quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Ainda sonhando

Continuo investigando as origens do meu interesse pela Irlanda. Hoje cheguei a uma deusa ou santa. Parece que os irlandeses têm o mesmo hábito que nós, de fazer o sincretismo religioso entre as divindades locais com o cristianismo. Sabemos (ou eu sabia) que essa era uma prática dos missionários para facilitar seu trabalho de assimilação.
No politeísmo celta e na mitologia irlandesa, Brigit, Brigid ou Brighid era 'a digna de ser exaltada'.
Como é comum nas deidades celtas que são descritas como tríplices, ela é vista como três irmãs, todas denominadas Brigid, que desempenham várias funções na sociedade, tais como a cura, a poesia e a metalurgia. 
Ao dar a versão inglesa do mito irlandês, Lady Augusta Gregory (Gods and Fighting Men, 1904), descreve Brigit como "uma mulher de poesia, e que poetas a adoravam, porque sua influência era grande e muito nobre. E ela também era uma curandeira, uma mulher que trabalhava os metais, e foi quem fez primeiro o apito para chamar um ao outro através da noite".
Ela tem uma contraparte inglesa e continental, Brigantia, que parece ser o equivalente celta da Minerva romana e da Atena grega, deusas com funções similares e aparentemente incorporando o mesmo conceito de status elevado, seja físico ou psicológico [fonte: Wikipedia].
Kildare, Co. Clare (Fonte: https://waterculturepower.wordpress.com/)
De qualquer forma, parece que mesmo que a maioria da população do país seja católica, ainda resta a memória da deusa. Brigid simboliza a renovação da vida e a esperança de abundância, e tanto cristãos como pagãos ainda a veneram nos dias de hoje.
“Que a estrada se abra a sua frente
Que o vento esteja sempre às suas costas
Que o sol brilhe suave sobre a sua face
Que a chuva caia gentilmente sobre seus campos
E até que nos encontremos de novo,
Que Ela o guarde na palma da sua mão.”

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