quinta-feira, 12 de julho de 2018

Atualizando roteiro para Londres, parte IV



Se decidir ir ao Palácio de Buckingham, pode optar por apenas fotografar seu exterior. Se quiser assistir à troca da guarda, pode confirmar dia e horário no site https://www.changing-the-guard.com/datesandtimes.html, ou visitá-lo (https://www.royalcollection.org.uk/visit/the-state-rooms-buckingham-palace). Não fui, mas conheço quem tenha feito e gostado. Uma amostra: https://www.royal.uk/virtual-tours-buckingham-palace.
Depois caminhe pela The Mall (a avenida em frente ao Palácio) em direção à Trafalgar Square. Aproveite para entrar no St. James’s Park, admirar a flora e a fauna, e respirar ar de melhor qualidade. Aliás, há várias áreas verdes pela cidade, todas muito bonitas. Podendo reservar um tempinho para andar por elas, vale a pena. Sou essencialmente urbana, mas sei que sem esses oásis na cidade, ela fica insuportável. Uma árvore faz toda a diferença.
Na Trafalgar Square fica a coluna de Lord Nelson (que derrotou Napoleão na Batalha de Trafalgar), e tem uma história bem interessante (https://www.london.gov.uk/about-us/our-building-and-squares/trafalgar-square#). Destaque para a excelente National Gallery, que é daqueles museus que merece repetidas visitas. E ao lado, a National Portrait Gallery (https://www.npg.org.uk/), que eu aprecio por uma razão muito especial: tem o único retrato considerado autêntico de Jane Austen, minha escritora favorita, feito por sua própria irmã. Mas há muito mais para se ver, e o restaurante é excelente.
O gavião na National Gallery, 2009 - acervo

Dali pode-se seguir para Covent Garden. Vá pela Strand e vire à esquerda numa ruazinha chamada Southampton Street, que termina no Covent Garden Market. Ali existem várias lojinhas e restaurantes; o que não faltam são opções de lugares pra almoçar. A Royal Opera House e o London Transport Museum ficam ao redor do mercado.
Covent Garden Market, 2011 - acervo
Pelo lado oposto do que você usou para chegar ao mercado, suba a James Street até chegar na Long Acre, que é uma rua cheia de lojas de marcas conhecidas. De lá, vire à esquerda e caminhe sempre reto, e quando chegar em um cruzamento que parece um tanto quanto confuso, siga pela Cranbourn Street (que é como uma continuação da Long Acre). Logo depois, você vai atravessar a Charing Cross Road e seguir reto, mas não deixe de andar por essa rua quando tiver oportunidade. A Charing Cross Rd tem uma história interessante, e já foi conhecida por ser a rua das livrarias. À medida que o tempo foi passando, elas foram desaparecendo, infelizmente, mas a fama foi registrada em um belíssimo filme, '84, Charing Cross Road', intitulado no Brasil 'Nunca te vi, sempre te amei'. É baseado num livro, que tem continuação. Indico ambos. Na minha primeira viagem a Londres, foi o primeiro lugar que quis conhecer, e ainda encontrei algumas livrarias.
Chega-se à Leicester Square, a praça dos cinemas que recebe os lançamentos de filmes. Não chama a atenção, mas é daquelas praças como a Cinelândia, no Rio de Janeiro, ou a Times Square, em NYC, e ali costumam acontecer aqueles eventos chamados de “tapete vermelho”. Na praça há uma cabine TKTS, como a da Times Square, que vende ingresso de teatro com desconto. Para quem gosta, é uma boa opção. As matinês têm ingresso mais barato. O Time Out costuma dar as dicas do que está em cartaz e eventuais promoções.
Atravesse a Leicester Square e siga para Piccadilly Circus. Há várias lojas interessantes ali, como a LillyWhites (uma loja de esportes), um supermercado de que gosto muito (o Whole Foods) para comprar orgânicos, e uma boa filial da Boots, que é uma farmácia que tem uma rede espalhada pela cidade (menciono porque adoro farmácias - cada um com sua mania). A Piccadilly Circus é famosa por seus painéis luminosos e a fonte com a estátua de Eros. Como é um cruzamento importante, conectando Piccadilly, Regent Street, Haymarket e Coventry Street, tome cuidado ao atravessar a rua e nunca se esqueça, ali ou em qualquer parte, que o sentido dos carros é o contrário do Brasil. Demora mas a gente se acostuma com o fato de que a direção nos carros britânicos fica no lado direito.
Uma foto antiguinha da Picadilly Circus no Halloween, 2009 - acervo
Encerrando na rua Piccadilly, dentre outros lugares interessantes, fica a Fortnum & Mason. O que tem ali? O andar térreo está sempre lotado, pois é um mercado gourmet, e tem doces, geleias, vários tipos de mel, conservas, biscoitos, chás, cafés, bolos… Meus olhos brilham quando entro em lugares assim, porque adoro chá e tudo que tem conexão com essa bebida tradicional. Londres evoca chá, e chá evoca Londres. Dá pra tomar chá em qualquer lugar na cidade, mas sempre acho que vale a pena selecionar um que seja mais tradicional numa ocasião especial.
A F&M oferece uma ótima experiência (https://www.fortnumandmason.com/) e tem um ótimo chá (meu favorito é o Earl Gray, e o deles é muito bom). O jornal The Telegraph fez uma seleção dos 10 melhores chás da tarde (https://www.telegraph.co.uk/travel/destinations/europe/united-kingdom/england/london/articles/Londons-ten-best-afternoon-teas/), e eu gostaria de testar todos, mas provavelmente o orçamento não permitiria. Em todo caso, o que eu posso dizer da F&M é que vale a pena o que se paga. O atendimento é excelente, a comida idem, e apesar do luxo, não há esnobismo. Esteja você vestida luxuosamente ou como uma simples turista, o bom atendimento impera. Nota 10.
Tea time, 2017 - acervo

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