sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Relembrando Bath















Janeite. Austenmania. Termos ingleses para quem tem fixação em Jane Austen. Parece ser significativo o número. Uma pesquisa no Google 
com preferências filtradas em português, espanhol, inglês e francês gerou mais de 5 milhões de páginas. Como não há hospícios suficientes para tantos loucos, e não tenho as qualidades de Simão Bacamarte (aliás, nosso gênio ímpar, Machado de Assis, pode ser encontrado no similar nacional do Projeto Gutenberg, o site Domínio Público, http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp), não preciso temer o confinamento. Basta-me o refúgio aqui mesmo, neste espaço quase solitário.

Reza a lenda que Jane Austen não gostava de Bath. Talvez porque tenha deixado seu ambiente, quando seu pai faleceu, e passou a enfrentar dificuldades, até finalmente chegar a Chawton. Mas foi lá que ambientou Persuasion, um de seus mais refinados romances, e Northanger Abbey, um dos mais leves.

Para os leitores, e para mim, em especial, que amo história e arquitetura, o maior encanto foi encontrar a cidade praticamente do mesmo jeito. Não tem preço. É como nos transportarmos diretamente do livro para a vida real. Ajudados por um pouco do mito somado aos nossos sonhos e à indústria do turismo, junto com a boa-vontade das pessoas que se empenharam em criar um centro cultural para preservar a memória da escritora. Quanto já não se perdeu em memórias, em história, porque as pessoas não deram valor, ou saquearam aquilo que puderam em prol de interesses de toda sorte? Aconteceu há milhares de anos e continua acontecendo até agora. Patrimônio histórico e cultural não pode ser somente um título. Outro viés. Fiquemos com Jane, por ora.

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