sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Neve
Estou revoltada: ninguem carimbou meu passaporte na fronteira com a Austria. Duoga. Bye, que o tempo ruge.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Budismo
Pessoalmente, estou em um de dois estados: no passado, tentando reconfigurar o que foi, buscando respostas para o presente e a chave para o futuro; e no futuro - o presente é só um pretexto para planejar para o dito cujo.
Exceções honrosas: quando estou lendo, mas aí estou mergulhada num mundo que não é o meu, é a fantasia mais plena, e quando estou embrenhada em algum projeto, pessoal ou profissional.
Viajar, por exemplo, é um projeto interessante: digamos que se leve 15 dias efetivamente no trajeto. Na prática, quando se trata de uma viagem intercontinental, e se viaja solo, são tantos os detalhes, que se começa a viagem muito antes: quando se começa a sonhar. Quando ela termina: praticamente nunca. Até diria 'nunca', mas com a ameaça do Alzheimer, já ñ se pode mais dizer isso.
Não são nem as fotos que nos remetem às lembranças. Há outros tipos de registros - a gente pode criar um blog ou pode recorrer ao tradicional diário. Mas basta ler um registro alheio e as memórias fluem. Mais uma vez: desde que haja um resquício dela. Para quem tem caso de Alzheimer na família, é um fantasma a pairar.
Não gostaria de lembrar de tudo, mas gostaria de ter uma memória daquelas de desencavar fatos empoeirados pelo tempo. Pra que, não sei bem. Acho bom ter um registro, raízes talvez. Sempre gostei de história, sou descendente de imigrantes, gostaria de saber quando meus avós desembarcaram neste país, e até os porquês. Porque aqui e não acolá. Porque meu sobrenome se escreve deste jeito, e não do jeito que deveria ser. Todos os antigos já morreram. As grafias se alteraram. Talvez já não tenha mais importância. Mas a história é importante. Na raiz está o nosso centro, nosso equilíbrio. Quero achá-lo. Mesmo para escolher um caminho diferente, é preciso saber de onde se parte.
domingo, 11 de outubro de 2009
sábado, 10 de outubro de 2009
Comfort Food

O chocolate é um capítulo à parte. Até porque pode-se entrar na questão da serotonina, e no bem-estar real que ele provoca. Nham. Ou nos flavonoides (com ou sem acento?), antioxidantes, que fazem bem para o coração, e estão presentes no chocolate meio-amargo. Nham Nham.
Para mim, comida é mais do que subsistência. Comida é também emoção, e é cultura. Extraído o fato básico de que todo ser vivo tem de se alimentar para sobreviver, parece-me que é em torno do ato de se alimentar que as pessoas se encontram. Desde o tempo em que se acendiam fogueiras para assar a caça, até à sala de jantar dos dias de hoje, e restaurantes, bares, etc.
Fala-se em "comida típica" - os guias turísticos darão destaque a museus, exposições, mas sempre haverá menção à culinária local. A melhor maneira de se familiarizar com um lugar é comendo - não em restaurantes (pelo menos exclusivamente), mas onde é tradicional, onde o povo local come, indo aos supermercados, mercados, experimentando os produtos locais. Claro que este é um conceito exatamente oposto ao de comfort food - o novo X velho. Mas toda essa conversa era para falar de boas lembranças - criadas a partir de novas experiências.
Hoje faz frio - apesar de ser primavera no Rio. Uma embalagem de cookies, guardada para fazer algum artesanato, trouxe a memória de viagens passadas. Prazer e subsistência (ahã!) - afinal, chocolate alimenta! Melhor ainda quando se tem forno de microondas no quarto de hotel - esse cookie quando o chocolate derrete... bom, tem aquele outro fresquinho que vende perto da Macy's (NYC), mas é outra história.
E eu não tenho cookies em casa. Tenho várias barras de chocolate, que não me atrevo a comer, pois estou com dor-de-cabeça crônica, e pode se desencadear uma enxaqueca. Fico com a lembrança. E uma receitinha. Olhar não tira pedaço, já dizia minha bisavó. Nem engorda.
Receita de chocolate quente da
Ingredientes:
2 xícaras de leite
100 g de chocolate amargo ou meio amargo (o que preferir)
1 pau de canela
2 c. chá de mel
1 c. chá de açúcar mascavo
1 c. chá de extrato de baunilha (opcional)
2 c. s. rum escuro
Modo de preparo:
Coloque o chocolate picado em pedaços pequenos em uma panela com o leite, a canela, o mel e o açúcar. Leve ao fogo até que o chocolate derreta completamente. Se optar pelo extrato de baunilha acrescente-o depois de o chocolate derreter. Acrescente o rum aos poucos e prove para ver se não ficou forte, retire a canela e sirva quente.
A língua liberta
'Syngué sabour' - Pedra-de-paciência - foi escrito sob o impacto da violenta morte da poeta Nadia Anjuman, ESPANCADA até a morte pelo marido e com a conivência da mãe que a considerava liberal demais. A obra é libertadora, deu ao autor um prêmio (Goncourt - 2008) que lhe deu também reconhecimento em sua terra natal, para onde ele pensou nunca mais poder voltar depois de ter escrito tal coisa, e onde agora, pela poder da palavra escrita ele se faz ouvir.
Uma das inspirações para Bernando criar 'O filho da mãe' foi o assassinato por motivos políticos da jornalista russa Anna Politkovskaya, que denunciava os crimes da guerra na Chechênia. Além disso, o livro fala do drama das mães quando seus filhos soldados estão em guerra. Como se pode ver, a ficção não é apenas o avesso da realidade, ela é tranformadora, reveladora e libertadora. Diverte como diverte um parque de diversões, mas também reflete em nossas cabeças como as nossas imagens na velha casa dos espelhos, causando impressões tranformadoras.
