quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O poder da ansiedade


Christine Garvin, a autora do artigo (primeiro link) fala da ansiedade e vai tecendo suas considerações. Aquela agonia que me faz lembrar quando acho que quero comer alguma coisa que não sei o que é. Aplica-se a quase qualquer coisa - se não tiver um objetivo pré-determinado, fico como barata tonta. O que não tem explicação, já que há várias coisas a fazer, úteis ou interessantes: arrumar a casa, ler um livro, assistir a um filme, andar na praia, escrever, plantar bananeiras...
Em vez disso, sinto o cérebro girando feito uma roda de hamster, sem propósito aparente. Começo a fazer uma coisa, completo ou não; paro; começo a fazer outra; paro; e assim por diante. Às vezes faço muitas coisas, outras vezes não. Ao final do dia, a sensação de inutilidade. É a falta de evidência perante uma sociedade que exige provas de que somos úteis, talvez. Quando se tem uma tarefa definida, um papel estipulado, parece (!) que as coisas se encaixam, ganhamos um rótulo, e todos se sentem confortáveis. Inclusive nós? Não. A ansiedade é bicho insidioso. Deve haver alguma estatística, já que os ansiolíticos estão na moda. Depois eu vejo se tem alguma coisa no Google.
Leio então no artigo, que é de um blog dos muitos que sigo sobre viagens no Twitter, que a autora está acometida desse mal. Mal? Se é mal ou não, sei lá. Incomoda. Tanto que fui reclamar com o médico. E o remedinho que ele prescreveu continua me dando sono. Desacelerou demais. Vou acompanhando. A autora cita outras pessoas, e um filósofo, Kierkegaard - e este diz que a ansiedade é positiva, porque está nos dizendo que há uma verdade maior por trás dela. Será? Bom. Aí ela cita uma outra pessoa, em outro blog, que tem cara de auto-ajuda - http://whitehottruth.com/, Danielle Laporte, que tem 3 passos para lidar com a ansiedade, e diz que vai trabalhar com isso no fim-de-semana para ver se encontra as respostas:

1- Encare a realidade. "Estou ansiosa."
2- Pergunte-se. "Então, porque estou ansiosa?"
3- Assuma a responsabilidade.

E vai acrescentar mais 2 passos à lista:
4- Para onde vou em seguida?
5- O que devo fazer para que isso se realize?

Ontem estava pesquisando o tema 'terapia cognitiva' para o meu trabalho de tradução, porque vi um livro de uma autora chamada Judith S. Beck, mas não quis comprar, porque custava R$ 75,00, e era muito específico, não seria algo que eu poderia guardar para consultas futuras - daí que seria esbanjamento puro e simples. Aprendi pouco, porque o filão em que a psicóloga resolveu investir foi o do emagrecimento. Ela tem suas credenciais (quem sou eu para questionar), e usou a teoria para ajudar (?) as pessoas a emagrecer. Não cheguei a descobrir se funciona. Num dos primeiros resultados da pesquisa no Google, há um vídeo interessante, disponível no YouTube, onde ela conversa com uma aparente paciente, que parece ter um problema de depressão. Em resumo, para lidar com o problema, em vez de tentar resolvê-lo em bloco, ela sugere que ele seja dividido em etapas. Razoável. Déa falava isso. Não me lembro se ela disse onde aprendeu isso - provavelmente na Faculdade de Administração, mas qual a origem, não sei. 
Fez sentido. Americanos são práticos, não? Se resolvem ou não, não sei. Jogam Freud no lixo, tudo é fast food (vejam a quantas anda a obesidade por lá), mas quanto pragmatismo! 
A questão toda é a manutenção: dá para manter? Ou amanhã já se esqueceu tudo e se repetem os velhos padrões? E se largarmos a pilulinha?

Eu ando com uma vontade doida de viajar. E sei que isto por si só não resolve. Concordo plenamente com a autora do artigo ao qual remete o link que está sendo comentado. Viajar não é ficar pulando de galho em galho, é mergulhar na cultura da cidade, é se deixar invadir pela alma local, por menos tempo que seja possível lá permanecer. Uma das formas de fazer isso, quando há pouco dinheiro é estudar o local, antes e/ou depois. Tem gente que viaja sem sair do lugar, como meu professor de Desenvolvimento Urbano. E tem gente que vai a 30 cidades em 30 dias. Será que esta última conseguiu conhecer muita coisa? Pode ser, mas não creio. Vou de Gilberto Gil: ando com fé, "que a fé não costuma faiá". Se o meu coração não estiver no meu destino não rola. Deixa eu ficar ansiosa onde estou, até o vento me levar.

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