sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

SI-SI

A vitrine da Victor Hugo é para mim o que os frangos de padaria sendo preparados são para os cachorros. Um dia eu comprei a minha primeira bolsa da marca (é incrível o poder que um objeto pode ter!). Depois que eu acabar de ler o livro que estou lendo ('I want THAT'), sobre consumo, talvez volte ao assunto. Por enquanto, só quero começar o blog.
Então... comprar, possuir, exibir... que força isso tem... bem, é uma marca cara, os produtos têm qualidade, bla e bla e bla... de vez em quando (1 vez por ano) comprava uma bolsa. O salário permitia. Quando minha filha fez 16 anos, ganhou uma de presente. Daí pra frente passei a dizer que tinha criado um monstro. Mais uma vez, o poder da marca. Até que o salário não deu mais. Passei a ter o comportamento do cachorro. Olhar e salivar.
"Descobri" as liquidações. Aí comprava uma carteirinha de documentos, um cinto... até uma bolsinha. Mas continuava a babar. Claro que descobri a 25 de março, mas essa é outra história, e não tem a mesma graça.
Pois. Pra concluir. Ontem, passava pela loja da Rio Branco, e começo a entrar em colapso: uma bolsa, 10 X R$ 224. Qué? Outro dia comprei dois pares de tênis lá pelo preço de 1 prestação da bolsa? O que está havendo? Pensei que fosse uma exceção. Nada disso. As bolsas estão passando de R$ 1 mil. E uma... ai meu Deus, estava custando mais de R$ 17 mil. Mais do que eu obtive com a venda do meu carro. Olhei, olhei e não vi nada que justificasse. Até porque daqui a pouco estão copiando tudo na 25 de Março. Uma Fendi linda na Neiman Marcus está custando U$ 1680. Um sapato Christian Louboutin por U$ 600. Mesma média de Manolo Blahnik. Nem vou falar de Jimmy Choo.
Como diz a Renata, estão si-si ("si sintindo").

Um comentário:

Clarice: escrever é o mesmo processo do ato de sonhar: vão-se formando imagens, cores, atos, e sobretudo uma atmosfera de sonho que parece u...