sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Viajar

Gosto de ficar em casa, mas adoro viajar. Não sei se isso é uma contradição, ainda não parei pra elaborar todas as considerações possíveis sobre essas duas tendências, mas na hora em que decido viajar, começo muito antes de entrar no avião. Tudo começa nos meses em que a viagem é apenas uma ideia, e eu penso em todos os lugares que gostaria de conhecer. Daí começo a pesquisar preços e datas, pra ver o que combina mais com o meu orçamento. A internet é minha maior aliada, mas não deixo de consultar um agente de viagens de confiança.


Sem esquecer da Wikipedia, http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal, e do "São" Google, https://www.google.com.br/webhp?tab=ww&ei=CVbVVMfRHreHsQSS-IGQBA&ved=0CAkQ1S4, imbatível pra qualquer pesquisa que eu faça, porque eu tenho de saber alguma coisa sobre os lugares que ainda não conheço. Sob esse aspecto, o Lonely Planet e o tripwolf também são preciosos. 

Acho difícil abrir mão dos guias tradicionais, porque enquanto há lugares onde o smartphone pode resolver tudo com um app ou um Google Maps, seja via sim card, wifi gratuito ou até mesmo pelo plano da operadora, às vezes a gente fica na mão. Às vezes, não, muitas vezes. 

Plano de operadora é inviável. Caríssimo. Se você está viajando só por um país, não há muito problema, porque pode comprar um cartão de uma operadora local, e ele vai funcionar (ex.: EUA, França, Portugal). Porém, se vai viajar por mais de um país, pode ocorrer o que aconteceu comigo em Portugal, onde fui informada de que não poderia recarregar o cartão que comprasse lá em outros países da Europa. Não é bizarro? 

Não adianta dizer que há wifi gratuito em alguns lugares ou se pode usar aplicativos como WhatsApp, Viber ou Skype, pelos seguintes motivos: por exemplo, o Starbucks agora exige que se consuma alguma coisa em suas lojas para usar o wifi; para usar os apps, é preciso que os interlocutores também tenham os aplicativos. E, de qualquer forma, uma das grandes funcionalidades do smartphone é o mapa. Se você estiver perdido num lugar estranho, e não houver qualquer wifi gratuito disponível, se não tiver seu mapa de papel, e se estiver num país, digamos, do leste europeu, ou qualquer outro onde as placas de rua estejam escritas em caracteres não familiares, como vai proceder?

De qualquer forma, a fase preparatória é uma das mais importantes da viagem. Não há garantias de que tudo vá sair perfeito, aliás, a única certeza que existe é que algo vai sair errado. Deve ser por isso que alguns (muitos?) de nós ficamos tão ansiosos às vésperas de viajar. Talvez algum psicanalista explique melhor, não importa. O que posso dizer é que no momento em que entro no avião já fico mais calma. Claro que no decorrer da viagem me estresso por um ou outro motivo. Mas ao final, sei que, de alguma forma, me expandi. Atravessar o oceano é mais do que uma coisa física, é emocional, espiritual, intelectual. Não há nada igual. Talvez, sim, quando leio um livro excepcional. Mas essa é outra história.

Como, por exemplo, descrever a sensação de se chegar em uma cidade de mais de 1000 anos de existência, caminhar até um restaurante que proporciona a vista de um castelo igualmente antigo?

Vista da Novotneho Lavka, Praga

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Clarice: escrever é o mesmo processo do ato de sonhar: vão-se formando imagens, cores, atos, e sobretudo uma atmosfera de sonho que parece u...