sexta-feira, 22 de julho de 2016

Viajar pode ser perigoso?

Igor Mitoraj - Torso - Tuilleries/2004 (acervo)

Temos visto ultimamente notícias sobre alguns atentados terroristas que têm motivado muita revolta. Não vamos nos aprofundar nas razões pelas quais um ataque nos EUA, na França ou na Alemanha incomodam muito mais do que na Turquia, Paquistão ou Afeganistão. Talvez seja pela distância. Talvez seja construção da mídia. Quiçá preconceito. Sem dúvida, para as vítimas, nada disso importa. A tragédia é implacável. 

Pode ser que essa questão da distância faça algum sentido para nós, que seremos anfitriões dos Jogos Olímpicos de 2016, e, recebendo delegações de diversos países. Não é novidade. Já aconteceu na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, também conhecida como Eco-92, realizada na cidade do Rio de Janeiro, quando aumentou significativamente a segurança. Naquela época provavelmente muito mais por causa do terrorismo interno (bandidos locais). E o trágico episódio ocorrido nas olimpíadas de Munique com a delegação israelense não pode ser esquecido jamais. 

As pessoas parecem estar cada vez mais conscientes das possibilidades de atentados. A mídia divulga, e governos como os dos EUA e da França emitem alertas e cartilhas sobre possíveis riscos para seus cidadãos que viajam pelo mundo. Há locais em que eles são bem reais. 

E aí, devemos nos trancar em casa? 

Depende de cada um, penso. É como circular pela grande metrópole. Há áreas mais tranquilas, há outras mais perigosas. Parece que aprendemos a andar com um certo radar. Não é 100% garantido, mas sempre ajuda. É a mesma coisa com viagens: não tenho a mínima intenção de ir para o Afeganistão, para a Síria (embora um dia tivesse pensado em conhecer a terra dos meus avós paternos), assim como não tenho a menor intenção de escalar o Everest ou fazer qualquer esporte radical. Pois se nem ando de bicicleta...

Mas como temos de continuar vivendo, vou continuar indo aqui e acolá.

Assim que aconteceu o atentado em Nice, na França, quis dar uma olhada nas fotos de viagens passadas àquele país. Amo a cultura francesa, e não é de hoje. Até resolvi fazer uma parada no que andava escrevendo para fazer esse revival. Com o atentado de hoje em Munique, fui me lembrar de quando fui àquela cidade, para realizar outro sonho, o de conhecer os castelos de Ludwig da Baviera, e o país da outra avó, a materna. Vai ficar para outra viagem pela memória.

Paris vista do alto da Samaritaine (2004), hoje fechada (acervo)

O deslumbrante Mont St Michel, na Normandia, Patrimônio da Humanidade (acervo)

Catedral de Tours - St Gatien, construída entre 1170 e 1547, monumento histórico (acervo)

O castelo de Amboise, onde está enterrado Leonardo da Vinci (1452-1519) (acervo)

A estação de metrô Abbesses, em Paris, em estilo art nouveau (acervo)

Versailles (acervo)

Shakespeare and Co., uma inglesa em Paris (acervo)

Instituto do Mundo Árabe, um museu singularmente esplêndido, ou esplendidamente singular (acervo)

Rue du Chat-qui-Pêche (acervo)

Para encerrar essa viagem pela memória e pelo álbum de fotografias, um lugar que me deixou muito curiosa: a Rue du Chat-qui-Pêche, ou a rua do gato que pesca (?). Ela é considerada a mais estreita de Paris, medindo apenas 1,80 m de largura por todo seu percurso de 29 m de comprimento. Não me lembro de tê-la percorrido até o final, pois não sabia onde ia dar, e esses becos me deixam aflita. Mas como me chamam a atenção! Não são incomuns em cidades medievais. Encontrei algumas ruas estreitinhas assim em Barcelona. Essa do gato fica no 5ème arrondissement, na margem esquerda do Sena, e vai do cais St Michel até à rue de la Huchette. Construída em 1540, terminava naquela época nas margens do rio Sena. Fiquei imaginando um gato com um peixe na boca...

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