terça-feira, 12 de julho de 2016

Coisas inesperadas em S. Petersburgo

Shopping Galeria - S. Petersburgo (acervo)

É difícil viajar para algum lugar sem antes buscar informações básicas sobre ele. Mas às vezes, a falta de tempo, além do entusiasmo, podem fazer com que a gente se concentre nas atrações principais e nas instruções de como se chegar lá, tanto no país, cidade, como nos lugares escolhidos. Isso porque uso todos os meios possíveis para me orientar. Não importa se é um guia tradicional ou a internet. 

Tenho vários guias, não somente por causa das informações práticas, como pelas fotos. Alguns são verdadeiros livros de referência. Gosto dos editados pelo Lonely Planet, Rough Guide, Frommer, Abril, Folha, mas para levar comigo só quero os de bolso (quanto menos peso, melhor), como o Guia Visual de Bolso da Folha de S.Paulo (http://publifolha.folha.uol.com.br/catalogo/livros/136584/).

Às vezes não há internet disponível, então o guia é a solução, pois além de informações básicas, tem um mapa. Vale checar os preços. Podem estar em promoção na Saraiva (http://busca.saraiva.com.br/q/guia-visual-de-bolso) ou em lugares onde eu nunca imaginaria encontrar livros, como Ponto Frio, Casas Bahia...  

Nos guias vejo o que existe na cidade, e destaco aquilo que me parece mais interessante. Um museu, uma igreja, uma livraria sempre estarão na lista. E restaurantes, porque precisamos comer. Mas estes é melhor procurar na internet, pela capacidade de atualização mais rápida. Se viajo sozinha, decido sozinha. Se não, vamos fazendo listas separadas, até chegarmos a um denominador comum. Dentro do orçamento e tempo de que dispomos.

No caso de S. Petersburgo, um sonho de muito tempo, que nem sei direito de onde surgiu, só tinha um nome na cabeça: Hermitage. Depois apareceram mais dois, de duas igrejas, a do Sangue Derramado e a de S. Pedro e S. Paulo. Mais adiante, o Fabergé. O resto, pensaríamos a partir daí. Deixamos de ver muita coisa? Sem dúvida. Pode-se passar pouco ou muito tempo em uma cidade ou país, e nunca seremos capazes de ver tudo. Há coisas que nunca conheci na minha cidade ou meu país, imagine os que visito por tempo limitado. Mas o que vi me deixou absolutamente encantada. É uma cidade incrível, que vale a pena visitar e revisitar. 

Saí do Brasil sem saber que S. Petersburgo é a segunda maior cidade da Rússia. Não que fizesse diferença. Estava tão deslumbrada com a oportunidade de chegar àquela cidade, àquele país misterioso, e conhecer o Hermitage, e sem sequer saber como entraria num país cuja língua é... russo pra mim, que ignorei o tal básico. Sabia que já tinha se chamado Leningrado, na época da União Soviética, e depois voltado ao nome anterior, em 1991. 

Claro que sempre ouvi falar dos czares (ou tzares) ou imperadores da Rússia (muito mais interessantes que Putin ou similares - apesar de que tem cara de Putin pra todo lado, em camiseta, chapéu, uma coisa!). Aliás, preciso reler Miguel Strogoff, de Jules Verne, talvez meu primeiro contato com a literatura e cultura russas. Quem sabe vem daí meu interesse?

Há ainda um outro livro, este um desses romances leves que me divertem, que ambienta uma cena exatamente na Fortaleza de Pedro e Paulo, onde fica a catedral do mesmo nome, e onde estão enterrados quase todos os czares da Rússia, inclusive Catarina, a Grande.

A cidade foi fundada pelo czar Pedro, o Grande, em 27 de maio de 1703, e foi capital do império russo. Seu nome é homenagem ao padroeiro da cidade, São Pedro. Coincidência ser o mesmo nome do imperador? É considerada como a mais ocidentalizada do país, bem como sua capital cultural. É ainda a cidade mais setentrional do mundo, e tem mais de 1 milhão de habitantes. Seu centro histórico e monumentos constituem Patrimônio Mundial pela UNESCO

Precisa de mais motivos para visitar esse lugar? Só de lembrar já fico emocionada. Fato. Mas viajar tem a ver com conhecer mais do que museus e igrejas. Ou compras, para os adeptos (também gosto de fazer umas comprinhas). Tem a ver com a cultura, o povo, as instituições... É bom andar nos transportes públicos, comer em restaurantes populares, comidas típicas... Nem que seja um pouquinho, por um breve momento, faremos contato com pessoas diferentes, e, na minha opinião, abrimos um pouco mais a mente e o coração para a diversidade que há no mundo.

Mas às vezes nos surpreendemos. Mesmo que eu soubesse que a cidade era a "mais ocidentalizada" do país, tudo pode ser relativo. Tanto nos assombraram com a Rússia e o comunismo há não muito tempo, e o país é tão distante, com tantos mitos a seu respeito, que realmente me senti meio boba com algumas coisas que vi. Pra começar, um shopping no centro da cidade, entre suas duas principais avenidas, a Nevsky e a Ligovsky.

Quase não acreditei, mas era verdade. Tola, eu. O shopping Galeria existe desde 2010, e tem 5 andares, com mais de 300 lojas, 28 restaurantes e cafés, além de 10 cinemas. Fora o estacionamento para 1200 carros. As marcas são variadas, e incluem representantes do luxo mundial, como Lagerfeld, Max Mara, Hugo Boss, Armani, DKNY, Michael Kors.

A entrada do shopping Galeria (acervo)

E já que havia tanta variedade de restaurantes, depois de tanto andar durante o dia, que melhor opção para jantar que ir ao shopping? Como raramente vou a shopping, valeu aproveitar também para ir a um restaurante típico... dos EUA. Porque a sopa de cebola de lá é realmente uma delícia, e perfeita para um jantar leve. Além de um preço muito conveniente. Deixamos a tarefa de provar os pratos típicos para o almoço e café da manhã. =)

T.G.I. FRIDAY'S - American Restaurant (graças ao Google Translator, aprendi que 'PECTOPAH' quer dizer restaurante, o que ajudou bastante nas identificações seguintes)

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