sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Cultura


Então... cultura... o que é? ouve-se muito falar em "pessoa culta" como sendo aquela q se destaca em conhecimento, e ñ necessariamente formal. Há uma mistura de admiração, inveja e um sentimento de estranheza com relação a pessoas diferentes, de uma forma geral, o q inclui pessoas q tenham algo a mais. Seja bom ou ruim. O diferente é freqüentemente temido ou desprezado. Divago, como sempre. "Ser culto" (li outro dia q essa expressão ñ significa o q achamos) seria saber mais do q a média. E qual é a média? Aí é onde reside o problema. Medíocre quer dizer médio. Mas tb tem um sentido pejorativo, de banal, passável, de acordo com o Houaiss. O culto, portanto, seria superior ao médio, ao medíocre. Mas estamos falando de forma, de aparência. Daí q basta uma pessoa fazer uma viagem para fora do país, e já é reverenciada. Talvez isso venha do fato de sermos colonizados, ou do tal complexo de inferioridade q dizem q temos. Na época de Machado, a moda era a cultura francesa. Hoje, somos invadidos culturalmente pelos Estados Unidos. Enquanto ainda é chique falar francês ou ter ido à Sorbonne, a média acima da média vai em massa aos cursos de inglês, sonha ir ao Disneyworld, a New York. E aí? Na época em q o dólar equivalia ao real, hordas de turistas brasileiros invadiam a Flórida e New York. Dava medo. Andam em bandos e falam alto (igual a americanos q estavam em um restaurante onde eu jantava, na Broadway, insuportáveis). E pagam mico. Qual é, porém, a diferença deles para mim? Sou tão deslumbrada quanto eles. Possivelmente, a diferença é q eu passo muito tempo em uma livraria. Tempo q outros passam na Victoria's Secret, ou em shoppings. É por isso q sempre fui vista como um bicho estranho. Continuo sendo, na verdade. E vou assumir a pretensão: embora ñ tenha "cultura" para sentar diante de uma obra de arte em um museu, o testemunho da história em uma múmia ou armadura medieval, e descrevê-la em detalhes, ou o meu olhar seja superficial, ainda acho mais importante ir ao MET, testemunhar a história e/ou o talento, que ver uma representação em cera de Julia Roberts.
Como diz a propaganda daquele cartão de crédito, há coisas que não têm preço.

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