sábado, 8 de março de 2008

Depressão X Dor

A discussão é antidepressivo. O que ele faz por você? Ajuda a lidar com as intempéries, poucas ou muitas. Mas ajudaria mesmo? Uma tese que julgo aceitável é que esse 'lidar' pode significar não deixar vir o problema à tona. Digamos, se eu tenho medo da solidão, uma das soluções pode ser o antidepressivo. Assim, o remédio torna um grande problema aceitável, e ele vai sendo deixado de lado, em prol de outras coisas julgadas mais importantes. Só que ele está somente à espreita, e quando menos se espera (pq, afinal, o remédio ñ é mágico - ñ faz com q o problema desapareça), ataca. E pode ser de uma forma insidiosa: assume outra forma. Uma doença, por exemplo. Aqui estaria entrando em campo que ñ é do meu domínio. Há controvérsias sobre a(s) causa(s) de doenças terem como componente mágoas, tristezas, etc.
Para mim está fazendo sentido. Há coisas minhas com que tenho de lidar, ou seja, tenho de parar de disfarçar. Já estão fazendo fila. Deve ser por isso que o pescoço voltou a doer. Há estradas vicinais nesse caminho. São as idéias que vão me ocorrendo ou são provocadas por terceiros cutuquentos à medida em que vou pensando sobre o assunto. A própria dor. A vulnerabilidade, a exposição. Há um momento em que é permitido mostrar fragilidade? Hoje estava lendo no Eat, Pray, Love que a Guru da autora diz que não se deve insistir na postura de vítima. Que quanto mais se age com fortaleza, menor a possibilidade de se ficar no nhém-nhém-nhém. O balcão de reclamações que estava lendo no Rabino Nilton Bonder por esses dias. Realmente, é um saco. Mas tb é insustentável ficar posando de forte. A palavra que me surgiu à cabeça esta semana foi: desmoronar. Pedaços espalhados por aí. Falta de vontade. E a dor. A dor. Insistente, constante, espasmódica. Se eu fosse uma yogi, talvez usasse essa oportunidade para deixá-la vir, acolhê-la, e aproveitar que ela te impede de pensar direito, para, exatamente, não pensar. Imagino que algum entendido no assunto diga que é isso mesmo. Impaciente que sou, control freak, primeiro choraminguei com um médico. Depois com outro - razão: caraminholas que colocaram na minha cabeça sobre a possibilidade de um aneurisma. Bizarro. Parece que a idade é uma razão para maximizarem-se as opções de tragédia. Será que a dor é necessária para se 'crescer'?

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