sábado, 28 de novembro de 2009

Ainda sem inspiração

Antes de viajar, já tinha ouvido falar do rei Ludwig II e sua paixão por Wagner, naturalmente. Sem detalhes. Do castelo, os boatos de que teria inspirado Walt Disney. Vi recentemente uma foto da Disney e não achei nada parecido. Bom, minha tia dizia que parecer não é ser. Vai ver foi uma semente plantada na cabeça do homem que deu a ideia para a coisa toda. Empreendedorismo é isso aí. Não é o que falam do artista? 99% transpiração e 1% inspiração. A mais pura verdade. Se a gente não sentar e trabalhar, não adianta ter ideias maravilhosas. Obviamente, Da Vinci e Michelangelo não devem ter tido este meu problema, embora tenham trabalhado muito. Mas inspiração não lhes faltaram, nem talento.
Enfim. Acho que ou me faltaram informações ou as esqueci, e é certo que as guerras provocadas pela Alemanha fizeram com que muitas nos chegassem filtradas. Estou descobrindo isto agora com um livro que estou lendo sobre o pós-guerra. Também por um título de uma revista (Superinteressante), que ainda está por ler.
Há uma mitologia da região que nunca me interessou muito. Mas a Áustria foi outra história: houve Sissi, a imperatriz, romanceada no cinema, com o papel vivido por Romy Schneider, até hoje cultuada, pelo que pude perceber; e a Noviça Rebelde, outro mito perene. Também estou descobrindo que são castelos de cartas, em termos políticos.
Bom. Lembrei que quando descobri os paperbacks, apareceu no radar uma escritora chamada Victoria Holt, que nem sabia que era um pseudônimo, que era Jean Plaidy e Philippa Carr. E também não sei se foi ela quem escreveu um livro ambientado na Alemanha que falava de sclosses (seria esse o plural de castelos?) e florestas, tudo muito misterioso e um pouco assustador...
A última referência veio de um amigo, que conhece bem o país, fala a língua, e repetiu o lugar-comum: Ludovico (a forma aportuguesada), o rei "louco" da Baviera. Nosso guia no castelo Linderhof não concorda. Comprei uns livretos nas lojinhas sobre os castelos e sobre o rei, e a única conclusão a que cheguei é que ele era obcecado, idealista, romântico, e, como todos os monarcas, inclusive os atuais, gastou dinheiro para seu luxo. Inclusive, pareceu-me que essa história de loucura foi golpe. Fico com o guia. Pena que essas politicagens se sobreponham ao bem-estar da humanidade. A sensação que se tem é sempre e mais uma vez, pelo menos para mim, de desperdício. Há uma imensa beleza, porém, que reflete uma grande melancolia. Quando não uma grande tragédia. Às vezes pessoal, como no caso do rei Ludwig, que morreu misteriosamente, e teve uma vida reclusa, possivelmente infeliz. Outras vezes coletiva, como no caso do próprio país, que vivenciou duas guerras. O que, aliás, ocorreu e ocorre em todo o planeta. A história é permeada de tragédias, pessoais e coletivas. Algumas ainda estão em pleno andamento. Quando isso irá parar?

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