domingo, 10 de fevereiro de 2019

Porque Alemanha.

Por que não?

A região chamada Germânia foi conhecida e documentada pelos romanos antes do ano 100. A partir do século X, os territórios alemães formaram a parte central do Sacro Império Romano-Germânico, que durou até 1806. Durante o século XVI, o norte da Alemanha tornou-se o centro da Reforma Protestante. Como um moderno estado-nação, o país foi unificado pela primeira vez em consequência da Guerra Franco-Prussiana em 1871. Em 1949, após a Segunda Guerra Mundial, foi dividida em dois estados, a Alemanha Ocidental, oficialmente "República Federal da Alemanha", e a "Alemanha Oriental", oficialmente República Democrática Alemã, ao longo das linhas de ocupação aliadas. A reunificação ocorreu em 1990. A Alemanha Ocidental foi um dos membros fundadores da Comunidade Europeia (CE), em 1957, que posteriormente se tornou a União Europeia, em 1993. O país é parte do espaço Schengen e adotou o euro desde sua instituição, em 1999. (Fonte: Wikipedia)

Basicamente, o que o país tem a oferecer: história, cultura, democracia, ótima infraestrutura, dispensa visto a brasileiros, e por fazer parte do espaço Schengen e CE, permite uma grande flexibilidade para transitar de lá para outros países nas mesmas condições e vice-versa. Foi o que fiz: Praga (República Checa), Viena (Áustria), Munique, Berlim e Potsdam (Alemanha) e Londres (Reino Unido). Melhor maneira de viajar: trem. Porém sempre com a opção de voos low cost. De verdade, não a enganação que se vê no Brasil.

Recomendo: Eurostar, um trem de alta velocidade que conecta Londres a Amsterdam, Avignon, Bruxelas, Lyon, Marselha, Paris e Roterdã. Fiz Bruxelas a Londres uma vez. Há quem compre todas as passagens previamente no Brasil. Prefiro comprar na hora. Sempre acho que pode dar alguma zebra e perder a passagem. Vale pesquisar os prós e contras. Mas posso oferecer uma informação curiosa: quando fui comprar e pedi só ida, pois Londres seria minha última parada antes de retornar ao Brasil, a pessoa do guichê me disse que seria mais barato comprar uma ida-e-volta. Vai entender. Foi o que fiz, claro.

Em todo caso, o site oficial dos trens na Alemanha é https://www.bahn.de/p/view/index.shtml, no qual é possível comprar passagens antecipadamente, mas saiba que a viagem de Munique a Berlim leva 6 horas. As passagens de ônibus são mais baratas, quem sabe é interessante testar? (https://www.eurocheapo.com/blog/budget-bus-lines-in-germany.html)

Se disser que não tenho a menor lembrança de como fiz toda a viagem, não estarei mentindo. As únicas certezas que tenho são que fui de Praga a Viena, e depois a Berlim de trem (uma bela viagem, com paisagens incríveis, e me recordo de ter perguntado ao fiscal que rio imenso era aquele por que passávamos, eu que tenho noções apenas rudimentares de geografia, e sequer sei que país faz fronteira com que país, ouvi a resposta de que ainda não me esqueci, com o devido sotaque: Elba, um dos maiores rios da Europa Central, total de 1094 km); e que Munique foi meu primeiro destino depois de sair do Brasil via Air France (não conto a escala em Paris, porque não saí do aeroporto). 

Neue Rathaus, impressionante - Acervo (2009)

Também me lembro bem que pedi sugestões de roteiro a um conhecido, cujo filho morava na Alemanha, e ele me deu uma lista de cidades que descobri serem lindas, depois de pesquisar. Pena que perdi a tal lista, mas adianto que boa parte delas se encontrava na chamada "Rota Romântica", sobre a qual não falarei por não tê-la percorrido. Fiquei satisfeita por ter escolhido Munique, mesmo não tendo podido ver tudo que ela oferece, mas pela chance de realizar um sonho: visitar os castelos do rei Ludwig da Baviera. O que eu queria era ir a Neuschwanstein, que, reza a lenda, inspirou o castelo da Cinderela de Walt Disney. Lenda ou não, infantilidade ou não, fui e fiquei deslumbrada. Contratei o passeio no mesmo dia em que cheguei, no centro da cidade, no que me pareceu ser o escritório de turismo oficial. Havia várias opções, escolhi uma que incluía almoço, pois o passeio leva um dia inteiro. Nem sei como consegui, pois estava completamente afônica. Há 10 meses. E foi ali mesmo em Munique que se deu o milagre.

Dez meses sem conseguir emitir um som, cheguei a Munique, e entrei na igreja para agradecer, como sempre faço quando viajo (a catedral de Nossa Senhora de Munique, Frauenkirche, construída entre 1468 e 1525, sobre os remanescentes de uma antiga basílica romana, é a maior igreja da cidade e um dos maiores edifícios góticos da Alemanha). Saí, fui tomar um chocolate, passeei, voltei para o hotel. No dia seguinte, fui para o passeio, e na hora do almoço, paramos num restaurante, sento-me à mesa com americanos que também faziam o tour. Eles começaram a fazer perguntas sobre o Brasil, a pretensão de sediar a Copa e etc., e eu respondi a tudo. Retornando ao hotel, comecei a fazer as anotações habituais no meu caderninho (tempos anteriores à internet fácil), quando de repente me dei conta de que minha voz havia retornado. Lembro-me de ter feito uma oração em memória de minha mãe, que teria ficado muito feliz de eu estar ali, na terra de seus avós. Então, pra mim foi sim, milagre. 

Catedral - Acervo (2009)



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