa uma das muitas jornadas do herói que povoam as mitologias mundiais. E o The End feliz, então, com a fiel esposa Penélope, depois de driblar todos os malandros que queriam ocupar o lugar de Ulisses com aquela tecelagem interminável, que novelão, hein? Até os narradores do History Channel dão um pitaco dizendo que Ulisses era o grande herói grego, que o nome dele queria dizer algo como o homem que tem dor (sei lá, algo assim, em grego 'Odisseus', mas não sei grego, só sei que eles falaram da dor, com certeza). E que, sim, ele foi um homem que sofreu, blablabla. Antes já tinham chamado a atenção para o fato de que durante suas andanças, traía a mulher (aquela mesmo, que ficou esperando por ele 20 anos; é, 20 anos!!!!!) com várias outras, mas ninguém achava isso anormal. Ahn. Oi? Pausa. Parágrafo.
De novo: OI? Vou lá buscar uma referência em Joseph Campbell, o grande estudioso de mitos. Lembrava de ele ter feito algum comentário sobre a jornada do herói. E está lá: "Todas as grandes mitologias e boa parte das narrativas míticas do mundo têm um ponto de vista masculino". Ia até parar por aqui, mas me chamou a atenção uma outra coisa: "Quando eu estava escrevendo 'O herói de mil faces' e queria incluir heroínas, tive de recorrer aos contos de fadas." Está me parecendo que está aí a explicação para a vadiagem imperturbável de Ulisses. Naturalmente, mulheres de Atenas eram seres menores. A famosa democracia grega não era aquilo tudo. E a questão dos contos de fada é interessante também. Estaria aí a raiz do interesse feminino por contos de fada e suas derivações? A refletir.
É óbvio que continuo interessada nos mitos e entendo sua função religiosa, espiritual, psicológica, histórica, etc. etc. Mas é certo que toda vez que penso em Ulisses tenho vontade de dar muita pancada nele. E não só por Penélope, mas pelo filho, que ele só vai reencontrar adulto. Tremendo egoísta. ¬¬
Isso posto, recomendo Joseph Campbell, não somente o livro 'Mito e Transformação', como qualquer outro. Campbell, já falecido, tem até uma página no Facebook. É sempre bom lembrar que ele inspirou George Lucas em Star Wars.
Follow your bliss, já dizia Campbell. Yes!
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