segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Mais livros...

Aproveitando a Bienal (ou, para quem não puder/quiser ir tão longe, tem barraquinha do que foi outrora a 'Feira do Livro' e hoje é uma pálida sombra, com muito refugo, ali na Rua Uruguaiana, no Centro do Rio), seguem umas dicas, garimpadas da revista Vida Simples, não sei de que edição, pois arranquei a página e a achei perdida no meio da minha bagunça habitual.

A LITERATURA EM PERIGO, Tzvetan Todorov, Difel
(Este foi o que mais me chamou a atenção: 1) Porque o autor era um dos favoritos de alguns dos meus professores na Faculdade de Letras na UERJ; e 2) Por causa da descrição: T-U-D-O A VER!!!)
"Por mais longe que remontem minhas lembranças, sempre me vejo cercado de livros." Assim começa o livro. Seu tema é o estágio em que o ensino e a propagação da literatura chegaram aos nossos dias. Para o búlgaro Todorov, há diversos indícios de um evidente declínio das letras, mesmo nas carreiras ditas "humanas'. Mesclando análise, autobiografia e manifesto, este é um livro apaixonado pelas letras e pelas gerações de homens e mulheres que construíram esse vasto universo chamado literatura.

A GEOGRAFIA DA FELICIDADE, Eric Weiner, Equilíbrio
O jornalista americano, correspondente internacional acostumado a cobrir conflitos e desequilíbrios políticos, descobriu que havia, na Holanda, um cadastro internacional sobre a Felicidade. Decidido a conhecer as razões pelas quais alguns países (como Moldávia e Islândia) constavam na lista, embarcou numa viagem fascinante através de 4 continentes - tudo para inquirir da população o porquê de todos se declararem felizes.
Misto de reportagem e crônica, é um livro ideal para se ler na praia ou bem acomodado numa rede, no sítio. Com clareza, bom humor e um estoque interminável de anedotas, Weiner seduz pela verve e, em muitos momentos, pela ironia afiadíssima.

A ARTE DA VIDA, Zygmunt Bauman, Zahar
Ufa, enfim o (ótimo) pensador polonês Zygmunt Bauman não tascou a palavra "líquido" em um de seus livros. Brincadeira, claro, com o autor de Amores Líquidos, Medo Líquido e outors títulos centrais para o entendimento de nossas motivações no mundo. Este aqui especula sobre o tema que está sempre em nossas cabeças: a busca da felicidade. Com ironia e um nível de argumentação que nunca é rebaixado, Bauman discute se nossa sociedade não estaria obecada por um ideal muito difícil de alcançar. Mais ainda: com o gosto pelo paradoxo e pela audácia, o autor especula sobre os desejos, às vezes falseados, de sermos o que não somos - tudo para arrotarmos uma felicidade que talvez não seja tão genuína.

A GAIVOTA, Anton Tchekhov, Cosac Naify
Toda obra de Tchekhov (1860-1904) apoia-se em sutilezas quase metafísicas. "Quase" porque as cenas e os diálogos urdidos pelo russo partilham das maiores banalidades. Mas então o milagre acontece: sob essa camada corriqueira descortina-se toda uma consciência a respeito dos grandes temas da existência.

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