domingo, 12 de julho de 2009

A (des)importância da música no Brasil

Brasil dos contrastes. O Bolsa-Família, reconhecido com justiça, vem diminuindo alguns deles, agravados especialmente com a herança da colonização e a acentuação da "lei de mercado", ou "lei de Gerson", como ficou tristemente conhecida por aqui, ou simplesmente, a política da pirâmide: quem está no topo fica com (quase) tudo, e quem está na base (quase) nada.
E quem se importa com a música de qualidade? Bom, naturalmente, qualidade é um conceito subjetivo. Antes que se discuta o elitismo da classe média, o alegado apartheid dos ecomuros, cotas raciais, e se intelectual gosta de miséria, como dizia Joãozinho Trinta, penso no seguinte: há anos escuto jogadores de futebol sendo contratos por cifras multimilionárias abrindo a boca e falando besteiras inimagináveis. Pior, dando exemplos morais de arrepiar. No mínimo, os caras ganham dinheiro às custas do público que os idoliza, que dêem alguma coisa em troca à sociedade.
Pfffffff. São como os donos do dinheiro do petróleo, os ditadores, que têm os cofres recheados e deixam o povo à míngua. Com raras exceções. Assim de cara, eu lembro dos ex-jogadores da Seleção Raí e Leonardo, com a Fundação Gol de Letra: http://www.goldeletra.org.br/Default.aspx.
Enquanto isso, os músicos tocam na rua. Esses meninos estão ali na Estação Carioca do Metrô do Rio de Janeiro. Isto quando não são expulsos por um sujeito que pensa que toca saxofone há uns 25 anos. Mal, muito mal.
E a educação também vai continuar assim, mal, muito mal.

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