quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Back to Jane e sincronicidade

Descobri no Orkut (acho) um blog (http://janeaustenclub.blogspot.com/) muito legal sobre Jane Austen (sempre ela, claro), e me inscrevi para receber sua newsletter. Como a net é, literalmente, uma rede, a responsável pelo blog nos dá notícia de um livro chamado 'Pride and Prejudice and Zombies'. Whaaaat? A notícia foi dada por outro blogueiro, André (http://www.lendo.org/orgulho-preconceito-e-zumbis/#more-1576), traduzindo notícia do site Chronicle Books (http://www.chroniclebooks.com/index/main,book-info/store,books/products_id,7847/title,Pride-and-Prejudice-and-Zombies/). Quando eu estava me preparando para falar aqui da lucrativa vampirização feita em cima de Jane, Adriana, que deu a notícia inicial, continua a história dos zumbis.
Por isso pensei no conceito de sincronicidade desenvolvido por Jung. As "coincidências" da vida.
O que eu ia dizer: primeiro, ninguém herdou os direitos de publicação de Jane Austen. Daí que pode-se republicar, filmar, fazer qualquer produto a partir dos livros de Jane, e o lucro é livre.
Segundo, imagino, não é possível ter acusação de plágio.
Mau-gosto, então, nem pensar. Então, se quiserem fazer uma versão pornô do casamento de Mr. Darcy e Lizzy Bennett, that's all right.
O professor James Thompson, da Universidade de North Carolina, afirma que Austen consegue costurar o pessoal e o social num todo; que o casamento de Darcy e Elizabeth representa a união harmoniosa de homem e mulher, interior e exterior, a responsabilidade social masculina da tradição aristocrata do séc. XIX e a subjetividade e emocão feminina do romantismo. Sob este ponto de vista convencional, Austen ocupa um lugar crucial no desenvolvimento do romance - ela inaugura a grande tradição do romance inglês. (Jane Austen and Co., State University of New York Press).
O que os vampiros estão fazendo é usar o nome de Jane e escrever qualquer coisa. Por exemplo, a Amazon disponibiliza uma série de livros (cinco?) em que Jane Austen é uma detetive amadora. Qué? Bem, não dá para investigar todas as possibilidades. Se não há direitos autorais, são infinitas. O gênio da inovação morreu. Acho que o sujeito que concebeu Jane como um zumbi retornando para se vingar tinha uma justificativa. Jane teria.
Os professores que compilaram o livro acima citado tinham como objetivo divulgar Jane aos estudantes, mostrando obras em que ela figurava como inspiração. Ainda não terminei. Mas encomendei o livro que inspirou a série Lost in Austen. Sou viciada, fazer o que? E acho que ainda tenho coisa comprada em Bath. Tenho assunto ainda. Mesmo que ninguém leia, eu me divirto. Continuo achando que é melhor que ver BBB.
PS: Histórias de vampiros são mais divertidas do que essas sequencias sequeladas.

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