quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Continuando


De teimosa. Já ando enjoada, ou entediada. Talvez seja o calor. Não consigo raciocionar direito com calor. Também estou com sono. Já mudamos de ano, fiz um pit-stop em Buenos Aires (!!!) - mas me recuso a virar a página.
Seria o tédio? Minha viagem de férias em outubro foi fantástica, me encheu de energia - a ponto de sequer me fazer reclamar do horário de verão (fato inédito em minha vida!), e me dar uma energia como há muito não sentia na minha vida profissional. O que tb é inusitado, pois tenho percebido necessidade de mudanças em gaps de 5 anos, e já estou neste posto há 6... time to change, then. Foi como uma reviravolta: energias renovadas, voz recuperada, catarse, liberação (v. foto do vitral da igreja em Munique no post - ralei no Google para descobrir que se trata da Nossa Senhora de Munich, ou Frauenkirche, inaugurada em 1494, e símbolo da cidade, e onde cheguei "por acaso"... hum... e onde estava pensando em minha mãe... interesting... Freud deve explicar).
Certamente não foi à toa que se minha voz calou porque ninguém quis me dar ouvidos, ela voltou nesse lugar consagrado à Mãe, por mais de 500 anos... há aqueles que acham que templos são lugares de desespero, ou mesmo que nesses casos, quando se tornam locais de visitação, perdem sua característica primária, para se tornar uma mera atração turística. É certo que há verdade nisso, mas eu vejo duas coisas num templo antigo: a arte e a esperança que está em cada coração que busca aquele local. Não tenho uma fé que move montanhas - sou muito confusa para isso. Considero-me mais uma buscadora e rejeito quase que apenas os fundamentalistas, machistas e idiotas. Das coisas que acato, estão: "onde dois estiverem orando sob o meu nome, aí estarei". Para mim, onde pessoas colocam sua energia em prece, ali ela se inscreve na pedra. Quase me dá vontade, agora, de tocar nas paredes de uma catedral antiga... quanto mais antiga, melhor. Como foi emocionante ir a Stonehenge... conhecer a arte tocante de Gaudí na Sagrada Família em Barcelona foi maravilhoso, mas chegar no centro antigo e entrar na antiga catedral foi, literalmente, de chorar.
Depois a americana me chamou de esnobe porque eu prefiro viajar pela Europa (lógico, tive de trabalhar a vida inteira para isso...). É.

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