sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Dia de Rio de Janeiro











É possível se ficar totalmente
insensível diante da emoção do outro?

Creio que a única forma de consegui-lo é se isolar. No momento em que se entra em contato com outros seres, é acionado o mecanismo da socialização (seja lá o que for) e algo começa a repercutir dentro de nós. Começa no cérebro, óbvio, que é o que comanda tudo: pernas, braços, músculos (inclusive este que leva a fama de ser o centro das emoções - o coração).
É por isso que esse ser que não se identifica com outros seres e suas emoções ou regras sociais é chamado de sociopata. Outra história.
Bem, a história de hoje é a alegria da cidade pela conquista do direito de sediar as Olimpíadas em 2016. Considerando-se a penúria em que todos achamos que vivemos, chega a ser meio patético - parecia até esquizofrênica a discussão na GloboNews (que enfiou, entre as naturais imagens de comemorações por todo o país e em Copenhagen, e de tristeza das cidades que estavam na disputa, e até mesmo o cumprimento do Presidente Obama, a reação em Tegucigalpa. Ora, faça-me o favor. WHO CARES???), por um lado mostrando alegria até mesmo por parte de sua correspondente na Europa, sinceramente emocionada, e por outro, fazendo questão de destacar os grandes problemas que temos de resolver nesses 16 anos - que não são poucos.
Bom, sugiro que troquem a mala do Zelaya pelas Olimpíadas. Certamente o assunto é mais importante e útil para nós.
Enfim, para o carioca, qualquer motivo é de festa, e esta começou antes mesmo do anúncio na praia de Copacabana. O São Jorge estava em frente ao Copacabana Palace.
Alguns estavam desligados, como o motorista do táxi a quem perguntei se sabia do horário da divulgação. E olhe que o rádio do carro estava ligado na CBN!
Fui trabalhar, esqueci do assunto tb, e saí sem olhar para o relógio, entro no Shopping Rio Sul, e quando vou subir a escada rolante, vejo um monte de gente, e o grito da multidão! Arrepio, sorriso instantâneo. É a reação natural, não tem jeito. Precisa-se ser insensível, como disse. Ainda bem que não sou. Estou viva.

Resolvi dar uma conferida na Av. Atlântica. Afinal, sempre é bom garantir que se está viva - depois a gente continua a criticar, pq assunto não falta. Nesse ínterim, é agir para mudar.

Já dizia Zé Ramalho:

Bate, bate, bate coração,
Dentro desse velho peito
Você já está acustumado a ser maltratado
A não ter direito
Bate, bate, bate coração,
Não ligue deixe quem quiser falar
Porque o que se leva dessa vida coração
É o amor que a gente tem p´rá dar

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