A tal pedra-da-paciência citada por Atiq serve “…para todos os infelizes do mundo. Conte a ela seus segredos até que a pedra estoure… até que você seja libertada de todos os tormentos.”…
Um trecho dessa obra de Atiq chamou especialmente minha atenção. Ali está citado o Corão, no início, onde o profeta conta da revelação do arcanjo Gabriel:
”- LÊ! Em nome de teu Senhor que tudo criou, que criou o Homem a partir de um embrião. Lê! Teu Senhor é de uma bondade universal, Ele que ensinou ao Homem, por seus escritos, o que o Homem não sabia…”
(Não sei de onde copiei essa resenha, sorry... só sei que data de junho/2009)
Jeitinho brasileiro
Simão de Vasconcelos, 1663.
José Murilo de Carvalho
Ser republicano é crer na igualdade civil de todos, sem distinção de qualquer natureza.
É rejeitar hierarquias e privilégios.
É não perguntar: "Você sabe com quem está falando?"
É responder: "Quem você pensa que é?"
É crer na lei como garantia da liberdade.
É saber que o Estado não é uma extensão da família, um clube de amigos, um grupo de companheiros.
É repudiar práticas patrimonialistas, clientelistas, familistas, paternalistas, nepotistas, corporativistas.
É acreditar que o Estado não tem dinheiro, que ele apenas administra o dinheiro pago pelo contribuinte.
É saber que quem rouba dinheiro público é ladrão do dinheiro de todos.
É considerar que a administração eficiente e transparente do dinheiro público é dever do Estado e direito seu.
É não praticar nem solicitar jeitinhos, empenhos, pistolões, favores, proteções.
Ser republicano, já dizia há 346 anos o jesuíta Simão de Vasconcelos, É NÃO SER BRASILEIRO.
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José Murilo de Carvalho é historiador
Publicado em O Globo, pág. 7, 6 de julho de 2009
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Ana Maria também é cultura
7 maneiras de evitar o estresse, por Lígia Scalise. Há 1000 maneiras. Ler. Beber um vinho (cairia muito bem com essa primavera outonal que fez desabar um temporal no Rio - um chá ou um chocolate quente como o que eu tomei hoje tb vão bem). Spa. Massagem.
Para os pobres infelizes que se meteram na estrada antecipando o feriadão, não tem jeito. O inferno começou cedo. Hoje de manhã já tinha um motoboy com a moto no chão, no meio do trânsito caótico.
As malditas pedras portuguesas, de que ninguém cuida, mais as calçadas, onde as árvores plantadas quando fizeram o planejamento (?) urbano há décadas espalharam suas raízes, são um acidente à espera de um incauto, uma vez que desconhecem o que é uma superfície plana. Não sei, talvez no Leblon, o metro quadrado mais caro da cidade (onde pedestres podem circular, claro, não estamos falando da Barra, lugar bizarro feito para carros).
Enfim, divago. Às 7 dicas.
1- Respire ao ar livre. Um estudo americano constatou que 88% das pessoas habituadas a ter contato com a natureza respondem melhor ao estresse. Vale qq atividade, desde caminhar em parques até relaxar por 10 minutos em uma praça durante seu horário de almoço.
2- Imponha-se limites. Um dos estopins para a ansiedade é aquela sensação de que não vai dar tempo. "Vc só pode fazer uma coisa de cada vez. Tenha foco. Decida o que é mais importante e dedique-se a isso", ensina Jael Coaracy, consultora do livro Vai Dar Certo (ed. BestSeller).
3- Aperte os pés. A reflexologia se baseia no princípio de que temos todos os pontos do corpo na sola dos pés. Par aliviar a tensão, prepare uma bacia com água morna, 2 xícaras de sal grosso e um punhado de hortelã. Massageie um pé com a mistura, em sentido horário, por 10 minutos, enquanto o outro fica de molho. Coloque bolinhas de gude no fundo da bacia.
4-Bote pra fora. Em vez de ficar estressada e isolada no seu canto, experimente conversar com alguém de sua confiança. O simples fato de colocar pra fora aquilo que te provoca agonia já vai fazer um bem danado.
5-Seja flexível. Nada de se desesperar quando algo inesperado acontecer. Reflita: um imprevisto não significa perigo. Às vezes, aquilo que apareceu de surpresa pode ser uma ótima oportunidade. Ouse!
6- Faça bom uso do trânsito. Antes que vc entre na neurose de gritar ou xingar o motorista do lado, use o tempo em que está parada no trânsito para fazer algo que lhe dê prazer. Escute suas músicas preferidas!
7- Faça um spray antiestresse. Elaborado pelo aromaterapeuta Fernando Amaral, esse spray é uma saída para acalmar. Anote a receita: 200 gotas de óleo essencial de lavanda, 50 gotas de óleo essencial de laranja doce, 80 ml de álcool e 400 ml de água. Misture os óleos no álcool até que se dissolvam por completo. Depois, misture-os à água e coloque em um borrifador de meio litro.
Clarice: escrever é o mesmo processo do ato de sonhar: vão-se formando imagens, cores, atos, e sobretudo uma atmosfera de sonho que parece u...
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Clarice: escrever é o mesmo processo do ato de sonhar: vão-se formando imagens, cores, atos, e sobretudo uma atmosfera de sonho que parece u...
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Memória. Coleciono coisas pq me trazem lembranças. Jogo fora - eventualmente - aquelas q trazem de volta os momentos ruins. Conservo e culti...
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Câncer, doença, dor, morte, perda, saudade, tristeza. Palavras que exprimem sentimentos e significados que se intercambiam, tecendo uma...